terça-feira, 27 de setembro de 2016

Vida de palhaço

Você conseguiria viver sempre desempregado?

Saiba que em algumas profissões esse fator é constante. Todas em que os trabalhos forem cobertos por um contrato, a fase operativa terá começo e fim.

Uma em especial, na classe dos atores, eternos desempregados, merece nossa reverência: a do palhaço.

A nobreza não reside apenas na profissão, mas, principalmente, na escolha.

Por que alguém escolheria esse caminho difícil, sem garantia de futuro, onde o circo como organização sequer é mencionado como carreira e exemplos em escola de administração?

Algumas escolhas não dependem da racionalidade da mente, nem do bater mais forte do coração, mas do apelo da alma.

Que força maior é essa que leva o homem a abraçar essa missão, sem que dela se afaste, ainda que o dinheiro pouco veja?

Alma de artista!

O doce veneno da arte envenena o sangue e o faz ouvir e ver o que outros não podem.

Para o palhaço o aplauso é importante, mas o riso...ah, o riso! Fundamental e necessário!

Fazer chorar não é difícil, mas com que mágica nos arranca sonoras gargalhas?

Olhe, veja, o público ri enquanto o palhaço chora e apanha!

O ator palhaço, homem empresário, carrega consigo sua empresa, instalando-a onde encontrar um terreno baldio. Inicia sua propaganda e faz sua prospecção.

Lonas estendidas, tendas armadas? Respeitável público...

Viva, hoje teremos espetáculo!

Muitas cores, músicas e risos. A casa não está cheia, mas que tal um pesquisa?

Que público é esse que o circo atraiu? Ora, crianças de todas as idades, de alguns dias até aquelas que têm mais de cem!

Encerrado a última sessão, hora de fazer as contas. Alguém ai viu a planilha de custos?

Planilha de custos? Interessante, como se faz o controle do circo?

Fluxo de caixa? O palhaço vai fazer isso? Vai ser engraçado, não vai?

Nossa, o palhaço tem cartão de crédito e talão de cheques?

Tem, mas só quando as coisas vão bem!

Hum, mas se o circo não tem clientes fiéis que compram todos os meses, como o palhaço faz as projeções de vendas?

Fácil, ele deixa essa tarefa para o homem da corda bamba!

O controle financeiro é atribuição do trapezista, quando precisa de dinheiro ele dá um pulo nos bancos.

A área de recursos humanos é trabalho dos bailarinos. Errou, dançou!

Que piada sem graça!

Um mundo dividido entre a magia da fantasia e a dura realidade empresarial.

Sorocaba, bela cidade, sempre acolhedora, recebeu sempre com carinho a arte circense.

No nosso bairro, a vila Hortência, durante anos, no mesmo local, lá estava Pedro Osório, o palhaço Nhoc-Nhoc e  índio Ordep, proprietário  do Circo Ordep, fazendo a alegria do lugar.

A garotada? Esta corria para, em desfile, sair pelas ruas vestindo os cabeções, ajudando a fazer a divulgação!

Assim como Pedro, outras tantas famílias circenses, pelo que sei, que fazem parte da história do circo no Brasil, vivem hoje em Sorocaba e cidades da região.

Quem bom, uma oportunidade para reuni-los e criar a escola da alegria!

Palhaço e empresário, gestor e artista, do escritório ao palco, do caixa às caixas. Risos?

Começou o espetáculo?

Sim, mas para ele nunca termina!

Obrigado Pedro Osório por tantas alegrias!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo


Palhaço : uma grande profissão,um enorme desafio!


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Um plano de negócios é muito mais do que um pacote de boas intenções

O rumo que segue a sua empresa, segue você também.

Quer comprar uma casa, trocar o carro, fazer a viagem dos sonhos?  O atendimento a esses desejos só deve ser feito com o lucro gerado pelo empreendimento.

Você não é acionista e a parte que lhe cabe na divisão dos lucros é mínima? Se a sua participação na geração deste for significativa, poderá receber o que lhe cabe, ou que você estabelece, a título de salários.

Ainda assim não está acontecendo? É hora de repensar como está conduzindo não apenas a sua carreira, mas a construção de seu futuro.

Vamos encontrar muitos casos onde a frase “pessoa rica, empresa pobre” parece verdadeira. Esteja certo que não é.

São situações onde as reservas de lucros ou recursos financeiros foram dirigidos para atendimento de interesses pessoais, exaurindo a capacidade de evolução dos negócios. Empresas e empresários assim estão fadados ao fracasso.
Chegará o tempo que os ativos fixos e o capital intelectual estarão obsoletos e ultrapassados.
Poucos, nessa situação, são capazes de vender os bens pessoais e injetar novamente o dinheiro na empresa.
Quando o fazem é porque os sinais de fracasso são evidentes, e o comprometimento bancário tão alto que o crédito já não lhes é mais oferecido.
Não faltam empresas tomando dinheiro emprestado de agiotas, sustentando fantasias existenciais de pessoas incautas.
Essa é uma questão muito séria e não pode ser tratada apenas com foco em gestão empresarial. É preciso rever e tratar conceitos pessoais.

Mas, e quando encontramos pessoas focadas, trabalhadoras, determinadas, e os resultados não aparecem?

Há uma frase que parece um tanto cruel e que merece atenção: “Na vida, fazendo tudo direito, você tem cinquenta por cento de chance de sucesso”.

O que quer que você faça, perceba que terá que usar sua vocação, seu talento, sua determinação e ainda adicionar competência.

Como equacionar esse problema?
Será que tem solução?

A reflexão nos leva a entender que ninguém que queira ter sucesso poderá consegui-lo sozinho!

As redes sociais nos permitem o desenvolvimento de um networking substancial para obtenção de conhecimentos, e os novos conceitos empresariais conduzem à criação da coopetição. Isso significa ir além da competição. Cooperar, mesmo competindo!

O homem primitivo se reunia para caçar por uma razão muito simples: Ele e sua família não comeriam um mamute sem que parte se perdesse. E, sozinho, jamais teria sucesso na caçada. Poderiam sim, virar a caça.

Algumas danças tinham como objetivo preparar a empreitada, onde cada integrante saberia exatamente o que fazer.

Quando a caça é farta, os erros são tolerados. Desde que o saldo seja positivo e não prejudique a sociedade.

Por que razão pessoas instruídas não observam as lógicas vantagens da associação e cooperação?

Não faltam orientações a esse respeito, não é verdade?

O homem, embora seja um ser social, busca autosuficiência para exercício e exaltação do poder.

Em determinado momento de minha vida, estava negociando uma parceria com uma empresa que venderia nossos treinamentos. Avançamos bastante no processo; quando chegamos à preparação do material de divulgação, nos deparamos com uma barreira que fiz questão de não transpor e preferi não continuar.
O pretendente à parceria nos dizia: - No processo de divulgação apenas minha empresa será “exaltada”. Você poderá apresentar seu curriculum e sua organização ao iniciar o curso, mas quero que, mesmo nas projeções, apenas meu ícone apareça.

Tomando emprestada a palavra que ele usou, para não me “exaltar”, preferi lhe dizer: - Ora, vá caçar mamute! E que seja sozinho.

Um plano de negócios precisa de participação e cooperação dos envolvidos. Aqui cabe bem a palavra “entrega”.
As pessoas precisam se “entregar” ao que estão fazendo.

Um plano de negócios precisa estabelecer o que, quando, como, por quem, para quem, para que, onde, quanto, e todas as questões que forem possíveis serem formuladas.

Perguntas respondidas estabelecem parâmetros para ação.

Com boas intenções os caçadores primitivos corriam atrás de um mamute e arremessavam lanças, sob o risco de serem atacados pelos demais. Isso, quando não o largavam e iam atrás da primeira presa que se mostrasse mais fácil, e acabavam de mãos vazias.

Com um plano de negócios, com tochas acesas, provocavam o estouro da manada, em direção a um abismo, derrubando vários, obtendo melhores resultados, reduzindo os riscos de serem atropelados.

A incompetência estratégica quando não dispersa esforços, provoca a imobilidade operacional.

Nos momentos em que todas as técnicas de gestão não permitem que conduzamos nossas empresas ao desenvolvimento de um plano de negócios com sucesso, um bom caminho é dar uma olhada para trás, no tempo, e ver como nossos antepassados lidavam com os mamutes!

Afinal, um plano de negócios é muito mais do que um pacote de boas intenções.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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Como estão seus planos de negócios?


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O primeiro milhão

O homem sonha em ser milionário por causa do conforto, segurança, poder, atendimento a sonhos e projetos de vida.
Para atingir essa condição dedica horas aos estudos, reuniões, debates, trabalhos.
Há um detalhe importante nesse processo que afeta as pessoas, ainda que de modos diferentes: Não há garantias de sucesso.

Sempre encontramos pessoas que se mostram desinteressadas na riqueza e em seus discursos falam da pouca importância que o dinheiro tem em suas vidas.
É um discurso frágil, pouco podemos fazer sem dinheiro, mesmo com alma filantrópica.

Gostar da riqueza é um passo importante para consegui-la.
O que quer que você pense em fazer, precisará de recursos financeiros.

Para se dedicar à descoberta de medicamentos para o combate ao câncer é necessário um pouco de dinheiro?
Pouco? Não, muito!

Quer dar uma boa educação aos filhos? Dinheiro!

Um bom programa de saúde? Dinheiro!  A não ser que esteja disposto a deixar a saúde da família e educação dos filhos por conta do governo, mesmo assim ainda sobrará alguma conta a ser paga com remédios e material escolar.

Que tal um curso, não só para ser mais competitivo no mercado, mas para não ficar defasado e correr o risco de perder o emprego? Dinheiro!

Uma vela para o santo? Dinheiro!

Alguns amigos, com histórias de sucesso, achavam que tinham que fazer um pouco mais nesta vida. Viagens, teatros, passeios não eram suficientes.
Criaram um orfanato. Pequeno, abriga poucas crianças, todas têm assistência de primeira ordem até que sejam adotadas.
Tiveram que rever o valor que davam ao dinheiro.
Estão felizes com o projeto? Muito, mas “trabalham dobrado”.
Quando lhes perguntam se é complicada a gestão do projeto, a resposta é direta: - Claro, tudo custa...

O ditado que nos coloca de frente com essa realidade é este: “Na vida, não há refeição grátis”. Aqueles que as recebem devem saber que alguém está pagando a conta.

Portanto, não faltam razões para que nos empenhemos na busca da riqueza.

Que tal, então, ser milionário?

A condição só será reconhecida quando você atingir seu primeiro milhão. Este é o primeiro degrau da escada.

Caso já tenha alcançado a marca parabéns, você está no caminho certo, mas se ainda não a atingiu é importante avaliar o que está fazendo para esse fim.

Quanto está poupando mensalmente e quanto tempo levará para atingir a marca?

Ah, você reinvestiu o que poupou e espera acelerar o processo? Excelente, agora acompanhe o retorno. Não descuide...

Hum, não começou ainda, está cursando a universidade? Não há melhor hora para especular oportunidades, bater nas portas e se apresentar.

Está estagnado? Não recebe promoções, aumentos salariais e sequer tem vontade de ir para o trabalho?
Suas chances de milhão são pequenas. Por que não levanta a cabeça e começa a olhar em volta?

Não vivemos em um país em que as pessoas enriquecem do dia para a noite apenas com uma boa idéia.
Não temos um mercado acionário que nos permite levantar fundos para investimentos arrojados com facilidade.
Nossa aversão ao risco é significativa. Temos muito que aprender sobre empreendedorismo.

Lembre-se que todos os rios correm em direção ao mar, uma condição pela qual podemos trabalhar.

O longo caminho para a fortuna passa sob o portal do primeiro milhão, então, se está interessado, pé na estrada.

Quem conseguir, manda umas dicas para os que estão caminhando a passos lentos e em estradas erradas, ok?

Olá, alguém ai está vendo o portal?

Por aqui ainda nada! Só estrada....


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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O que você pensa da riqueza?


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Sabedoria de criança para gestão empresarial

Gestão como ciência é a da escolha. Ainda que não encontremos duas maneiras de resolver um problema, teremos sempre que fazer uma escolha:

  • Procurar uma solução ou ficar parado;

  • Aplicar a única resposta que temos ou rejeitá-la.

A busca de solução é o exercício das perguntas. Especialistas dizem que fazer perguntas certas já é meio caminho andado.

Há, contudo, um aspecto importante no processo: a forma como vemos a questão.  

A sabedoria, resultado do conhecimento, é norteadora do nosso sucesso, mas algumas questões, quando novas, precisam ser olhadas com um pouco de inocência. Desse aspecto surgem respostas inusitadas.

Nesse sentido as crianças são fenomenais.

A genialidade da criança é fruto da sua ingenuidade. Incrível poder que permite enxergar através da venda da presunção.

Algumas histórias e frases que nos permitem deliciosas reflexões:

Análise
Mãe, por que o País das Maravilhas da Alice não é maravilhoso?

Projeção
Pai, eu sei que o lobo é de mentira, mas meu sonho foi de verdade

Parceria
Um garoto de 4 anos tinha um vizinho idoso, cuja esposa havia falecido recentemente. Ao vê-lo chorar, o menino foi para o quintal dele, e simplesmente sentou-se em seu colo. Quando a mãe perguntou a ele o que havia dito ao velhinho, ele respondeu: - Nada. Só o ajudei a chorar.

Comprometimento
Os alunos da primeira série estavam examinando uma foto de família. Uma das crianças da foto tinha os cabelos de cor bem diferente dos demais. Alguém logo sugeriu que essa criança tivesse sido adotada. Então, uma menina falou: - Sei tudo sobre adoção, porque eu fui adotada.
Rapidamente um aluno perguntou: - O que significa "ser adotado"? – respondeu a menina - que você cresceu no coração de sua mãe, e não na barriga!

Cooperação
Jaime estava disputando um papel na peça da escola.
Sua mãe tinha procurado prepará-lo para a rejeição; ela temia que ele não fosse escolhido. No dia em que os papéis foram distribuídos, preocupada, foi buscá-lo na escola. Jaime correu para a mãe, com os olhos brilhando de orgulho e emoção: - Adivinhe mãe, eu fui escolhido para bater palmas e espalhar a alegria!

Identificação de valores
Num dia frio, um rapazinho, cerca de 10 anos, descalço, estava em pé em frente a uma loja de sapatos, olhando a vitrine e tremendo.  Uma senhora se aproximou e disse: - Você está com pensamento tão profundo, olhando essa vitrine! - Eu estava pedindo a Deus para me dar um par de sapatos - respondeu o garoto... A senhora tomou-o pela mão, entrou na loja e pediu ao atendente para dar meia dúzia de pares de meias para o menino.  Ela também perguntou se poderia conseguir-lhe uma bacia com água e uma toalha. O balconista rapidamente atendeu-a e ela levou o garoto para a parte detrás da loja, se ajoelhou e lavou seus pés pequenos e secou-os com a toalha.
Nesse meio tempo, o empregado havia trazido as meias. Calçando-as nos pés do garoto, ela também lhe comprou um par de sapatos. Amarrou os outros pares de meias e lhe entregou.  Deu um tapinha carinhoso em sua cabeça e disse: - Sem dúvida, vai ser mais confortável agora.
Assim que ela se virou para ir, o garoto segurou-lhe a mão, olhou seu rosto diretamente, com lágrimas nos olhos e perguntou: - Você é a mulher de Deus?

Solução de problemas com visão alternativa
Um gestor, preocupado com os problemas da empresa, estava trabalhando em casa quando o seu filho de sete anos invadiu o escritório.
Irritado com a interrupção, tentou fazer com que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que era impossível procurou algo que pudesse entreter o filho.  De repente, deparou-se com o mapa mundi. Com o auxílio de uma tesoura, cortou o mapa em vários pedaços e, juntamente com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho dizendo: - Você gosta de quebra-cabeças e está querendo me ajudar. Então vou te dar o mundo para que possa consertá-lo. Aqui está o mundo todo cortado. Veja o que fazer.
Passado algum tempo o filho alegre o chamava: - Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o homem se levantou e para sua surpresa viu que o mapa estava completo. Todos os pedaços estavam colocados nos devidos lugares.
Como seria possível, apenas uma criança e ter solucionado aquela questão?
Espantado perguntou: - Filho, você não sabia como era o mundo, como conseguiu?
E, o menino, radiante - Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou a folha da revista para recortar, eu vi que do outro lado estava a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi ai que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que tinha consertado o Mundo.

Táticas
Guilherme encontra Luis na rua, com um cachorrinho no colo, e pergunta: - De quem é?
Ele responde: - Meu!
E Guilherme: - Mas você disse que seus pais jamais lhe dariam um!
-Ah, é que eu chorava todos os dias e pedia um cavalo...

Prudência
Clara queria saber por que Pedro evitava a Julia. E ele: - Nunca se meta com uma ruiva que já te bateu uma vez.

Plano de contingência
Janaina estava intrigada porque a amiga, às vezes, não deixava que a mãe a preparasse para ir à escola, e aprendera tão cedo se virar sozinha.
 A resposta foi rápida: - Não deixe sua mãe te pentear se ela discutiu com o seu pai.

Sabedoria
Pedrinho levava duas toalhas para dar banho no bichano. Jonas, intrigado, queria saber por quê: - Quando for dar banho em um gato, é bom estar preparado para tomar um também.

Experiência
Marcelo vivia levando broncas dos pais e professores, mas não se emendava. Felícia queria saber o razão da teimosia, ele: - Quanto mais erros cometo, mais esperto fico.

Identidade
Carlinhos vivia procurando pessoas parecidas com ele, Melissa perguntou-lhe a razão, a resposta era simples- Se uma pessoa tiver sarda, ela vai sentir-se atraída por outra que também tenha sarda.

Responsabilidade
Beto, com seis anos de idade, vivia dizendo que iria casar com Mariana. Todos achavam bonitinho, mas deixou a mãe intrigada quando começou a recortar de todas as revistas cheques que encontrava. Esta curiosa resolveu perguntar o motivo.
Muito sério respondeu: - Uma das pessoas, em um casamento, deve saber preencher um cheque. Mesmo que haja muito amor, é sempre necessário pagar as contas.

Desenvolvimento de relações
Gabriel, sapeca, toda semana chegava em casa e dizia à mãe que tinha uma nova namorada. Esta começou a notar que depois de lhe contar abria um caderninho e anotava o nome. Procurando entender o que estava fazendo questionou a razão daquilo.
Muito sério respondeu: - Não posso esquecer o nome, senão estraga tudo!

Escolha
Junhinho, caçulinha em uma casa, rodeado de irmãs adolescentes, estava acostumado aos comentários das maravilhas do amor. Certa tarde começou uma disputa para uso do televisor. Estas queriam assistir um filme sobre a melhor coisa do mundo.
Tentado convencê-lo pediram que lhes dessem um bom argumento, ao qual respondeu: - O amor é a melhor coisa que existe no mundo. Mas o futebol, melhor ainda!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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Como está a criança que habita dentro de você?


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Entre homens e meninos

Diz um antigo adágio que as diferenças entre homens e meninos são o tamanho de seus sapatos e o valor de seus brinquedos.

Há algo muito mais significativo e precioso que essa transição incumbe o tempo de levar embora: A capacidade de sonhar.

A poder de materialização do homem não supera a do menino de sonhar. Deitado sob um céu azul e nuvens brancas, faz destas figuras inimagináveis!

O verde para este homem feito não é o mesmo para o menino que deixou no passado. Descalço, sem camisa, com o velho e roto calção, corria, com a brisa afagando seu rosto e cabelos amarelados pelas carícias do sol, que os faziam parecer as barbas do milho.

O verde e o azul do céu, salpicados pelo colorido das flores, atraiam as borboletas e levavam o menino, braços abertos, em desabalada carreira, a segui-las e imitá-las.

Um homem jamais faria isso, seria chamado louco.

Um louco, contido em um terno cinza, como dias chuvosos, com uma gravata que lhe sufoca a vontade de fazer coisas insensatas enquanto corre pelas avenidas.

O menino não queira, mas cresceu. Não entendia porque, mas cresceu!

O brilho do sol não mais o encontra, persianas e filtros nas janelas o impede?

E os sonhos onde ficaram?

Para muitos esquecidos, para outros eram apenas bobagens, alguns os levam nas suas pastas e poucos ainda os mantêm vivos na memória.

Gabriel, o menino, já crescido, volta à sua cidade para visitar a família.  Depois de anos afastado, encontra no balcão de uma cafeteria, Clara, uma amiga dos tempos de escola, com a qual conversava e dividia os sonhos. Faziam planos, para ela a realização seria viajar pelo mundo.

Depois de conversarem um pouco e contar o que tinha feito, feliz com o reencontro, o rapaz, olha-a com carinho e pergunta: - E os seus sonhos?

Como se nada daquilo tivesse significado e sequer lhe importasse mais, nem mesmo aquele momento, ela responde: - Cresci!

Nossas universidades estão repletas de jovens correndo, de braços abertos, enquanto sonham. Para impedir suas loucuras os fazemos crescer e esquecer os delírios de criança.

Não os incentivamos a empreender, a criar, a imaginar.

Agimos como o pai que dá ao filho o mais belo e colorido carro bombeiro que encontra e se irrita ao vê-lo, alguns minutos mais tarde, brincando apenas com a caixa.

Como? Aquilo custou uma fortuna e o garoto não dá valor!

O carro de bombeiro talvez fosse seu sonho de criança, não o do filho. Mas, e a caixa?

Ah, a caixa...

Esta é a nuvem que pode assumir todas as formas. Um carro, uma casa, um avião, um foguete. Depende apenas da imaginação.

Em época de festas, muitos presentes nos serão dados, muitas caixas estarão sobre nossas mesas. Champagnes, vinhos, whiskys, agendas.

Que tal reunir os amigos, abri-las sob um céu azul, sentindo o  calor do sol, enquanto recuperamos nosso velho e peralta modo de ser, deixando que caixas e nuvens tomem formas, que resgatem nossa capacidade de sonhar, sentido a alegria de viver entre homens e meninos?

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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Como está sua capacidade de sonhar?


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Organograma Funcional, Organograma Psicológico e suas relações

Em uma abordagem direta, podemos dizer que organograma é um gráfico que apresenta a estrutura formal de uma organização.
Como representação gráfica é possível demonstrar as relações hierárquicas, distribuição dos setores, unidades funcionais, cargos e a comunicação entre eles.
Podemos tratar do organograma por tipos:

Clássicos ou vertical
É o tipo mais comum, desenvolvido com retângulos para representar setores, áreas, funções e linhas que estabelecem as relações hierárquicas e de comunicação.

Temos os não clássicos:

Em forma de barras
Estruturado com retângulos a partir de uma base vertical, onde o tamanho do retângulo demonstra a relevância da autoridade que representa.

Setoriais
Elaborados com círculos concêntricos, que representam os níveis de autoridade a partir do círculo central, onde está disposta a autoridade máxima (CEO, Presidente, Gerente Geral).

Radial
É usado quando se quer ressaltar o trabalho em grupo, sem a preocupação em representação hierárquica. É o mais usado em instituições modernas do terceiro setor.

Lambda
Usado para representar áreas, setores, funções que possuam características comuns, normalmente é configurado em formato de L. Lambda é a letra L do alfabeto grego, por isso essa designação.

Bandeira
A diferença em relação ao tradicional é que os retângulos são ligados na extremidade, não na lateral ou parte superior, com isso estabelece o formato de uma bandeia.

Organograma Linear de Responsabilidade
O objetivo não é apresentar a hierarquia, mas sim relação entre atividades e os seus responsáveis.

Informativo
Configura o máximo de informações relacionadas com cada unidade organizacional da empresa.

Esses recursos gráficos seriam suficientes para nos dar informações para gerenciamento de todas as situações?

A princípio parece que sim, não?

Digo que não por uma questão básica: comando e liderança são coisas diferentes e estas criam, devido o estabelecimento de forças, organogramas informais, de cunho puramente psicológico.

Há um aspecto delicado em gestão, poucas vezes abordado na literatura, que é a delegação por omissão. A omissão de um gestor provoca o surgimento de lideranças, que em outras ocasiões não se manifestariam. O novo líder não surge por seu perfil ou suas ideias, mas por responsabilidade e muitas vezes indicação do grupo que clama por representatividade.

Momentos de crises são campos férteis para o estabelecimento de fortes relações informais que mudam o exercício da autoridade. Autoridade esta não delegada, mas assumida.

Não precisamos tratar necessariamente do fechamento de uma fábrica, por exemplo. Questões muito mais simples servem de referência, como uma apresentação de resultados, a negociação de maior prazo em um projeto, negociação salarial para um grupo ou setor, situações que exijam exposição e algum risco.

O organograma psicológico, muitas vezes, se estabelece por conveniência, com linhas claras de autoridade técnica e política. A fidelidade do técnico competente permite-lhe exercitar sua autoridade técnica sem prejuízo político ao superior.

Interlocutores incautos, ao não entender essas relações, provocam riscos de desconfortos, razão pela qual a área de recursos humanos é fundamental no gerenciamento de crises que envolvem as forças formais delegadas e as psicológicas assumidas.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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As relações definidas no organograma de sua empresa funcionam de fato?


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O Brasil não exportará produtos, se não exportar conceitos acabados

Quais são os pontos que integram os discursos quando falamos em supremacia de produtos?

Excelência em qualidade e relevância de marca, correto? Estes são os aspectos que dão substância aos produtos chamados Premium.

Ora, por serem Premium merecem uma recompensa. Esta ocorre quando o consumidor se dispõe a pagar por esses produtos preços Premium. Correto, novamente?

O mundo está aberto a essa classe de produtos? Você, certamente, responderia que sim e ainda seria capaz de elaborar uma lista com exemplos.

Pensemos um pouco: isso ocorre por alguma razão especial, não apenas ligada a uma empresa, mas sim a regiões e países.

É importante bater nessa tecla, e se gastar ou quebrar colocaremos outra para continuar batendo.  Se isto não for entendido, nunca teremos sucesso em exportação que não seja de matéria bruta!

Quando pensamos em produtos nobres, não nos vêm à mente apenas marcas, mas origens.

Faça uma pequena pesquisa. Para não ficar preso aos seus próprios conceitos, peça a opinião dos amigos. Escolha pelo menos uns dez. Quanto mais, melhor.

Esse raciocínio é interessante e você pode fazê-lo com três colunas: na primeira coloque os produtos, na segunda o país de origem e na terceira a marca.


Experimente com:

Bacalhau

Vinhos

Champagne

Queijos

Chocolate

Calçados

Perfumes

Whisky

Cognac

Jeans

Câmeras fotográficas

Ferramentas

Relógios

Bom, estes são apenas alguns itens, elabore sua lista de acordo com seus interesses e curiosidade.

Você notará que as pessoas dão grande valor à origem. Não apenas porque determinados locais são mais ou menos propícios àquela produção, mas porque há um glamour.

Você prefere uma cachaça brasileira ou suíça?
Um café brasileiro ou do Alaska?

E que tal um guaraná chinês? Muitos diriam que na China não tem guaraná!

Acredite, já fiz esse teste e as pessoas dizem: prefiro o nosso. E, muitos que experimentaram, sem ter visto o rótulo, acharam estranho o sabor. Mesmo depois de lhes ter mostrado que o guaraná que tomaram era nacional se mostraram incrédulos, e insistiam que tinha alguma coisa diferente.

Por que razão a origem é importante?

A origem tem como testemunha a história!

Esse é um aspecto que as pessoas que buscam produtos Premium valorizam. Estas não são consumidoras, mas fãs.

A degustação, o uso, a exposição de seus Premiums seguem um ritual. O assunto não se restringe ao aroma, ao sabor, ao toque, ao visual, mas ao prazer.

Produtos Premium extrapolam a arte da fabricação porque são prêmios pelo sucesso.

Produtos Premium são símbolos de riqueza, de poder, de metas alcançadas.

Não devemos pensar na riqueza em sentido pejorativo, afinal riqueza é abundância na sociedade em que se vive.

Note, então, que a origem não exporta produtos, mas conceitos. Conceitos acabados, frutos de experiências registradas e contadas com glamour.

A imagem é tão valiosa que a referência, muitas vezes, não se conecta a prédios modernos, mas à fotos amareladas de velhos pioneiros, em galpões precários, ao lado de tonéis desgastados, descalços, pés no chão.

Ali começavam a se formar os conceitos. Hoje, acabados, recebem marcas e são exportadas sob bandeiras de grifes.

E, antes que me esqueça, produto Premium, tem preço Premium e, consequentemente, margem Premium.

E, assim, ou aprendemos ou importamos.

A história, sempre inacabada, ao futuro dirá o que o presente registrou!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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Seus produtos são Premium?


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Especialização, o que é isso e como ocorre?

A palavra especialização é largamente usada no mercado para  segmentos de negócios ou  profissões. As mídias também anunciam, com frequência,  cursos de especialização para todas as carreiras.

Tenho amigos especialistas em especializações! Adoram estudar e sempre   fazem  cursos. A palavra especialização gera para eles enorme  atração.

Para o  leigo ou pessoas pouco  informadas em algumas áreas, debater  com alguns deles  fica até um pouco complicado, sabem tudo, de tudo! Praticam pouco, é verdade, mas estão lá se atualizando.

Conversando sobre carreira com alguns profissionais, um deles dizia: - Sou generalista. Devido a praticidade com que trato questões complexas, cálculos,  e por ter uma forte tendência à racionalidade, acabei gerenciando e dirigindo as áreas fabris, marketing, administração e finanças. Não me especializando num assunto especificamente. Meu negócio é gestão, trato os assuntos com facilidade, e quando necessito avançar onde não domino, adiciono competência. Procuro alguém que tenha a devida experiência e informação para me dar as respostas que preciso.

Imediatamente lhe foi dirigida uma pergunta: - Nunca houve um assunto pelo qual você se interessasse mais?

Resposta: - Sim, sempre aparecem aqueles que nos agradam  mais e outros menos. Mas de acordo com as tarefas com as quais  me envolvi,  fui estudando, aprendendo e  desenvolvendo algumas habilidades. Chego a pensar que estudei mais os assuntos que menos gostava, por uma razão muito simples: precisava  minimizar meus erros e melhorar a assertividade. O fato é que alguns assuntos  entendo  com profundidade e  muitos outros superficialmente.

Esta afirmação do nosso colega nos leva a algumas reflexões:

Muitas pessoas optam por realizar determinados cursos  por observarem oportunidades naquela área. Outras, por estarem atuando, desenvolvendo uma determinada tarefa, se sentem obrigadas a buscar  mais conhecimento, porém, uma quantidade significativa de profissionais acaba não escolhendo, especificamente,  a área em que ira atuar.

A profissão sim, mas aquele segmento específico é resultado de oportunidades que surgem.

Você pode cursar uma faculdade  de administração, ingressar em uma empresa,  iniciar sua trajetória no PPCP ( área de planejamento, programação  e controle de produção) e depois fazer uma bela carreira nas áreas administrativa e financeira dessa mesma organização, tornando-se um especialista em finanças, sem que esse tenha sido o seu  foco.

A questão a ser colocada é: Por que uma pessoa que desenvolvia trabalhos em gestão fabril ao mudar de área se especializou  em finanças, sem que tivesse essa pretensão no desenrolar da carreira?

Uma conclusão dessa conversa entre nossos colegas, que já tinha ouvido algumas vezes  e considero bastante interessante, é que de fato nós não nos especializamos, algo em nós é que se especializa.

Passamos a compreender determinados assuntos com mais facilidade que a maioria dos profissionais, com isso nosso desempenho passa a ter mais destaque, somos mais requisitados, nos envolvemos cada vez mais e seguimos  nos aperfeiçoando em tratar aquelas questões.

Aumentar nosso potencial profissional é importante, então esteja atento às  coisas que  vêm se especializando em você.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo



Para você , o que é especialização?


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Coração de artista, cabeça de sonhador

Sempre é tempo de reflexão!

Aquecimento global, sustentabilidade, incertezas  nos levam a uma série de questionamentos.

Vivêssemos mil anos o que veríamos?

Como será o consumidor do futuro?

Ainda se encantará com o velho jeans e a camiseta branca ou usará roupas futuristas?

Que expectativas terá que precisarão ser atendidas, e quais serão criadas ou despertadas?

O homem está de volta à caverna em busca de segurança e proteção. Com muito mais conforto, afinal esta se tornou eletrônica. Não bate mais tambores, simples toques nas teclas o colocam em contato com o mundo.
Sem cabo, nem fios, mas simples ondas atravessam mares e oceanos.

Como será o homem do futuro?

A magia da bola de cristal foi substituída pelas telas de cristal líquido, que lhe permitem com muitos megabytes fazer suas previsões.

Como será o homem do futuro?

Altruísta, solidário, espiritualista ou egocêntrico e materialista?

Como será o homem do futuro?

Sociável ou solitário?

Resgatará o prazer de conviver com o as tribos ou será um errante pensador?

Como será o homem do futuro?

Preocupado e engajado com o destino das próximas gerações ou um voraz consumidor?

Como será o homem do futuro?

Entendê-los, para alguns uma ficção, para muitos uma necessidade.

Como será o empresário do futuro?

Óbvio produtor ou mágico criador?

Como será o empresário do futuro?

Cuidará do nosso planeta ou nos levará em suas naves para Marte?

Como será o empresário do futuro?

Atenderá nossos apelos ou despertará emoções?

Como será o empresário do futuro?

Individualista ou coletivista?

Como será o empresário do futuro procurando atender os homens com seus produtos e marcas, enquanto tenta superar os próprios limites de seu coração de artista e cabeça sonhador?

Perguntas não me faltam, respostas encontro poucas.

Como será o futuro do futuro homem empresário?

  
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo


Como será o homem do futuro?


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Precisam, mas não tem interesse

Um profissional de gestão que acabou se tornando um amigo, depois de anos trabalhando e adquirindo experiência, concluiu que era a hora de levar ao mercado um pouco do que sabia.

Treinamentos, workshops, palestras, no seu entendimento, deveriam ser o caminho.

Fez abordagens durante algum tempo, contatou quem conhecia, quem não conhecia, empresas que vendem cursos, mas não gostou do que viu.

Buscou patrocínio e não teve sucesso.

Contas dificilmente atrasam para nos alcançar.  Fazendo cálculos e assediado por uma proposta, colocou um fim na empreitada e voltou para seu “habitat”, como costuma chamar.

Não teve nenhum retorno do que investiu, e o aprendizado, conforme diz, é que, de graça, aqui as coisas são muito caras. O apoio financeiro é praticamente inexistente e ainda que você pague do bolso poucos valorizam.

Eu sei como ele se sente, afinal estamos na área de consultoria e treinamento já há um bom tempo e na família tivemos pessoas trabalhando com eventos culturais.
Estive em muitos, não eram caros não, mas as salas se apresentavam constantemente vazias.
Sou daqueles que gostam  de teatro de bolso, pois cada encontro uma surpresa!
Vamos nos deparar com apresentações muito interessantes e também com aquelas terríveis, mas assim se fazem experimentações e se aprende.

Na conversa, nosso amigo ficou sabendo que em determinada época, para um livro, buscamos patrocínio e depois de dois mil contatos, recebemos mil respostas negativas. Interessante, foram exatamente mil.
Havia um projeto associado à formação de jovens para uma determinada função no mercado, que costuma gerar rendimentos interessantes, e que os permitiria atuar sem necessariamente ter um bacharelado, mas acabou na gaveta.

Surgiu, então, a idéia de escrevermos um livro sobre a difícil tarefa de busca de patrocínio com o título “Mil Vezes Não”. Não levamos em frente por duas razões: Teríamos que bancar o livro e quem se interessaria em ler?
As pessoas envolvidas diziam: - Esse não é nosso negócio. Nossos projetos, aqueles que nos permitem pagar as contas, não podem ser prejudicados.
E assim algumas idéias permanecem no rol apenas das boas intenções. A materialização dependerá de muitos fatores.

Como costumo anotar as respostas e guardar os e-mails, amigos que pediram para ler as razões das rejeições ficaram surpresos com a arrogância em muitas delas. E nos perguntaram como nos sentíamos com aquilo.
Simples, sabíamos que seria difícil e que daríamos um tempo para as coisas acontecerem, caso contrário tocaríamos nossa vida, fazendo o que sabemos com o que temos.

Lembro de um violonista brasileiro, simplesmente espetacular, que faz grande sucesso no exterior e aqui a carreira não deslanchava, dizer em uma entrevista que nós brasileiros fazemos sucesso quando colocamos os pés no aeroporto.

Por alguma razão, nosso comportamento não nos leva em busca do conhecimento e desenvolvimento da própria cultura. Estamos ou sempre fomos, uma questão a ser debatida, muito presos ao “enlatado”.

Outro aspecto que incomodou esse meu amigo foram as respostas: “Não temos interesse!”

Ele me dizia: - Poderia me explicar, como pode uma empresa, que sei que tem  problemas, dizer que não tem interesse?

Ora, mais uma questão simples: quem responde não é a empresa, mas um dos gestores.
Ele até pode ter consciência do problema, se é que tem, mas não tem a menor preocupação com a solução.
Corresse o risco de perder o emprego, certamente faria alguma coisa, mas qual é a probabilidade?

Existem também aqueles que são os donos dos negócios é verdade, porém nesse caso a questão é mais complexa. Não pensam na solução, mas no gasto que terão. Acreditam que são capazes de resolver, sem interferência, entre outras tantas razões.

Já conduzi projetos de fechamento e venda de empresas, onde gestores ainda se diziam capazes de reverter a situação, mesmo no momento fatal.

Assisti reunião onde um executivo perdeu o emprego, apesar de ter um projeto na gaveta para solução do problema. Fora voto vencido nos debates e as medidas foram redigidas para que as implementasse e também se safasse.
Não o fez e tentou sobreviver com o silêncio.
No jargão empresarial: Caiu!
Precisava, mas não tinha interesse...

Precisar e ter interesse podem estar em lados opostos de uma moeda.

Você tem interesse em ir ao dentista? Normalmente não, tá certo? Vai porque precisa. Assim são muitas coisas na vida.
Vai ao médico por que tem interesse ou por que precisa?

Não nos faltarão, jamais, pessoas precisando de ajuda e que não tem interesse.

A regra, ainda que difícil de ser aceita, é não perder tempo com desinteressados.

Um dia eles estarão. A questão é se terão tempo, mas isso não depende de nós.

Depois de algum tempo de conversa, ele me disse: - Entendo suas colocações, mas não me conformo.

Respondi: - Ora, você tem interesse nesse conforto, mas não precisa!

Alguns minutos de silêncio para reflexão e um sorriso.

Não perguntei, mas o que deve ter pensado?

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
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Precisam, mas não tem interesse