quinta-feira, 27 de abril de 2017

O céu pode esperar a vida não

Vamos todos morrer!

Quando digo isso, ouço: - Que medo!

Chamo as pessoas que usaram essa expressão e digo: - Vamos fazer um vôo panorâmico sobre uma das mais belas imagens brasileiras, as Cataratas do Iguaçu?  

Resposta: - Que medo!

Medo de novo?

Há muito medo para uma vida tão curta...

Medo do primeiro baile, da primeira dança, de voar, de viajar de trem, do primeiro namoro, do primeiro beijo, do primeiro filho, do primeiro dia na escola, do último dia na terra!

Sabe o que a gente descobre refletindo sobre esse assunto?

Nosso medo não é da morte, temos medo é da vida. Um enorme medo de morte da vida!

Para que viver tanto se não somos capazes de aproveitar nossos dias? Relembra-nos uma sábia observação que “importante não é quantos anos você terá de vida, mas quanta vida terá nesses anos”.

Mortos, não sabemos se vamos subir, descer ou passar para o outro lado. A passagem nos transformará em espírito de luz, vagaremos sob lençóis ou, quem sabe, arrastaremos correntes?

De concreto temos o fato de que este ciclo um dia acabará. Que medo!

Pessoas podem lhe dizer que coisa mais lúgubre, sinistra, mas esses fatos fazem com que nos lembremos de dar um sentido de urgência aos atos na vida.

Pense um pouco e me responda: - Quantas pessoas você encontra que lhe diz “estou me matando de trabalhar e mal consigo pagar as contas”?

Trabalhar dessa forma não assusta, mas diga-lhe: - Proteste, exija seus direitos!

Sabe o que você ouvirá? Que medo!

Temos uma ordem de fatores que nos penaliza brutalmente e não questionamos. Lamentamos, mas aceitamos.

Veja, deveríamos trabalhar para obter renda para nosso sustento. Ao gastarmos pagaríamos impostos. O que ocorre?

Trabalhamos, com isso geramos renda, pagamos impostos, só depois podemos gastar o que sobrar. Ao gastar pagamos impostos novamente!

Por que pagar tantos impostos? Muitos dirão à você: - Para obras em benefício do povo!

Lamento informá-lo, mas a história, em todos os cantos do planeta, mostra que uma pequena parte é para obras, o grosso sustenta as farras palacianas. Muito dinheiro aplicado para atender o interesse de poucos e dos eleitos.

Como diz George Orwell em sua obra A revolução dos bichos: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.”

Ao ver as pessoas indignadas  com o descaso dos governantes com o dinheiro digo: -Protestem, contestem!

Vozes em uníssono respondem: - Que medo!

O que tem feito com que o homem se mate de trabalhar e não obtenha os benefícios esperados não é a ignorância, mas a negligência.

Note que num primeiro momento desconhecemos nossos direitos, mas não demora para que alguém, aos nos ouvir reclamar, nos dê algumas dicas e pistas, às quais damos pouca importância. Ao continuarmos reclamando recebemos novas informações que nos permitem refletir e verificar que já temos conhecimentos suficientes para agir, mas negligenciamos.

Escolhemos mal nossos representantes no governo, não por que nos faltem informações, mas porque tratamos o assunto com desleixo. Estes votarão pelo aumento de impostos, para pagá-los nossos esforços farão com que nos matemos de trabalhar.

Faça uma continha boba, simples;

Pagamos mais de 40% de impostos sobre nossos rendimentos.
Transforme os rendimentos em dias.
O ano tem 365 dias. Esqueça o ano bissexto.
Isso significa que, pelo menos, 40% dos dias entregamos para o governo.
Esse cálculo mostra que, grosso modo, 148 dias do ano, nos são retirados. Com lamúrias sim, com contestação não!

O que fazemos para recuperar uma parte? Trabalhamos mais, cedendo, também, uma parcela dos novos rendimentos ao governo.

Não está na hora de pararmos de nos matar de trabalhar, afinal o céu pode esperar, mas a vida não?

Vamos protestar?

Que medo!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Grandes ideias, projetos inacabados

Um dia você acorda e tem uma ideia que julga fantástica, se apressa para ir ao escritório, chegando lá descobre que não consegue torná-la realidade.

Novos projetos, novas ideias, estão presentes o tempo todo.  O “estalo”, como costumamos chamar, pode ocorrer durante o sono, embaixo do chuveiro, tomando cafezinho na padaria, na sala de aula, levando uma bronca do chefe, à beira da piscina, correndo para escapar da chuva. Você não escolhe o lugar.
Naquele momento não temos a impressão de receber apenas uma luz, mas de ter todo o caminho na cabeça, com a clareza necessária.

A dificuldade começa quando você resolve explicar para as pessoas o que tinha em mente ou quando resolve escrever “o fantástico projeto”.
A descrição, muitas vezes, não passa da quinta linha da redação, e quanto mais o tempo passa, menos claro os detalhes ficam.
Nossa reação pode ser simplesmente deixar aquela questão de lado, nos irritarmos tentando recuperar os detalhes que acreditávamos estar em nossa mente e se apagaram, ou, muitas vezes, ficar lutando com os “flashes” freqüentes que nos provocam.

Quando temos uma questão pendente, à qual gostaríamos de dar um melhor encaminhamento, nosso subconsciente fica lá, sem que percebamos, procurando uma solução.
Quando a enxurrada de informações e supostas soluções vêm à tona, fica difícil registrar todos os detalhes, mas podemos usar uma técnica para acomodá-las.

A técnica é simples e consiste em fazer o máximo de perguntas possíveis para que possamos concatenar as ideias.
O que, como, quando, porque, onde, para quem, quem, para que, podem conduzir o trabalho, facilitando sua estruturação.
Há um ditado que diz: “Para se encontrar a resposta para uma questão basta perguntar sete vezes por quê?”

A condução de um problema com perguntas facilita a busca da solução, organiza o pensamento e a forma de especulação.
Um projeto capaz de responder a todas as perguntas é um projeto estruturado, onde se buscou antever problemas e antecipar soluções, portanto a técnica das perguntas aqui encontra forte respaldo.

Sendo isso tão óbvio, porque não aplicamos a técnica com freqüência?
Pelo simples fato que nos falta método, normalmente, para condução de questões mais complexas.
A nossa impaciência, frequentemente, não nos permite explorar e materializar boa parte de nossos pensamentos.

Note que em reunião e em trabalhos em equipe é muito comum a tentativa de imposição de opiniões, mais até do que de exploração de possibilidades.
Pudéssemos pegar qualquer projeto em um laboratório, ou mesmo em uma universidade, e confrontá-lo com os semelhantes desenvolvidos mundo afora, ficaríamos surpresos com as barreiras à exploração dos diferentes pontos de vista e em relação às perguntas que poderiam ter sido feitas.

Você já se surpreendeu com o sucesso de um projeto que já lhe tinha ocorrido, mas não levou muito a sério?
Não se preocupe, não se aborreça, você não é o único.
Impaciência, teimosia, convicção, soberba, qualquer que seja a razão, supere-a e, na próxima, vez dê mais crédito às sugestões que lhe forem dadas, principalmente quando envolverem suas ideias e comece a levá-las mais a sério.

Muitas garantirão o seu sucesso!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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sexta-feira, 7 de abril de 2017

O homem, a empresa e o lucro

Uma antiga frase diz que riqueza não traz felicidade, contudo uma certeza todos nós temos: riqueza, pelo menos, reduz consideravelmente a infelicidade.

Pergunte ao pai de família que não tem como mandar o filho à escola, ao parente do doente que não tem como hospitalizá-lo, ao trabalhador que tem que ficar horas na fila do lotação e precisa tomar três conduções para ir ao trabalho e mais três para voltar para casa, o que pensam da riqueza.

Essas pessoas não tratarão riqueza no sentido de excessiva fartura, mas no sentido de mínimo conforto.

Onde está a riqueza deste país que cobra a maior taxa de juros do mundo, que arrecada impostos absurdos, que destrói, principalmente, as pequenas e médias empresas, sustentáculo de nossa sociedade?

Onde está a responsabilidade dos governos eleitos, que não aproveitam a grande oportunidade que o mundo está nos dando de crescer e nos estruturarmos, ao invés disso aplica uma nova derrama no país?

O homem ao criar empresas oferece conforto com seus produtos e este deve ser recompensado com o lucro.

A única razão da existência de um empreendimento é o lucro; sem este, nem entidades assistenciais sobrevivem.

Vemos pessoas trabalhando mais de doze horas por dia para entregar aos nossos governantes um terço de sua produção, sem obter nenhum benefício.

Todo dinheiro aplicado em um negócio é fruto do esforço despendido pelo homem em algum momento de sua vida, portanto pecado é não exigir que este valor seja remunerado decentemente, pecado é negligenciar esse fato e desperdiçar essa importância.

Cada pequena empresa destruída coloca pelo menos uma pessoa em condições miseráveis.

Sempre ouço que uma série de pequenas e médias empresas quebrou por falta de vocação e talento de seus empreendedores, mas na verdade muitas quebraram por falta de lucro, de condições de sobrevivência.

Não são poucos os amigos e pessoas conhecidas que por terem mostrado competência nas empresas por onde passaram acumularam algum capital e abriram seus negócios, para logo em seguida naufragarem.

Nadar alguns quilômetros pode ser possível mesmo para algumas pessoas não treinadas, contudo quando se é jogado no meio do oceano o destino é um só.

A legislação, a burocracia que cerca nossas empresas, a política econômica e fiscal neste país são verdadeiras aberrações, de forma que para abrir uma empresa é preciso mais que vocação e talento, é preciso um ato de coragem.

O empreendedor deveria receber não uma licença para produzir e comercializar e sim uma medalha por bravura.

Uma propaganda insiste em dizer que o brasileiro não desiste. Verdade, realmente não desiste para sorte de muitos, pois o dia que desistir e deixar de acreditar vai colocar muita gente para correr.

O dia que deixar de acreditar vai votar com mais seriedade, vai cobrar mais, vai exigir seus direitos, vai passar a ter direito a uma parte da riqueza que este país é capaz de gerar e vai ser mais feliz.

A partir desse dia os homens criarão suas empresas, passarão a ter direito ao lucro, serão menos espoliados e viverão de forma mais digna.

Jamais havia considerado essa hipótese, contudo neste momento não me parece absurda a idéia de dizer: Desista! Vá as ruas exigir seus direitos, sua parte da riqueza que um dia ajudou a criar e caso não tenham nada a lhe dar, volte pelo menos com a liberdade de criar uma empresa e poder viver com dignidade, sem ter como destino o risco da miséria.



Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Visão empresarial: Comprometimento ou aceitação?

Uma tarde, estávamos em reunião debatendo os planos para o ano que se aproximava. Foi apresentada uma reflexão que o grupo julgava poderia ser caminho a ser seguido e os resultados que seriam gerados.

Todos ouviram com atenção e um dos sócios disse: “Interessante, obtendo sucesso vocês ficarão ricos!”

Imediatamente seu sócio saltou na cadeira e exclamou: “Eles não, eu”, como se naquele momento não tivesse participação nos resultados.

Foi difícil trazer o pessoal de volta ao debate, mesmo assim logo encerramos a reunião.

Ficava claro que aquela expressão dizia: “minha visão e meus resultados e sua visão, mas meus resultados”.

Como gestores, temos que ter em mente que a minha visão não é importante para você, “a única visão capaz de motivá-lo é a sua visão”, como diz Peter Senge.

Visão compartilhada é fundamental para a se obtenha o comprometimento com a criação do futuro, caso contrário haverá apenas a aceitação.

Imagine estas situações no estabelecimento da declaração de visão: uma ou duas pessoas a redigem, ou, apesar de ser resultado de reunião de grupo, prevalece a posição dessas pessoas.

Os outros colegas reunidos não terão o menor sentimento de propriedade da visão, considerarão apenas que cumpriram a tarefa.

A declaração redigida pode seguir alguns caminhos: ser emoldurada num quadro de vidro e afixada nas paredes, poucos saberão dizer exatamente o que está escrito naquele documento. Pode ficar na gaveta da secretária ou em outro lugar, e quando solicitada se torna um trabalho arqueológico encontrá-la.

Já me deparei com casos onde a declaração de visão foi revisada e ninguém na empresa era capaz de dizer qual versão estava valendo, “não fora datada”. A princípio, a sugestão de colocar uma data resolvia tudo.

Qual a importância que essa declaração tinha para as pessoas que lá trabalhavam?

Com o que deveriam se comprometer?

Isso não demonstra que não estavam comprometidos com a empresa.  Não estavam comprometidos com aquela declaração.

Poderia a declaração estar em consonância com as atitudes na construção do futuro da organização? Dificilmente, estava claro que as palavras ali colocadas, para eles não faziam sentido.

Não tinham se importado de fato com a coletividade no momento da preparação; foi guardada de forma displicente; não estava afixada; não era objeto de constante observação e reflexão; os colaboradores não se sentiam proprietários daquela declaração.

Visão compartilhada leva ao comprometimento, ao compartilhamento de futuros alternativos e a identificação de modelos mentais, o que facilita significativamente a observação de mudanças no mundo empresarial e a geração de respostas mais rápidas, eficazes e eficientes.

A falta de comprometimento, liberdade para argumentação e indagação, impede que em reuniões os problemas sejam levantados e expostos como são feitos fora destas.

Quando a meta é vencer um debate, prevalece a argumentação. A indagação deixa ser um recurso válido. Cada componente não se importa em saber o que o outro pensa, uma vez que isto pode levá-lo a exposição de seus pontos fracos. Ambientes altamente políticos não são abertos a indagações.

Comportamentos defensivos levam as pessoas a se fecharem e inibem a motivação e a criatividade.

Grupos buscam uma visão compartilhada, com um só desejo: participar de algo grande e importante.

A visão para a empresa não é importante pelo que declara, mas pelo que realiza e pode fazer pelo futuro desta.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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terça-feira, 4 de abril de 2017

Liderar sem cargo é possível?

Abra uma revista, um jornal, assista uma entrevista e verá que sempre estará esbarrando no tema liderança.

Liderança muitas vezes é confundida com comando. Comando, não no sentido espontâneo, mas delegado.

Liderança, como dom, sempre é apresentada e pintada com belas cores, encontra muitos defensores, soa bem em cursos, palestras, workshops, debates, resta saber se é aceita e desejada.

Reflitamos: você não precisa contar para ninguém o resultado, então porque não ir em busca da verdade?

Você trabalhou duro durante anos, estudou , ficou até tarde na escola e na empresa, um belo dia recebe a tão esperada promoção: Virou gerente.

Algumas pessoas aplaudiram, outras torceram o nariz, você acabou reformulando a equipe, contratou uns, dispensou outros, enfim ajustou seu time.

Hoje dita o ritmo, bate o tambor e todos respondem no mesmo passo. Ótimo, tudo está uma maravilha, como você tanto desejou.

Na verdade, talvez não!

Um de seus contratados tem boa experiência,  facilidade enorme para fazer o trabalho, é comunicativo, ajuda todo mundo, costuma ter idéias incríveis, é persuasivo, tem o dom da liderança e está sempre envolvido em projetos novos.

Os outros gerentes, seus pares, o elogiam sempre e vivem pedindo opiniões a esse talento que desponta.

O trabalho do seu comandado está mais do que em dia e nesse sentido você não tem motivos para aborrecimentos. Acontece que ele passou a ser convidado para ir à reuniões, os diretores sempre o consultam, ele se tornou o centro das atenções.

Algumas das sugestões que você apresentou nessas reuniões foram superadas pelas de seu comandado, com justiça, afinal eram melhores e mais sensatas, e cada dia mais  networking dele se fortalece.

Os trabalhos em grupo dificilmente não contam com sua presença ou até mesmo sua coordenação.

Pelos cantos já se ouve o interesse em delegar uma gerência a esse recém-chegado, objetivo que você atingiu depois de percorrer longa estrada.

Nas reuniões com sua equipe, com méritos, ele tem se tornado o centro das atenções. Ouve, apresenta sugestões, resume bem o assunto, encaminha as soluções, e, em alguns momentos, ele tem o controle total do grupo.

Não raro, você é um coadjuvante no processo.

Você aceitaria essa liderança sem qualquer contestação? Seria capaz de elogiá-la e ajudá-lo a crescer na empresa ou isso o incomodaria e seria motivo para algum rancor?

Segundo alguns amigos, talvez até aceitassem, mas certamente o couro do tambor romperia.

Um deles, quando fizemos essa brincadeira, foi taxativo: Nem morto!

Tivemos opiniões do tipo: Isso não existe, ninguém consegue ser “ tão perfeito”.

Outra opinião: Ajudaria sim, assim afastaria o perigo mais rápido. Perder meu cargo, heim?

Tivemos opiniões favoráveis, mas algumas, o grupo não achou muito sinceras!

Em uma contagem apertada,  acho que teríamos 50% dizendo que aceitaria e a outra metade se sentido extremamente desconfortável.

Para encerrar o assunto e acabar com a barulheira das conversas paralelas, alguém propôs a seguinte pergunta: - Liderança nas empresas, sem cargo, é possível?

Rapidamente ouvimos alto e em bom som: Depende...

Resumo da ópera ou do grupo: Teoricamente sim, mas na prática depende!

Você, o que acha? Desculpe, não precisa responder, esse era nosso trato.

Ivan Postigo
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segunda-feira, 3 de abril de 2017

Gestores empreendedores e gestores administradores

O modo como as pessoas dirigem negócios sofre influências de suas experiências, formação curricular, talento, mas principalmente de sua vocação para desbravamento de mercado.

A pessoa com perfil empreendedor é arrojada, tem gosto pelo risco, é extremamente ativa, está sempre em busca de novas fronteiras e barreiras a serem superadas. Apresenta novos projetos, debate-os, está sempre em movimento, questionando, perguntando, apresentando possibilidades, avançando com as propostas e desistindo.

Quando muito arrojadas, pelos debates que gera, passa de gênio a louco e de louco a gênio em curtos espaços de tempo.

Pude observar  profissionais extremamente empreendedores que desenvolveram fantásticos projetos, mas também alguns desastres.

O gestor com perfil administrador é bastante cauteloso, avesso ao risco, busca manter a ordem e o ritmo dos negócios, procura inovar e explorar o mercado sem  tanta agressividade.

Ninguém é totalmente empreendedor ou administrador, todos nós  temos um pouco de cada uma dessas características, o que ocorre é que  uma pode se destacar mais que  a outra, definindo o perfil.

Uma empresa necessitando ser sacudida para melhorar os resultados pode  ter dificuldades de adicionar à equipe esse perfil e aceitá-lo se o principal gestor tiver característica puramente administrativa.

Para uma organização   em constante crescimento,  com  vocação para o risco, o perfil empreendedor  sugere adequação, contudo não tendo a empresa  um histórico dos mais arrojados, o administrador poderia atender melhor.

Não seria mais indicado para a empresa estacionária um perfil empreendedor de forma a torná-la mais competitiva?

A questão  é a quem responderá este profissional.

É importante lembrar que o empreendedor incomoda positiva e negativamente, pois estará o tempo todo debatendo, desenvolvendo projetos  e quer vê-los implantados.

Escolher o perfil adequado não é tão simples, então é importante  observar alguns  aspectos:

Qual exatamente é o projeto da empresa?

Que perfil os gestores consideram adequado e esperam agregar ao grupo?

Como será avaliado esse profissional?

Qual a disposição para debater as discordâncias?

É comum encontrarmos gestores empreendedores que agregam ao grupo profissionais com perfis parecidos com os seus, mas têm dificuldades de manter em bons termos o relacionamento, aceitar sugestões, debater, impedindo com isso a continuidade dos contratados.

Empreendedores centralizadores têm uma tendência maior a contratar colegas administradores, evitando com isso choques, mas também se ressentem de não ter profissionais com quem possam  debater as avalanches de idéias com as quais convivem.

Imagine um profissional 99% empreendedor  trabalhando  com alguém que lhe dissesse o tempo todo: “Pode fazer o produto que quiser, desde que seja redondo e azul”.

O  perfil administrador pode completar  o empreendedor, muitas vezes a pessoa mais arrojada precisa falar, ser ouvida e gosta de opiniões que   o ajude a refletir, confirmando  ou refutando  suas teses.

Quando for contratar, não deixe de avaliar o perfil que o ajudará na sua empreitada, analise seriamente a sua disposição de aceitar opiniões e ser contestado.

Nesse sentido Domenico de Massi faz uma observação contundente:

“Muitas empresas após ter selecionado pessoas medíocres, desde que dóceis, e depois de lhe terem sufocado qualquer vislumbre de audácia sob um amontoado de procedimentos e controles, sentem a necessidade de revitalizar a criatividade dessas pessoas”.

É como se eu gostasse de mulheres louras, mas desposasse uma morena e depois a  levasse ao cabeleireiro para oxigenar os cabelos.

Adicionar competência é totalmente diferente de adicionar concordância.


Ivan Postigo
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