Não importa a situação de mercado, sempre encontraremos
alguma empresa, em algum lugar, em algum segmento de negócios crescendo, ainda
que seja um período recessivo.
Pode ser um fabricante de pílulas para dores de cabeça, mas
haverá sempre alguém, em algum lugar, com um projeto dando resultados.
Não podemos esquecer que em épocas de grandes crises,
principalmente em períodos de guerra, grandes invenções ocorreram.
Bolos, por exemplo, passaram a ser vendidos em fatias. Ninguém os
queria comprar inteiros por falta de poder aquisitivo. Hoje isso se tornou prática
comum.
Preste atenção e veja que nem sempre os inventores tiraram proveito
financeiro de suas invenções.
Quantas patentes são vendidas anualmente para pessoas que
conseguem enxergar oportunidades e usá-las comercialmente?
Quantas empresas não se arrastam em meio a dificuldades
financeiras e uma vez trocado o comando se tornam verdadeiras jóias empresariais?
Como empreendedores ou gestores, quanto maior for nossa percepção
e disposição para aceitação de nossa limitação de competência, maior será a
possibilidade de adição de capital intelectual. Estudando, nos informando ou contratando
pessoas que nos orientem e que desenvolvam essa capacidade em nossa empresa.
Quem trabalha com comprometimento, buscando resultados,
promovendo negócios, está normalmente trabalhando no seu limite de competência.
Como perceber quanto estamos pisando na linha divisória?
Quando assuntos novos não encontram aderência nos nossos
conhecimentos; quando temos dificuldades para desenvolver uma tarefa e nos
faltam informações; quando as informações que temos não nos levam ao resultado
desejado, e às vezes sequer chegamos próximos, mas sabemos que há pessoas conseguindo;
isso é sinal que estamos no limite.
Conheço pessoas com extraordinária capacidade para desenvolvimento
de produtos, mas que se mostram um fracasso como agente comercial.
Trabalhando com um desses profissionais, já rimos muito juntos,
pois nunca tinha visto alguém, com tanto domínio do assunto, gaguejar tanto ao
falar de sua criação. Um criador inseguro frente à sua criação.
Ele me dizia: “Quer acabar de vez com o negócio, peça para que
eu saia sozinho vender“.
Por outro lado, conheço empresários com tremenda capacidade
para desenvolvimento de negócios e fechamento de vendas, mas um verdadeiro problema
quando entra na fábrica.
No primeiro caso, a competência foi adicionada com a
contratação de um especialista e os resultados têm se mostrado muito interessantes,
no segundo, a competência entra e sai de tempos em tempos.
Vê-se, claramente, que no primeiro caso há a percepção da
limitação de competência, no segundo, como dizemos popularmente, a ficha ainda não
caiu.
Dizem os psicólogos que o que motiva muitas pessoas às
mudanças é a dor. Eu costumo dizer que em gestão quem não muda é porque não
perdeu o suficiente.
Poderia alguém questionar: “Há um limite para essa perda?”
Diria que não, já vi empresas irem à falência sem que os
gestores mudassem o comportamento.
Um empreendimento não fracassa de uma hora para outra. O que
leva a isso é uma série de acontecimentos, e o mais terrível do processo é a
fase de agonia. Pode durar anos, onde é repetido o mesmo erro, seguidamente,
sem que ajuda profissional seja procurada.
Poderia resumir esse estado de espírito da seguinte forma:
“Eu criei esta empresa, eu a tiro desta situação!”
A experiência que criou a empresa era positiva, demandava um
tipo de competência. Fazer os ajustes demanda outro tipo de ação, de conhecimentos.
Algumas vezes legais, outras jurídicos, e isso tem que ser adicionado.
Todos os dias encontro empresas que não alavancam seus
negócios com recursos do BNDES por pura falta de conhecimento como acessá-los.
Simples, aumente o limite de competência adicionando-a!
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de
carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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