quinta-feira, 31 de março de 2016
A dança da chuva: Uma sábia lição para problemas empresariais
Gestão empresarial, mais do que uma ciência, é a arte de
construir o futuro. A construção do
futuro é a materialização dos sonhos.
Todos nós queremos torná-los realidade, mas muitos fraquejam
quando as dificuldades aparecem e passamos a acreditar que não nascemos com a “estrela”.
Quando nos maravilhamos com os feitos de Walt Disney, não
nos damos conta de que nada foi fácil, mas ele nos deixou uma maravilhosa mensagem
de incentivo: “Se você é capaz de sonhar, é capaz de realizar. Nunca perca de
vista o fato de que tudo aqui começou com um rato”.
A adversidade faz com que alguns homens quebrem, enquanto
outros são motivados pelas dificuldades e quebram recordes.
Tratar das adversidades requer sabedoria, pois algumas questões
requerem ação e não respostas. Às vezes nos achamos pequenos demais para
enfrentar certos problemas e causar algum impacto.
Ora, tente dormir num quarto com um pernilongo!
As pessoas sempre culpam as circunstâncias por serem como
são, mas as que têm êxito nesse mundo são as que se erguem, buscam as
circunstâncias que desejam e, caso não consigam encontrá-las, as criam.
Não nos faltam boas intenções e projetos. Todo mundo quando
toma banho tem idéias, mas a diferença quem faz é aquele que toma uma atitude
depois que se seca.
Você pode ouvir conselhos, ler palavras de motivação,
estudar projetos, conversar com sábios e especialistas, mas o seu sucesso
depende de seu comprometimento e de sua disposição para pagar o preço.
Lembre-se sempre que na vida não há refeição grátis.
Cristiane e Ligia, quando iniciavam uma pequena empresa na
cidade Sorocaba, que hoje se transformou num Grupo, encantaram-me com algumas qualidades, o que
fez com que nos tornássemos amigos: Inteligência, determinação, generosidade e
comprometimento.
Não foram poucas as vezes que as dificuldades bateram às
suas portas. Outras pessoas teriam desistido, mas eu tinha certeza que elas
não.
Uma noite, enquanto eu as ouvia falar de dificuldades e
soluções, a Cris disse uma frase que sempre me lembrarei: - Vamos fazer disto
um grande negócio, ainda que reste um único ovo para comer e tenhamos que
dividi-lo.
Muitos diriam que
isso é coragem, mas eu não. Digo que são determinação e comprometimento.
O que elas sempre que souberam?
“Todas as regras de ouro de nada servem, a menos que você
entenda que o seu sucesso depende de você”.
Muitos fracassos na vida ocorrem porque as pessoas não
sabiam que estavam próximas do sucesso e desistiram.
Isso me faz lembrar uma pequena história em que os negócios
não iam bem e o empresário estava desanimado, pensando em desistir.
Ao vê-lo ao pé da escada, a esposa sentou-se ao seu lado sem
dizer nada. Deixou que falasse, refletisse, mencionasse as ações que não tinham
dado certo e quando viu que este aparentemente não tinha mais nada a contar fez
um longo silêncio, olhou bem fundo em seus olhos, colocou com delicadeza a mão
em seu ombro e disse: - Sabe por que eu gosto muito da dança da chuva e ela sempre
funciona? Por que os índios não param de dançar até que ela venha!
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
ipostigo@terra.com.br
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo
quarta-feira, 30 de março de 2016
Influências dos modelos mentais no sucesso e fracasso empresarial
Imaginar
modelos mentais não é difícil. Entender como se formam e explicá-los, definitivamente,
é um processo complexo.
Os modelos que
desenvolvemos e se consolidam em nossas mentes vêm de informações que nos são
passadas na infância, no desenrolar de nossas vidas e de experimentos que vivenciamos.
A ficção, por
anos a fio, nos é diz que os marcianos são extraterrestres verdes, vindos do
planeta vermelho. Portanto, se dermos a um grupo de pessoas folhas, lápis de
cor e pedirmos para que os desenhem teremos homenzinhos, homens altos, com
antenas, sem antenas, mas a maioria os pintará verdes.
Aquele que se
atrever pintá-los amarelos certamente causará espanto e provocará uma série de questionamentos.
Marcianos
amarelos fazem parte de nossos modelos mentais? Acredito que para a maioria das
pessoas não.
Coloque
pintores numa sala, de forma que não possam se comunicar, de frente para uma
janela com vistas para uma montanha, e peça que a retratem.
Findo o
trabalho, verá que um quadro será completamente diferente do outro, não pelo
que viram , mas pelo que experimentaram, sentiram, perceberam, conexões mentais
que fizeram, concluíram.
Esses modelos podem
ser analisados desde situações inocentes como a dos extraterrestres, às
questões mais complexas como recordes nos esportes a serem batidos ou transações
comerciais a serem feitas.
Quantas vezes
você presenciou pessoas resistindo a fazer uma ligação telefônica para falar
com alguma empresa, marcar uma visita, achando que não dará certo? Também,
certamente, já viu o inverso. Pessoas que pelas recusas poderiam ter desistido,
continuarem a insistir como se a palavra “não”, sobre elas, não tivesse o menor
efeito.
A primeira
desenvolveu um modelo mental de desconforto a segunda de possibilidade de superação.
Um grande
exemplo disso acontece com os recordes nos esportes. Um recorde pode durar
anos, mas uma vez batido será superado seguidamente até a próxima marca, onde
pareça imbatível, quando o processo se repetirá.
Isso faz lembrar
a história dos besouros, onde as leis da física dizem que estes, por sua
constituição, não podem voar, contudo eles não sabem disso e voam.
Uma forma
interessante de estudar os modelos mentais é observando a moda das roupas.
Esta em
determinadas épocas é bastante arrojada em cortes, cores, desenhos. A princípio
choca a sociedade, mas rapidamente é aceita. Anos depois, ao nos depararmos com
as fotos da época, rimos e nos perguntamos como pudemos usar aquilo!
Não quer dizer
que todos aceitem e usem os modelitos daquela estação, vamos encontrar pessoas
que não absorvem com facilidade as novidades e, na verdade, aumentam a rejeição.
A capacidade de
experimentação, absorvendo ou rejeitando posteriormente, nos prepara para
conviver com novas idéias, novos conceitos, sucesso e fracasso.
Um aspecto
importante nas nossas vidas, que nos ajuda na evolução como pessoas e profissionais,
é a disposição de testar e questionar nossos modelos mentais.
Nossas experiências,
nossos sucessos e fracassos nos levam às convicções e crenças que não são
necessariamente verdades, portanto testá-las é fundamental para que possamos reafirmá-las
ou refutá-las, uma vez que estas guiam nossas decisões.
Você como empresário,
como gestor, ajudou no desenvolvimento de uma cultura na empresa, fruto de seus
modelos metais, que ao mudarem, ao sofrerem transformações, podem entrar em
choque com suas idéias, determinações, gerando debates, discussões e conflitos.
Ser bem
sucedido em um projeto não depende de se obter unanimidade de conceitos, mas é
fundamental entender como estes se formam, e isso está ligado aos nossos
modelos mentais.
Estes podem ser
parecidos com os de nossos pares na empresa, nunca idênticos, mesmo que a
diferença seja uma leve variação no tom do verde do nosso marciano.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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segunda-feira, 28 de março de 2016
Os males da omissão e da incompetência
Nas nossas entrevistas de consultoria, quando somos
convidados para analisar projetos de reestruturação empresarial, é comum
ouvirmos que o grande problema na empresa são pontos onde a incompetência
prevalece.
Incompetência significa inabilidade, inaptidão.
Omissão significa deixar de fazer, escrever ou dizer, não
agir quando se esperaria que o fizesse.
Vamos analisar uma situação onde há um conflito:
A empresa Balburdia Ltda. tem um pedido para atender que
todos consideram importantíssimo. Como se todos não fossem!
Os gestores aceitaram o pedido por duas razões:
- Consideram este um cliente especial pelos volumes que costuma comprar e este pedido aumentará consideravelmente o faturamento da empresa.
- O seu fornecedor de matéria-prima, seguindo o mesmo conceito, também se propôs a participar da empreitada.
Plano debatido, planejamento desenvolvido, programação
preparada, a produção foi executada, com algumas dificuldades, mas concluída na
data esperada, algumas horas mais tarde.
Quando todas as etapas pareciam estar cumpridas, notaram que
o caminhão que deveria levar os produtos, descarregando-o na linha de produção
do cliente, não estava na empresa.
Gritaria geral, começaram as ligações para o motorista que
estava descarregando uma carga, em outro cliente, já agendada.
Dentro da fábrica, celular mudo, motorista envolvido com a
movimentação das caixas para acelerar o processo, contato zero.
Neste momento começa a gritaria a procura dos culpados. Todos
os dedos apontados para o motorista que não aparecia
Inevitavelmente, é impossível não considerarmos que há uma
falha.
A questão a ser debatida é se estamos tratando de
incompetência ou omissão.
Tivesse o caminhão chegado no horário, teríamos um grupo de
heróis, mas pelo que estava ocorrendo sobravam acusações de incompetência.
Alguém levantou uma questão: - Por que não ter um plano B,
caso o caminhão não retornasse?
Rapidamente outra pessoa lembrou: - Não usamos transporte de
terceiros porque toda vez que é mencionado é considerado caro.
Um estagiário da área de logística fez uma observação:-
Nosso supervisor cogitou a ação, mas como o produto já estava pronto, faltava
inspecionar poucas peças, todos os gerentes foram embora. Ficamos apenas nós
aguardando a chegada do caminhão para carregarmos, então não havia quem pudesse
tomar essa decisão.
A última a sair foi a Aninha, que ficou para tirar a nota
fiscal.
Nota-se que todas as competências foram aplicadas. Houve um
pequeno grande problema: esse projeto só estaria concluído com o produto na
linha de produção do cliente.
O tempo se esgotando, tarde da noite, e o cliente certo de
que receberia os produtos também não entrava em contato.
Naquele momento o chefe da produção, desesperado, resolveu
ligar para o cliente para verificar que arranjo poderia fazer.
Encontrou apenas o supervisor do turno, que tinha apenas uma
instrução: deixar o caminhão do fornecedor entrar e colocar o material na
linha.
O supervisor, recém-contrato, não sabia como se comunicar
com seu gerente e não tinha outro recurso senão esperar, mas se prontificou em
tentar localizá-lo para verificar se teriam alguma alternativa.
Casos como esse acontecem todos os dias e quando analisados
coloca-se em dúvida, inclusive, se um pedido com esse risco deveria ter sido
aceito.
O ponto crucial é que pela complexidade as tarefas isoladas
não atenderam a urgência, faltou comprometimento com o processo todo, do
fornecedor e do cliente.
O problema não foi de competência, mas de omissão.
O responsável pela logística não tinha autoridade para
contratar transporte de terceiros e quem tinha essa prerrogativa não estava
presente e incomunicável nesse momento.
No dia seguinte, com cliente zangado e prometendo não
comprar mais da empresa, todos diziam: - Como poderíamos imaginar que isso
fosse acontecer?
A resposta é simples: - A urgência do projeto!
As linhas divisórias de autoridade costumam criar algo que
poderíamos chamar de “zonas de omissão”. Justamente nesses pontos ocorrem as
maiores falhas.
Você como gestor deve estar atento às competências, mas
também as possíveis omissões, nos momentos de crise estas se fazem presentes.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496b 9660 / (11) 99645 4652
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sexta-feira, 11 de março de 2016
O homem, a empresa e o lucro
Uma antiga frase diz que riqueza
não traz felicidade, contudo uma certeza todos nós temos: riqueza, pelo menos, reduz
consideravelmente a infelicidade.
Pergunte ao pai de família que
não tem como mandar o filho à escola, ao parente do doente que não tem como
hospitalizá-lo, ao trabalhador que tem que ficar horas na fila do lotação e
precisa tomar três conduções para ir ao trabalho e mais três para voltar para
casa, o que pensam da riqueza.
Essas pessoas não tratarão riqueza
no sentido de excessiva fartura, mas no sentido de mínimo conforto.
Onde está a riqueza deste país
que cobra a maior taxa de juros do mundo, que arrecada impostos absurdos, que destrói,
principalmente, as pequenas e médias empresas, sustentáculo de nossa sociedade?
Onde está a responsabilidade
desse governo eleito, que não aproveita a grande oportunidade que o mundo está
nos dando de crescer e nos estruturarmos, ao invés disso aplica uma nova
derrama no país?
O homem ao criar empresas oferece
conforto com seus produtos e este deve ser recompensado com o lucro.
A única razão da existência de um
empreendimento é o lucro; sem este, nem entidades assistenciais sobrevivem.
Vemos pessoas trabalhando mais de
doze horas por dia para entregar aos nossos governantes um terço de sua produção,
sem obter nenhum benefício.
Todo dinheiro aplicado em um
negócio é fruto do esforço despendido pelo homem em algum momento de sua vida,
portanto pecado é não exigir que este valor seja remunerado decentemente,
pecado é negligenciar esse fato e desperdiçar essa importância.
Cada pequena empresa destruída
coloca pelo menos uma pessoa em condições miseráveis.
Sempre ouço que uma série de pequenas
e médias empresas quebrou por falta de vocação e talento de seus
empreendedores, mas na verdade muitas quebraram por falta de lucro, de
condições de sobrevivência.
Não são poucos os amigos e
pessoas conhecidas que por terem mostrado competência nas empresas por onde
passaram acumularam algum capital e abriram seus negócios, para logo em seguida
naufragarem.
Nadar alguns quilômetros pode ser
possível mesmo para algumas pessoas não treinadas, contudo quando se é jogado
no meio do oceano o destino é um só.
A legislação, a burocracia que
cerca nossas empresas, a política econômica e fiscal neste país são verdadeiras
aberrações, de forma que para abrir uma empresa é preciso mais que vocação e talento,
é preciso um ato de coragem.
O empreendedor deveria receber
não uma licença para produzir e comercializar e sim uma medalha por bravura.
Uma propaganda insiste em dizer
que o brasileiro não desiste. Verdade, realmente não desiste para sorte de muitos,
pois o dia que desistir e deixar de acreditar vai colocar muita gente para correr.
O dia que deixar de acreditar vai
votar com mais seriedade, vai cobrar mais, vai exigir seus direitos, vai passar
a ter direito a uma parte da riqueza que este país é capaz de gerar e vai ser
mais feliz.
A partir desse dia os homens
criarão suas empresas, passarão a ter direito ao lucro, serão menos espoliados
e viverão de forma mais digna.
Jamais havia considerado essa
hipótese, contudo neste momento não me parece absurda a idéia de dizer:
Desista, vá as ruas exigir seus direitos, sua parte da riqueza que um dia
ajudou a criar e caso não tenham nada a lhe dar, volte pelo menos com a
liberdade de criar uma empresa e poder viver com dignidade, sem ter como
destino o risco da miséria.
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11)
4496 9660 / (11) 99645 4652
quinta-feira, 10 de março de 2016
A capacidade de adicionar competências diferencia as empresas e determina o sucesso
A história empresarial no mundo
mostra que os empreendedores e executivos bem sucedidos, em sua maioria, não
são aqueles que dominam todas as competências, mas sim aqueles que sabem se
cercar delas.
O entendimento das fragilidades e
a busca por soluções em parceria é que permitiram a economia Japonesa, até
então um país com regime feudalista, a superar séculos de atraso em
desenvolvimento econômico e a se tornar uma das grandes economias do mundo
moderno.
Uma infinidade de conceitos
modernos de administração e controle de produção, com ganhos incríveis de
produtividade e qualidade, foram criados naquele ambiente em transformação e se
espalharam pelo mundo empresarial.
As empresas Japonesas fizeram
escola por terem sido capazes de entender suas vocações, potencialidades e principalmente
suas fragilidades, criando, portanto, círculos e redes de relacionamentos fora
do país inclusive para solução de problemas.
A economia mundial, hoje globalizada,
mostra sinais positivos e oportunidades de crescimento para as empresas de
todas as partes do mundo. Exportar hoje é uma real possibilidade para qualquer
empresa, em qualquer segmento de negócios.
Empresas brasileiras que passam a
competir no mercado global percebem que suas dificuldades e fragilidades estão
mais no âmbito interno que externo, requerendo a busca compartilhada de
soluções.
Hoje em dia, as empresas já não
precisam mais manter em suas equipes profissionais altamente qualificados para
soluções pontuais ou trabalhos específicos.
No mundo todo, as empresas têm
recorrido a serviços de terceiros, firmando parceiras com consultorias,
buscando aconselhamento, orientação e assessoramento para desenvolvimento de
seus projetos com investimento accessível, a um valor menor do que o que se
gasta com gerenciamento.
As empresas do futuro não serão
as grandes e sim as mais rápidas, e já não é possível mais esperar que um
funcionário adquira competência para solucionar questões novas, é preciso
objetividade na resolução de problemas e isso se consegue em parcerias com
especialistas.
Cercar-se de competências e
motivá-las, na busca de resultados cada vez melhor, faz parte da nova tônica
empresarial.
A cada novo dia surgem novas alianças,
competindo por mais espaço no mercado, potencializando não a concorrência com produtos,
mas a concorrência com criação, com uso melhor dos recursos, com o melhor
aproveitamento da inteligência.
Buscar novos mercados e explorá-los
com profundidade, produzir com custos competitivos, estabelecer preços de venda
dentro das expectativas dos segmentos de mercado, rentabilizar a empresa dentro
de seu foco de trabalho, estabelecer sistema de compra e adequar o fluxo de caixa
às necessidades da empresa são tarefas que precisam de enorme sintonia para que
os resultados sejam satisfatórios.
As equipes precisam estar motivadas,
com metas definidas e com as atribuições delegadas para que possam desempenhar
um trabalho que gere os efetivos resultados.
Todos querem dar a melhor
contribuição. Importante é usar adequadamente a vocação, o talento e a competência
de cada colaborador na construção de um futuro mais promissor para a organização.
Ivan Postigo
Economista, Bacharel
em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
"Quando
a sorte me procura ela sempre me encontra trabalhando“
quinta-feira, 3 de março de 2016
O esgotamento de uma geração
Quem teve oportunidade de ocupar
um posto gerencial nas décadas de setenta e oitenta conviveu com altos índices
de inflação e uma ciranda financeira que não deixou saudades a qualquer gestor.
Índices e mais índices eram consultados
e utilizados para cálculo de custos e tabelas de preços. Apesar da dedicação
dos profissionais, importavam muitas vezes aos tomadores de decisões mais os
fatores de correção que as técnicas contábeis mais apuradas.
Pelo menos duas décadas foram fortemente
afetadas e induziram muito profissionais ao estudo dos malabarismos econômicos.
Findo esse período, muitos desses
profissionais estavam encerrando carreiras, por vontade própria ou por exclusão
do mercado, sem poder absorver e contribuir com a mudança que o mercado estava
experimentando nas técnicas e conceitos de gestão.
Com a queda da inflação a gestão
financeira foi substancialmente facilitada, contudo isso não gerou especialistas
no controle do caixa das empresas e nem na preparação de projeções e
estabelecimento de metas. Ao contrário, vê-se uma desatenção significativa num
volume substancial de organizações.
O advento da microinformática e
das planilhas eletrônicas proporcionou enorme facilidade para elaboração de cálculos
matemáticos e financeiros, permitindo que o tempo para elaboração de trabalhos
mais complexos fosse reduzido em pelo menos cinco vezes.
Ganhou-se na velocidade de
elaboração e perdeu-se ainda mais o foco de análise dos problemas.
Muitos setores das empresas foram
enxugados, restando cabeças ótimas voltadas ao desenvolvimento matemático da questão,
mas com um menor foco na validação dos valores.
A geração que estava saindo pouco
aprendeu das novas técnicas fornecidas pela informática e a geração que estava
chegando pouco pode aprender sobre validação de valores.
Quem participou da transição e
foi capaz de entender, adaptar-se e utilizar as novas facilidades teve ganhos
significativos, porém não sem transitar por incontáveis softwares com planilhas
eletrônicas.
Do início da década de oitenta
até os dias de hoje pode-se contar com não menos do que 10 tipos de planilhas
que entraram e saíram de moda.
Quem trabalhou nesse período vai
se lembrar do Visicalc, Calcstar, Omnicalc, Lótus 1 2 3, quatro-pró, entre
outros, até chegar ao Excel dos dias atuais.
O avanço da informática é o lado
interessante da questão, mas e o custo padrão, que fim levou?
E os estudos de tempos e
movimentos, racionalização de tarefas, redução do tempo de trabalho, do desperdício,
deixaram de ser importantes?
A globalização não exigiria uma
atenção maior com nossos meios de produção? A obsolescência hoje em dia não
acontece num ritmo maior do que há vinte anos?
Quando o tempo deixou de ser um
fator importante no processo produtivo?
Os encargos sociais hoje são
maiores do que há vinte anos, então por que a variável tempo não merece a mesma
atenção e consideração do passado?
As técnicas contábeis ainda são
as mesmas, nossos balanços ainda têm ativo e passivo, os resultados ainda são
apurados de acordo com as partidas dobradas, assunto tabu para quem não estudou
contabilidade, então por que a tão sonhada contabilidade gerencial ainda não é
uma realidade como instrumento de gestão? Empresas utilizam os recursos
contábeis mais para atender os preceitos fiscais do que para gerenciamento dos
negócios.
O fim ciclo inflacionário é que
levou a esse desinteresse nos conceitos fundamentais de gestão ou estamos
observando o esgotamento de uma geração?
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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quarta-feira, 2 de março de 2016
As empresas, seus planos e o horizonte perdido
Especialistas em gestão no mundo todo dizem que nas
empresas não faltam planos, mas determinação para colocá-los em prática e
torná-los uma realidade.
A questão que merece ser debatida é: o que são planos, se
compromissos não foram assumidos?
Podemos considerá-los exercícios de futurologia ou mesmo
uma simples loteria.
Desenham-se sim, com frequência, três cenários: Situação
esperada ou normal, uma melhor e outra pior, mas o que isso representa em
termos práticos?
Essas projeções estão mais ligadas às respostas de mercado
do que às ações que se possa desenvolver nas empresas.
O melhor cenário não é desenhando em função de um trabalho
de prospecção mais arrojado, mas de um momento econômico favorável.
Poucas empresas, nesse exercício de planejamento,
delineiam para quem esperam vender, em que meses e quais volumes. As projeções
são feitas na ordem macro.
Dessa forma, o sucesso ou fracasso estão mais ligados às
respostas de mercado do que a ações coordenadas.
A economia num país ou mundial experimenta ondas de bons e
maus momentos e as empresas precisam aprender a trabalhar com esse fator, tendo
sempre o plano B para reação.
Os horizontes para uma empresa podem ser aqueles
observados ou aqueles que são criados.
Empreendedorismo é a capacidade não só de aproveitar
oportunidades, mas de criá-las. Esta segunda parte da definição era a predileta de Akio Morita, um
dos criadores da Sony.
Foi a visão do plano B que levou um grupo de jovens a
desenvolver produtos que transformaram a Microsoft no que ela é hoje.
Gosto de ler biografias por encontrar histórias de muita
luta, dedicação, dificuldades, mas vitórias.
Não consigo me lembrar de nenhuma onde o fracasso ou a
derrota fossem atores principais. A derrota não faz história, no máximo é um
ingrediente para tornar alguém um herói.
Muitas empresas abrem mão de um futuro promissor
justamente por falta de compromisso de seus gestores com a sua criação.
Um amigo nos diz sempre, com muita razão, que nas
organizações há ralos, por onde escoam ideias, energia, recursos, patrimônio e
muita saúde.
Considere, por exemplo, que os lucros do primeiro trimestre
do ano na sua empresa foram cinquenta por cento menores do que haviam sido
planejados. Que medidas corretivas ou ações serão efetivamente implementadas para recuperar essa perda?
É muito comum os gestores ficarem aguardando a reação do mercado ou o resultado do próximo trimestre
para agirem.
Poucas são as possibilidades de recuperação dos lucros,
quando um semestre todo não atendeu as expectativas.
Nesse panorama, os gestores trabalham sob enorme pressão
para evitar maiores perdas e não para construir o futuro.
Há situações mais críticas, quando, para superar o
desconforto dos maus resultados, assume-se como meta o plano com o pior
cenário.
Muitos planos formalizados são repetições dos resultados
do ano anterior. No melhor cenário aumentam-se dez por cento e no pior reduz-se, também, dez por cento as receitas,
com alguns ajustes nas despesas.
Isso pode significar não apenas a perda de dez por cento
das receitas, mas a entrada na zona do prejuízo.
Esta é uma situação inaceitável. Formalizar e publicar um plano B ou C, com
estas características, é reconhecer a incapacidade de reação da equipe.
Resta, nesse caso, apenas uma saída: Torcer para que não
aconteça, pois já não há muito que falar de futuro, o horizonte está perdido.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
(11) 4496 9660 e celular 11 99645 4652
"Quando
a sorte me procura ela sempre me encontra trabalhando”
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