Vamos todos morrer!
Quando digo isso, ouço: - Que medo!
Chamo as pessoas que usaram essa expressão e digo: - Vamos
fazer um vôo panorâmico sobre uma das mais belas imagens brasileiras, as Cataratas
do Iguaçu?
Resposta: - Que medo!
Medo de novo?
Há muito medo para uma vida tão curta...
Medo do primeiro baile, da primeira dança, de voar, de
viajar de trem, do primeiro namoro, do primeiro beijo, do primeiro filho, do
primeiro dia na escola, do último dia na terra!
Sabe o que a gente descobre refletindo sobre esse assunto?
Nosso medo não é da morte, temos medo é da vida. Um enorme
medo de morte da vida!
Para que viver tanto se não somos capazes de aproveitar
nossos dias? Relembra-nos uma sábia observação que “importante não é quantos
anos você terá de vida, mas quanta vida terá nesses anos”.
Mortos, não sabemos se vamos subir, descer ou passar para o
outro lado. A passagem nos transformará em espírito de luz, vagaremos sob
lençóis ou, quem sabe, arrastaremos correntes?
De concreto temos o fato de que este ciclo um dia acabará.
Que medo!
Pessoas podem lhe dizer que coisa mais lúgubre, sinistra, mas
esses fatos fazem com que nos lembremos de dar um sentido de urgência aos atos
na vida.
Pense um pouco e me responda: - Quantas
pessoas você encontra que lhe diz “estou me matando de trabalhar e mal consigo
pagar as contas”?
Trabalhar dessa forma não assusta,
mas diga-lhe: - Proteste, exija seus direitos!
Sabe o que você ouvirá? Que medo!
Temos uma ordem de fatores que nos penaliza brutalmente e
não questionamos. Lamentamos, mas aceitamos.
Veja, deveríamos trabalhar para obter renda para nosso
sustento. Ao gastarmos pagaríamos impostos. O que ocorre?
Trabalhamos, com isso geramos renda, pagamos impostos, só
depois podemos gastar o que sobrar. Ao gastar pagamos impostos novamente!
Por que pagar tantos impostos? Muitos dirão à você: - Para
obras em benefício do povo!
Lamento informá-lo, mas a história, em todos os cantos do
planeta, mostra que uma pequena parte é para obras, o grosso sustenta as farras
palacianas. Muito dinheiro aplicado para atender o interesse de poucos e dos
eleitos.
Como diz George Orwell em sua obra A revolução dos bichos: “Todos
os animais são iguais, mas alguns
são mais iguais do que outros.”
Ao ver as pessoas indignadas
com o descaso dos governantes com o dinheiro digo: -Protestem, contestem!
Vozes em uníssono respondem: - Que medo!
O que tem feito com que o homem se mate de trabalhar e não
obtenha os benefícios esperados não é a ignorância, mas a negligência.
Note que num primeiro momento desconhecemos nossos direitos,
mas não demora para que alguém, aos nos ouvir reclamar, nos dê algumas dicas e
pistas, às quais damos pouca importância. Ao continuarmos reclamando recebemos
novas informações que nos permitem refletir e verificar que já temos
conhecimentos suficientes para agir, mas negligenciamos.
Escolhemos mal nossos representantes no governo, não por que
nos faltem informações, mas porque tratamos o assunto com desleixo. Estes
votarão pelo aumento de impostos, para pagá-los nossos esforços farão com que
nos matemos de trabalhar.
Faça uma continha boba, simples;
Pagamos mais de 40% de impostos sobre nossos rendimentos.
Transforme os rendimentos em dias.
O ano tem 365 dias. Esqueça o ano bissexto.
Isso significa que, pelo menos, 40% dos dias entregamos para
o governo.
Esse cálculo mostra que, grosso modo, 148 dias do ano, nos
são retirados. Com lamúrias sim, com contestação não!
O que fazemos para recuperar uma parte? Trabalhamos mais, cedendo,
também, uma parcela dos novos rendimentos ao governo.
Não está na hora de pararmos de nos matar de trabalhar,
afinal o céu pode esperar, mas a vida não?
Vamos protestar?
Que medo!
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de
carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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