segunda-feira, 27 de março de 2017

Gestão empresarial e limite de competência

Não importa a situação de mercado, sempre encontraremos alguma empresa, em algum lugar, em algum segmento de negócios crescendo, ainda que seja um período recessivo.

Pode ser um fabricante de pílulas para dores de cabeça, mas haverá sempre alguém, em algum lugar, com um projeto dando resultados.

Não podemos esquecer que em épocas de grandes crises, principalmente em períodos de guerra, grandes invenções ocorreram.

Bolos, por exemplo, passaram a ser vendidos em fatias. Ninguém os queria comprar inteiros por falta de poder aquisitivo. Hoje isso se tornou prática comum.

Preste atenção e veja que nem sempre os inventores tiraram proveito financeiro de suas invenções.

Quantas patentes são vendidas anualmente para pessoas que conseguem enxergar oportunidades e usá-las comercialmente?

Quantas empresas não se arrastam em meio a dificuldades financeiras e uma vez trocado o comando se tornam verdadeiras jóias empresariais?

Como empreendedores ou gestores, quanto maior for nossa percepção e disposição para aceitação de nossa limitação de competência, maior será a possibilidade de adição de capital intelectual. Estudando, nos informando ou contratando pessoas que nos orientem e que desenvolvam essa capacidade em nossa empresa.

Quem trabalha com comprometimento, buscando resultados, promovendo negócios, está normalmente trabalhando no seu limite de competência.

Como perceber quanto estamos pisando na linha divisória?

Quando assuntos novos não encontram aderência nos nossos conhecimentos; quando temos dificuldades para desenvolver uma tarefa e nos faltam informações; quando as informações que temos não nos levam ao resultado desejado, e às vezes sequer chegamos próximos, mas sabemos que há pessoas conseguindo; isso é sinal que estamos no limite.

Conheço pessoas com extraordinária capacidade para desenvolvimento de produtos, mas que se mostram um fracasso como agente comercial.

Trabalhando com um desses profissionais, já rimos muito juntos, pois nunca tinha visto alguém, com tanto domínio do assunto, gaguejar tanto ao falar de sua criação. Um criador inseguro frente à sua criação.

Ele me dizia: “Quer acabar de vez com o negócio, peça para que eu saia sozinho vender“.

Por outro lado, conheço empresários com tremenda capacidade para desenvolvimento de negócios e fechamento de vendas, mas um verdadeiro problema quando entra na fábrica.

No primeiro caso, a competência foi adicionada com a contratação de um especialista e os resultados têm se mostrado muito interessantes, no segundo, a competência entra e sai de tempos em tempos.

Vê-se, claramente, que no primeiro caso há a percepção da limitação de competência, no segundo, como dizemos popularmente, a ficha ainda não caiu.

Dizem os psicólogos que o que motiva muitas pessoas às mudanças é a dor. Eu costumo dizer que em gestão quem não muda é porque não perdeu o suficiente.

Poderia alguém questionar: “Há um limite para essa perda?”

Diria que não, já vi empresas irem à falência sem que os gestores mudassem o comportamento.

Um empreendimento não fracassa de uma hora para outra. O que leva a isso é uma série de acontecimentos, e o mais terrível do processo é a fase de agonia. Pode durar anos, onde é repetido o mesmo erro, seguidamente, sem que ajuda profissional seja procurada.

Poderia resumir esse estado de espírito da seguinte forma: “Eu criei esta empresa, eu a tiro desta situação!”

A experiência que criou a empresa era positiva, demandava um tipo de competência. Fazer os ajustes demanda outro tipo de ação, de conhecimentos. Algumas vezes legais, outras jurídicos, e isso tem que ser adicionado.

Todos os dias encontro empresas que não alavancam seus negócios com recursos do BNDES por pura falta de conhecimento como acessá-los.

Simples, aumente o limite de competência adicionando-a!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo


terça-feira, 21 de março de 2017

Luzes acesas: O desafio dos Gestores

Uma quantidade significativa de empresas vem há anos procurando melhorar seus resultados, gerar pequenos lucros que permitam acreditar num futuro melhor, sem obter sucesso.

A necessidade de geração de resultados imediatos força o foco em determinados assuntos, fazendo com que seus gestores percam a noção do conjunto.
Essa mudança de atenção faz com que os seus resultados mensais não passem por uma análise crítica, negligenciando-se inclusive o papel da contabilidade em suas contribuições gerenciais.

Neste aspecto cabe perguntar:

Saberiam seus gestores quanto os gastos de manutenção representam de suas vendas, líquidas de impostos?

Sim, vendas líquidas de impostos, este deve ser o ponto de partida da análise. Não podemos considerar nossas vendas brutas, pois os impostos nada acrescentam ao nosso caixa. Na verdade drenam recursos.
Como normalmente o recebimento das duplicatas, geradas pelas vendas, acontece depois do prazo para pagamento dos impostos, as empresas são obrigadas a ir aos bancos emprestar dinheiro para pagá-los. Note que estes têm um ingrediente adicional: gastos financeiros associados.

Com isso o governo tem seu quinhão garantido, sem muito esforço, afinal nossas empresas, sempre que podem, pagam os impostos em dia.

Seguindo no questionamento, quanto representaria do faturamento líquido os gastos financeiros, formados pelos juros pagos nos descontos de duplicatas, pelas taxas bancárias, tributos, e toda gama de percentuais que envolvem esses desembolsos?

Quanto do faturamento líquido é destinado às matérias-primas, mão-de-obra direta, gastos com administração da fábrica, pessoal de vendas e administração?

Não há um modelo, nem regra que determine a distribuição de valores, mas é possível estabelecer um quadro especulativo e com base nesse pressuposto avaliar nossa empresa.

Especulativamente podemos usar uma base percentual e uma base de valor. Na base de valor considerei o valor de faturamento R$ 1.000,00. Pode-se, a partir deste valor, estudar variações:

                                                           Base percentual                                  Base de valor
                                                                       %                                                        R$
Faturamento Líquido                                     100,0                                       1.000,00

Materiais usados nos produtos                        60,0                                          600,00
Mão-obra-direta                                               10,0                                          100,00
Mão-de-obra indireta                                         5,0                                           50,00
Despesas gerais de fábrica                                 5,0                                            50,00
Gastos com manutenção                                    2.0                                            20,00

Total de custos do produto                             82,0                                          820,00        

Contribuição Marginal                                    18,0                                           180,00

Administração de vendas                                  3,0                                             30,00
Comissões de vendas                                         5,0                                             50,00
Administração Geral                                         3,0                                             30,00
Logística                                                            3,0                                             30,00

Margem de contribuição antes das
Despesas financeiras                                          4,0                                            40,00

Despesas Financeiras                                         5,0                                             50,00

Resultado                                                         -1,00                                           -10,00      

Uma situação como esta mostra que a empresa não pode recuperar o investimento, pois apenas com a alocação dos gastos operacionais já está com prejuízo.
Neste demonstrativo não foi alocado o valor da depreciação dos equipamentos.

Outro item também não considerado foi o investimento em propaganda e publicidade, fator importantíssimo na divulgação dos produtos no mercado.

Esses percentuais não são estatísticos, não levam em conta médias de mercado e ou segmentos industriais, são especulativos, genéricos, contudo nos ajudam a refletir toda vez que analisamos empresas no mercado. Adequações podem ser feitas a qualquer momento, de acordo com a situação.

Ajudam, também, a perceber áreas que estão consumindo recursos, pontos que demandam nossa atenção e medidas corretivas. Mostram as montanhas que devem ser escavadas para averiguação das dificuldades de gestão.

O estabelecimento de referenciais é a instalação de luzes de alerta.

Criando e usando referenciais, você pode ver quantas luzes estão acesas.

A propósito: Quantas estão acesas neste momento na sua empresa?

Ah, já viu quantas? Ótimo, agora trate de apagá-las.

Boa sorte e sucesso na sua gestão!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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segunda-feira, 20 de março de 2017

Capacidade de doação e sucesso

Um grande amigo costuma brincar que tem sentimentos contraditórios com sua opção profissional, diz que tem uma relação de amor e ódio com o que faz.

Fundamentalmente, a medida de seu sucesso como empreendedor está ligada ao lucro, disponibilidade de dinheiro em caixa e capacitação para vencer a concorrência.

Quando consegue ver oportunidades e as potencializa ama 80% e odeia os outros 20%, contudo há dias que não obtém sucesso, então odeia mais que ama.

De vez em quando se pergunta: 

- O que é o sucesso?

- Como se constrói um grande sucesso?

- O que uma pessoa precisa para ter sucesso?

- Pessoas que conseguiram feitos extraordinários descobriram a fórmula do sucesso?

- Como podemos perceber a oportunidade de um sucesso?

O sucesso nunca é duradouro, como ter certeza que daqui para frente os resultados serão positivos?

Nessas horas de reflexão, em voz alta, um de nossos amigos sempre diz a ele em tom de brincadeira: - Na vida, as melhores coisas são as surpresas, afinal segurança é saber o que vai acontecer amanhã, porém saber o que vai acontecer depois de amanhã é um enorme tédio.

Outro para ajudar emenda: - É como nascer aposentado!

Para refletir sobre a questão, abra um jornal, um livro, procure uma história de sucesso e verá que muitas vezes a situação era extremamente adversa, mas alguém conseguiu fazer daquela adversidade uma grande aliada.

Quando todos conseguem superar as dificuldades a concorrência é maior, contudo quando só uma pessoa consegue superar as adversidades suas chances de obter retornos significativos são enormes.

Muitas vezes, os problemas não são superados porque são difíceis ou há barreiras intransponíveis, mas porque ninguém tentou.  A questão não motiva, não há crença na possibilidade de sucesso ou, simplesmente, porque não interessa.

Quem já teve oportunidade de ver um garimpeiro trabalhando vai perceber facilmente o confronto da dificuldade com a fé no resultado. Quilos de pedras são removidos e manuseados para encontrar algumas gramas de ouro.

Um vendedor que trabalhou comigo alguns anos sempre dizia: - Dedique-se, dificilmente saberemos quando uma iniciativa nos levará a resultados surpreendentes, pois na vida, na sua empresa, fazendo tudo certo, suas chances de sucesso são de 50%.

Qualquer tarefa que vale a pena ser feita, merece ser bem feita, acredite nisso. Quando decidir fazer alguma coisa faça bem feito, pois pior que não fazer é fazer mal feito.

Existem situações no dia a dia que incomodam a todos, mas ninguém se propõe a resolver, afinal como diz a máxima popular: - Por que eu tenho que resolver isso?

Conta a lenda que um rei, muito preocupado com seu reino, queria saber se as pessoas também se importavam com o bem estar de seus súditos e com o lugar onde viviam e trabalhavam.

Para fazer uma avaliação, colocou uma pedra enorme no meio da principal estrada que dava acesso ao castelo, onde todos tinham que passar para as audiências em busca de ajuda. As pessoas passavam , desviando , contornavam a pedra e seguiam caminho.

Um senhor seguia em sua carroça com legumes para vender no mercado, ao ver a pedra parou à margem da estrada e desceu para tentar remove-la. Sempre que passava uma pessoa pedia que o ajudasse, mas todos diziam: - Meu senhor essa pedra esta ai há dias, não perca seu tempo - e seguiam em frente.

Com muito esforço, já bastante cansado, conseguiu move-la e empurrá-la para um canto da estrada. Quando seguia para sua carroça notou uma bolsa no chão, em um buraco que havia embaixo da pedra, ao abri-la encontrou com um bilhete com a frase:

“Esta bolsa contém moedas de ouro e é um presente do Rei para aquele que se importa com o bem estar de seu reino e de seus semelhantes”.

Que tal remover algumas pedras do caminho hoje?

   
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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sexta-feira, 17 de março de 2017

A mágica do estabelecimento dos preços de venda


Esse assunto, formação do preço de venda, dependendo da forma como for tratado, como se diz popularmente, vai longe!

Grosso modo, somaríamos todos os gastos para obter um produto e deixá-lo em condições de venda, agregaríamos os impostos, o lucro desejado e os custos do frete para entregá-lo, se fosse o caso. Pronto ai está o valor, como num passe de mágica!

Uma operação aritmética, que pode ser feita num simples papel de rascunho com o lápis retirado detrás da orelha.

Esse tempo já vai longe!

Ao estabelecer seus preços de venda, uma empresa pode fazê-lo com base numa série de objetivos:
-Para ter lucros satisfatórios;
-Para maximizar os seus lucros;
-Para obter a taxa (interna) de retorno desejada de seus investimentos;
-Para conseguir maior participação em volume no mercado;
-Para ter maior participação monetária de faturamento no mercado;

Ou pode, ainda, acompanhar o preço da concorrência para manter seus status no mercado, contudo há que se perguntar sempre:
“Isso é tão simples assim, então porque há tantos debates sobre preços?”

Você já parou para pensar que, normalmente, numa empresa, quem produz não é quem estabelece o preço e quem estabelece o preço não é quem vende?

Numa ponta um diz: - Você gasta muito para produzir!

Na outra, vem a resposta: - Você é que não se esforça para vender!

Que debate produtivo e sadio não?

Não é tão exagerado assim, mas é quase isso!

Preço, o que é preço?

Preço é aquilo que se dá em troca de um bem ou serviço. Normalmente consideramos a troca de bens por dinheiro, mas não precisa necessariamente ser dessa forma.

Poderia ser a troca de um bem por outro, mas não vamos complicar, sigamos o caminho tradicional.

Preço está relacionado com valor, por isso preço quer dizer uma coisa para vendedor e outra para comprador.

Para o vendedor é uma receita, para o comprador um custo.

Os consumidores querem sempre obter preços razoáveis, então preços significam percepções razoáveis de valores.

Filosoficamente? É, pode ser!

Os preços para serem aceitos têm que estar alinhados com os objetivos de consumo e os valores percebidos pelos consumidores.

Vendo a questão dessa forma, nota-se que em muitos casos há mais a influência de fatores psicológicos que aritméticos, matemáticos e financeiros.

Quer um exemplo?

Obras de arte, jóias, produtos de grife, e por ai vai!

Ao analisar as formas de estabelecer os preços de seus produtos não deixe de pesquisar os valores que os consumidores atribuem a eles.

Não adianta ficar reclamando que seus produtos são melhores que os dos concorrentes, mas vendem menos.

Você precisa trabalhar a imagem, a visibilidade destes no mercado, e estabelecer preços que vendam e tragam lucros.

Ainda não sabe como?

Fale com um especialista!

Um minuto, vamos colocar esta questão da forma correta: “Ouça um especialista!”.

Falar, certamente você já falou bastante, mas os resultados não estão aparecendo!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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segunda-feira, 13 de março de 2017

Gerenciamento de vendas: Um dos pilares do sucesso das empresas

O sucesso na gestão de uma empresa se obtém harmonizando todas as áreas. Financeira, produtiva e comercial, contudo a acirrada concorrência neste mundo globalizado nos leva a olhar a área comercial com atenção redobrada.

O gerenciamento da área comercial, que sempre foi uma das tarefas mais importantes de uma organização, hoje dita sua continuidade.

 A gerência de vendas é a área onde se concentram as maiores tensões, pois o sucesso da empresa está atrelado ao seu sucesso comercial. Por isso essa palavra e suas correlatas serão repetidas muitas vezes nesta abordagem!

O gerente de vendas uma vez tendo consensado com a direção o objetivo de vendas para o período terá que desenvolver planos e meios de atingi-lo.

A execução do plano exigirá do profissional entusiasmo, motivação e muita disciplina.

O profissional terá, ainda, que administrar as expectativas e ansiedades de sua equipe de campo e também da alta direção da companhia.

Ao gerente de vendas cabe atuar como facilitador do processo, administrando as contingências das vendas.

Muitas empresas não tem em seu quadro um funcionário e ou colaborador com um cargo com essa denominação, mas certamente alguém realiza essa função, a função de gerenciamento das vendas, do gerenciamento dos esforços comerciais.

Quando tratamos do gerenciamento das vendas focalizamos a pessoa que, independente da sua posição hierárquica, realiza essa função. 

É importante para o gerenciamento adequado das vendas a distinção entre marketing e vendas. A venda se concentra nas necessidades do vendedor e o marketing nas necessidades do comprador.

A venda se preocupa com a necessidade do vendedor em converter seu produto em dinheiro; o marketing, com a idéia de satisfazer as necessidades dos clientes por meio do produto e de todo o conjunto de coisas ligadas à sua fabricação e ou aquisição, à sua entrega e, finalmente, ao seu consumo.

Com isso o gerente de vendas, e muitos agregam a função de marketing, tem que estar atento ao mercado oferecendo e ou gerando necessidades com a criação de produtos.

Essas informações e necessidades são declaradas diariamente e podem ser percebidas com sua visita ao campo, acompanhando seus vendedores ou através de contatos frequentes com sua equipe.

É função da gerência de vendas fazer com que a voz do cliente ecoe por todos os cantos da empresa, não só para que as necessidades sejam percebidas e produtos sejam criados e disponibilizados, mas também para que seja dado a cada cliente um atendimento que diferencie sua empresa das concorrentes.

A voz do cliente estimulará as pessoas a agirem de encontro a um único objetivo:

 Proporcionar satisfações que angariam clientes.

O gerente de vendas junto com a alta direção deve trabalhar no sentido de tornar a empresa orientada para o mercado

 A vocação de uma empresa direcionada ao mercado ou à produção, na maioria das vezes, está em sua própria origem, na visão de seu criador, contudo uma companhia pode se voltar ao mercado aprendendo a considerar sua função, não a produção de bens e serviços, mas a aquisição de clientes, a realização de coisas que levarão pessoas a querer trabalhar com ela.

Criar este ambiente, consolidá-lo, é uma das tarefas do gerente de vendas, propagando sempre a voz do cliente.

Um dos aspectos fundamentais para o sucesso do profissional voltado ao gerenciamento de vendas é a iniciativa. Só com iniciativa o gerente de vendas e sua equipe poderão alavancar os resultados de sua empresa, gerando novos negócios e saindo do lugar comum.

Esta mesma iniciativa fará com que a equipe perceba as necessidades do mercado, procurando supri-las com ações de marketing.

Uma empresa sem iniciativa estará sempre correndo atrás de seus concorrentes, ao passo que esta poderá inverter o processo estando sempre um passo à frente com um modelo diferenciado de gerenciamento.

Não há dúvidas que existem empreendedores e gerentes de vendas geniais, que muitas vezes vencem com lances espetaculares, mas o que tem determinado o sucesso de muitas companhias é a ação constante, a iniciativa.

Quando a iniciativa encontra a oportunidade o sucesso é inevitável. O encontro da iniciativa com a oportunidade para muitos é considerado sorte, para outros, genialidade.

 Método de gerenciamento

 Para um bom gerenciamento das vendas é necessário método, sem isso algumas tarefas primordiais deixarão de ser executadas.

As tarefas dependerão dos critérios estabelecidos por cada empresa, em função de sua cultura, estrutura organizacional e da própria atribuição de responsabilidades, porém a um gerente de vendas e sua equipe cabem:

·         Consensar os objetivos de venda para o exercício e estabelecer as metas de venda para cada vendedor ou representante comercial;
·         Assegurar o atendimento à carteira de clientes, cobertura de área ou região, dificultando as ações da concorrência;
·         Acompanhar a apresentação de propostas de negócios e seus resultados, administrando as contingências de cada processo;
·         Administrar das margens de contribuição dos produtos e as geradas por cada vendedor;
·         Administrar o prazo médio das vendas e seus preços médios;
·         Administrar o volume de mercadorias em estoque, evitando o excesso de produtos morosos e de produtos que possam se tornar obsoletos;
·         Motivar e treinar sua equipe;
·         Controlar os gastos sob sua responsabilidade
·         Controlar os custos com distribuição dos produtos;
·         Desenvolver e implantar sistemas de incentivos para seus vendedores;  
·         Acompanhar as ações da concorrência;
·         Apoiar a prospecção de clientes;
·         Apoiar o trabalho de pós-venda;
·         Administrar o sistema de informações;
·         Preparar relatórios sobre desempenho, debatendo resultados;
·         Desenvolver de sugestões e planos de ação sobre produtos;
·         Desenvolver scripts para apresentação dos produtos e para refutação das objeções, aprimorando-os sempre através das experiências de campo;
·         Contratar vendedores e representantes comerciais;
·         Treinar seus novos comandados;
·         Abrir novas regiões de trabalho;
·         Estabelecer alianças comerciais;
·         Propor de novos negócios a empresa e aos clientes.

A estas tarefas podemos acrescentar outras, geradas pelas próprias características do negócio.
O sucesso do método de gerenciamento não está apenas em definir o que deve ser feito, mas principalmente:

·         Quem realizará a tarefa?
·         Como realizará a tarefa?
·         Quando realizará a tarefa?

É comum quando um trabalho não é bem sucedido ouvirmos comentários como:

“Nós sabíamos o que tinha que ser feito, porém não conseguimos realizar”.

A fórmula do sucesso está na delegação e nas respostas às três perguntas acima.

O gerenciamento de vendas tem, sem dúvidas, como objetivo o crescimento sustentado. As empresas crescem em função do talento e capacidade administrativa de seus integrantes.

À medida que cresce, a empresa se torna mais complexa e seus problemas se multiplicam.  Isso exige capacidade de delegação, mais disciplina administrativa e mais treinamento e reciclagem.

Sem isso a capacidade individual de seus talentos será direcionada a administração de problemas e não à geração de novos negócios, que foi a razão de seu sucesso.

Numa administração em crise, o gerente de vendas, ocupado em resolver problemas, pouca atenção poderá dar à sua equipe, deixando com isso de perceber oportunidades que o mercado apresenta todos os dias.

Além disso, problemas poderão ocupar boa parte do tempo de seus dirigentes que tem como função básica: Criar o futuro de sua organização.

Mais sucesso terá uma empresa, quanto mais capacidade tiver para perceber oportunidades e agir, no tempo certo, tendo seu gerente de vendas como a mola propulsora dos negócios.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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terça-feira, 7 de março de 2017

A empresa e o leão

As empresas são criadas pela vocação de um ou mais empreendedores e disposição de correr riscos, em busca de um retorno financeiro substancioso.

Todas as empresas podem crescer.  A evolução está diretamente ligada ao preparo de seus gestores quanto a capacidade de entender o processo sistêmico dos negócios, disposição para delegação e adição de competências, contratando profissionais tecnicamente preparados.

Numa escala menor, podemos comparar com os nossos trabalhos em grupo nos anos de escola. Por ai iniciamos o aprendizado do desenvolvimento de projetos.
Numa equipe, nem todos tem vocação para criação e coordenação de tarefas. Vamos encontrar trabalhos bons e ruins, os que tiveram notas baixas são equivalentes àquelas  empresas  que o mercado excluiria.

Nas nossas organizações, podemos identificar quem tem vocação para comando de equipes e pessoas que, ainda que sejam bons profissionais, não tenham habilidades para agir sob pressão e queda para gerenciamento.

É importante entender que não existe empresa com vocação, mas pessoas e grupos que tem vocação para trabalhos arrojados e para enfrentar riscos. A empresa, como figura, jurídica nada faz.

É muito comum encontrarmos dirigentes bem sucedidos, que sentem enorme desconforto com o volume de negócios que o crescimento da empresa os obriga a enfrentar. Não raro,  encontramos pessoas tomando medicamentos, fazendo terapias, aos gritos pelos corredores ao menor desvio dos planos ou por terem dificuldades para  entender a nova realidade.

Por outro lado, há gestores que não se ressentem tanto da complexidade e têm brilho nos olhos, característica fundamental para impulsionar a empresa em busca de oportunidades.

Tenho visto muitas organizações crescerem e seus gestores se perderem, mais no gerenciamento dos problemas internos do que nas questões externas e mercadológicas.  Vendem e são incapazes de atender os prazos de entrega. O que os leva a serem excluídos do mercado são os problema internos, gerenciados de forma inadequada.

As horas para um gestor bem sucedido são as mesmas que para um mal sucedido, afinal um dia tem 24 horas.

Como podemos aumentar o número de horas para tratar dos problemas da empresa, visto que o crescimento os multiplica?
Fazendo exatamente aquilo que tem sido ponto de maior resistência de muitos gestores: Delegando e implantando sistemas informatizados, de fato.

Os sistemas informatizados agilizam sobremaneira os trabalhos operacionais, e têm banco de dados que podem rapidamente suprir os dirigentes com informações para tomada de decisões. Contudo, muitas organizações exploram menos de 50% de seus recursos.

Normalmente, encontramos as áreas da controladoria (contábeis e financeiras) bem estruturadas, com bom uso do sistema, até por força das obrigações bancárias e legais, mas áreas comerciais e, principalmente, fabris deficientes.

Uma das grandes dificuldades das empresas é a implantação do sistema para gerenciamento do PPCP (planejamento, programação e controle de produção), elemento vital no processo de organização fabril. Sem um bom planejamento, a programação da fábrica será deficiente e o atendimento aos prazos prejudicados, sendo este um dos principais fatores que dificultam da manutenção do sucesso alcançado.

As empresas, à medida que crescem, desenvolvem mais atividades e se tornam mais complexas. Fabricam e vendem um volume maior.  Necessitam, consequentemente, que o processo de delegação seja aperfeiçoado, pois os acontecimentos geram mais debates e conflitos.

Uma frase que ouvi muitas vezes: “A empresa é como um leão, enquanto pequeno é divertido e fácil de ser controlado, quando cresce nos devora”.

Você que tem sua empresa em franco crescimento, mais do que saber tratar sua fera, terá que aprender a domá-la.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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