segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Um corpo a procura de uma cabeça

Quando iniciei minha carreira me deparei com um jargão estúpido,  usado com frequência: “Você não é pago para pensar, faça o que eu estou mandando!”

Para quem ouve soa extremamente desagradável, quem emite esses ruídos acha estar produzindo uma pérola.

Essa afirmação dura o tempo do sucesso, no primeiro revés ouve-se o lamento: ninguém me ajuda a pensar!

Você pode estar se perguntando o que me fez lembrar esse tipo de comportamento.

Eu trabalho com organização, sistematização, equacionamento de questões que conduzem empresas à melhores resultados, para isso dependo do ato pensar.

Preciso de todas as informações que puder obter com meus esforços, de todos os colaboradores da empresa, e de nossa disposição para reflexão.  E como li certa vez: “de ruminar, até chegarmos a uma solução factível que nos leve ao sucesso”.

Quando me deparo com situações em que há o impedimento desse ato, fico assombrado.

Vi uma curta nota num jornal onde uma pessoa questionada sobre sua atuação respondeu: “Não sou paga para pensar”. Refletia sobre isso, quando me deparei com uma citação em um artigo sobre gestão empresarial que dizia que “devemos parar de contratar pessoas do pescoço para baixo, caso queiramos ter equipes capacitadas para tratar das complexas questões em que estão envolvidas as nossas empresas”.

Uma vez que contratemos uma pessoa do pescoço para baixo não vamos impedi-la de pensar, mas nada temos a contestar caso nos dê a resposta que tanto me chamou a atenção.

O mundo empresarial é atacado, de tempos em tempos, por ondas ou modelos de gestão, muitos dos quais são passageiros.

Mais do que uma forma de ganhar dinheiro, são ferramentas que nos ajudam a refletir, e uma vez implementadas a gerar resultados.

Raciocinemos tendo como exemplo a mais corriqueira de todas: a caixinha de sugestões.

Todos que trabalham ou trabalharam em uma empresa devem ter se deparado com um programa de melhorias com a caixinha de sugestões.

No lançamento fazemos discursos, as coletas dos bilhetes são diárias, entregamos brindes. Todos correm para colocar uma sugestão, qualquer que seja. Chegamos até fazer ato ecumênico. Contudo, uma sugestão dada no corredor, na mesa do refeitório, em um e-mail, nem sempre tem o mesmo valor daquela colocada na caixinha.  Mas, só no período em que esta fizer parte da onda.

Estive em muitas empresas onde me pediram para escrever procedimentos operacionais, como se estes fossem panacéias. Sempre tive o cuidado de verificar se já não o haviam feito em um passado recente, na maioria das vezes sim.

Encontrei manuais operacionais cuidadosamente elaborados, esquecidos e negligentemente empilhados. 

A sugestão de praticá-los nunca foi acatada, dado ao descrédito atribuído. Não por falhas nestes, mas por duas razões básicas: incapacidade de aprendizado e recusa na retenção das informações.
Quem estudar a história dessas empresas notará que há corpos demais e cabeças de menos.

Todos nós queremos fazer parte de um projeto vencedor, gostamos de opinar, ver nossas idéias sendo apreciadas, e claro, receber feedback, mesmo que nossas sugestões sejam recusadas. Quando isso não acontece, nos excluímos.

Os gestores, tomadores de decisões, precisam estar atentos e abertos para a dinâmica do processo participativo, caso contrário, quando os tempos difíceis vierem, eles vêm, queiram ou não, estarão com suas empresas acéfalas e terão sob sua responsabilidade um corpo a procura de uma cabeça.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

Pés: excelentes instrumentos de gestão


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Profissional necessário, mas não esperado

Muitas empresas enfrentam dificuldades na produção, no controle financeiro, na gestão de marketing e necessitam passar por um processo de reorganização, contudo resistem às mudanças.

Um ponto comum entre elas é o alto turnover gerencial. Profissionais entram e saem numa quantidade e velocidade impressionantes.

Profissionais experientes parecem não conseguir encontrar formas de estabelecer e conduzir planos que as permitam ter uma gestão mais equilibrada, resultados satisfatórios e melhores índices de produtividade.

Outro aspecto comum é a falta de apoio e aderência aos planos apresentados.

O histórico de alta rotatividade gera desconfiança quanto à possibilidade de continuidade do profissional, portanto os níveis mais baixos do organograma evitam o risco de aderir a uma idéia que tem poucas chances de “sucesso”.

O barco é o mesmo, é verdade, pode estar afundando, mas poucos se preocupam em ajudar a tirar a água.

Teimosia, orgulho, idéias superadas, falta de confiança, acomodação, desconhecimento de técnicas de gestão, são componentes do processo que não permitem essas empresas se desenvolverem.

Todo processo de reorganização exige mudanças importantes de conceitos, de comportamento, de atitudes, e se há algo que as pessoas resistem são as mudanças.

Estas, como discursos, obtêm aderência sempre. Como fatos, encontram ferozes adversários.

Mudanças provocam alterações de status, geram desconforto, por requererem novos aprendizados, muitas vezes aumentam a carga de trabalho, incorporam novas responsabilidades, geram inseguranças, trazem novos desafios, assustam.

Velhas regras, que no passado deram certo, costumam ser utilizadas como panacéias, evitando-se mudanças radicais.

Empresas tradicionais desapareceram, não porque não tivessem mercado ou produtos adequados, mas porque o equilíbrio entre as diversas áreas não foi mantido.

Uma empresa é tão forte quanto seu ponto mais fraco.

Para vencer a acirrada concorrência é importante que tenham diferenciais e os apresentem.

Ter o melhor produto, mas deixá-lo totalmente desconhecido do seu público consumidor é esperar que um milagre a mantenha ativa.

Temos visto nos últimos anos empresas se preocupando em consolidar suas marcas, com isso começam a desenvolver planos mais intensos de comunicação, mas a maioria ainda acha que esse aspecto é um desperdício de recursos.

O profissional contratado para mudar o panorama da empresa, ao não encontrar espaço para desenvolver seu trabalho, acaba demitido ou pede demissão, seguindo para lugares onde possa ter um futuro melhor.

Qual seria o estilo profissional que os gestores dessas companhias gostariam de encontrar?

Aquele que desenvolvesse as idéias enraizadas na empresa. Pudesse apanhar o modelo vigente e o tornasse um sucesso.

A probabilidade disso acontecer é pequena, mas pode haver uma acomodação no mercado que gere essa sensação e o profissional contratado com o tempo vai conseguindo implantar novas idéias.

Para isso é necessário tempo, fator que nem sempre empresas com situações financeiras delicadas podem se permitir.

O paradoxo é que empresas podem encontrar os profissionais necessários para efetuar as melhorias no processo de gestão, mas nem sempre são os esperados.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A verdade do interesse, o interesse da verdade

Ditos, escritos e lendas falam dos extraterrestres no nosso planeta ensinando os homens nos primórdios da civilização.
Teriam encerrado os trabalhos, faliram ou desistiram?
Uma questão ficou pendente: a resolução de conflitos.
Ou teria ela ocasionado a debandada dos marcianos e dos venusianos.
Ora, eles mesmos poderiam ter voltado aos seus planetas para ver se chegavam a um acordo com relação à educação da raça humana.

Quando o homem está só, temos o aflito: Gosto do azul, mas me cai bem o preto.
Pedi o amarelo, ela quer o vermelho: Pronto, quando pelo menos dois antagônicos se encontram está formado o conflito.
Essa questão no convívio é extremamente complexa.

Pedro deu uma sugestão, todos gostaram, ganhou pontos com o chefe e chamou a atenção sobre suas qualidades, quem sabe para aquele cargo para o qual procuram um gerente.
- Alguém concorda, discorda, tem alguma idéia – perguntava a chefe.
Paulo, brilhante, genial, aponta o caminho definitivo e ainda tem o pessoal qualificado!
Perder a gerência?  Jamais – Pensa Pedro.
Ele sabe que a sugestão de Paulo é melhor que a dele?
Sem dúvidas!
Sabe também que ao se mostrar incomodado terá a gerência e a chance de enterrar Paulo e suas idéias?
Com certeza!
As idéias estão mortas. Paulo, se resistir, também.
Conflito? Não, interesse...
E Paulo?
Terá que avaliar seu poder de argumentação e os interesses do grupo que formarão as verdades para condução do processo.
Os caminhos foram expostos, a negociação, que evita ou resolve conflitos não está no palco, é um recurso para decisão. Talvez não. Depende de Paulo.
Sim, seu pronunciamento pode classificá-lo como determinado ou encrenqueiro.
E Pedro?
Um lutador ou revoltado!
Por que são?
Talvez sim, talvez não!
Quem sabe foram feitos...

A questão tem um foco complexo. O que interessa e a quem interessa.

Queremos a verdade!
E o que é a verdade?

Para Nietzsche  a verdade é um ponto de vista.

Complexa, a filosofia a estuda de muitas maneiras:

·         A metafísica – ramo da filosofia que estuda a essência do mundo - se ocupa da natureza da verdade.

·         A lógica - ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar -  se ocupa da preservação da verdade.

·         A epistemologia - ramo da filosofia  que trata dos problemas  relacionados com a crença e o conhecimento -  se ocupa do conhecimento da verdade.

Reconhecida, como é tratada?
Como verdade.
Reconhecida no íntimo, mas em público quantas vezes negada!
E a turba, convencida, enganada ou interessada grita: - Foi ele!  Essa é a verdade...
Que não negue!

Quantas vezes não se fez a justiça, com injustiça.
E a verdade?
Continua presente e soberana!

E os atos?
Reflexos da verdade ou interesses de cada um.
Como entendê-los?
O caminho é simples e reto, seu conhecimento tortuoso e complexo.

Teremos, sempre, todas as respostas desvendando os mistérios da verdade do interesse e do interesse da verdade!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Os dez mandamentos para gestão empresarial sem fantasias

Um fato que incomoda os profissionais é que a gestão nas empresas não costuma ser como gostaríamos. Em termos simples, podemos dizer que ela é como é. Como iremos lidar com isso é que fará a diferença.

Não são poucas as empresas que seguem sem um efetivo direcionamento, sem uma visão clara de futuro. Seus gestores estão mais preocupados com auto-afirmação do que com resultados.

Você como gestor ao encontrar resistência na sua equipe deve verificar se está decidindo para ter resultados ou para ter razão.

Para que possamos aprender algo novo só há um caminho: temos que admitir que não sabemos tudo.

Gestão nos absorve, nos desafia, coloca em cheque nossa capacidade de decidir com sabedoria.

Ao serem  confrontados, muitos gestores deixam ser  razoáveis, principalmente quando não têm muito claro o destino que devem dar aos projetos.

Nesse sentido, poucos se dão conta de que o homem que não sabe para onde quer ir é incapaz de ouvir um bom conselho. Esteja certo que aquele que não pode ser aconselhado não pode ser ajudado.

Por essa razão, encontramos empresas que já contrataram e perderam excelentes profissionais, sem que pudessem deixar alguma contribuição,  e mais, mesmo consultores experientes não conseguiram mudar o destino desses  empreendimentos.

Gestores costumam mostrar que é preciso coragem para levantar e falar, mas é fundamental que se lembrem que é necessário muito mais coragem para sentar e ouvir.

Profissionais costumam tornar as gestões tão complexas que as pessoas acabam não fazendo o que deveriam fazer, com isso não obtêm os resultados que poderiam alcançar.

Um aspecto importante para que possamos evoluir é nossa disposição para questionar nossas convicções. Temos que  procurar entender como se formaram.

Convicção é resultado de nossa experiência, contudo  impressão nem sempre é  fato.

Conta a história que um velho caboclo queria vender seu sítio por causa da “ trabalheira” que dava, como sempre dizia,  onde havia um lago cheio de rãs.

Quando encontrou um comprador, determinado a ficar com a área, pediu que voltasse a noite para ouvir os animais coaxando, já que este era seu maior interesse.

Ao ouvir a maravilhosa melodia não teve dúvidas,  fechou negócio.

Assim que tomou posse resolveu drenar o lago para capturar as rãs, selecionando-as para reprodução e venda, mas com grande susto descobriu que todo som que ouvira a noite era produzido apenas por uma velha rã.

Assim são muitas convicções, uma velha rã que faz tanto barulho que nos impede de ouvir qualquer orientação.

Simplificar o processo de  gestão, seguindo dez passos fundamentais, é determinante para o sucesso das empresas:

1)      Definia um horizonte claro e atraente;
2)      Detalhe as tarefas para atingir os objetivos  o máximo que puder;
3)      Estabeleça datas efetivas para conclusão;
4)      Contrate pessoas que se comprometam com projeto e que trabalhem em equipe;
5)      Delegue e invista as pessoas de autoridade;
6)      Distribua as tarefas e estabeleça as responsabilidades;
7)      Estabeleça os meios de controle;
8)      Defina as recompensas;
9)      Estabeleça os limites de tolerância para os insucessos;
10)  De feedback constante.

Lembre-se, sempre:
Integridade e confiança é a cola que une as pessoas em projetos de longo prazo.
Ninguém atravessa uma ponte pegando fogo se não houver algo que realmente valha a pena do outro lado do rio.

Por que alguém se importaria com seus planos?
Por causa do salário?
Os que assim pensam não se dão conta, mas estão “ sozinhos”,  cercados por pessoas que se importam apenas com o salário, nada mais!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Visão e missão criando o seu futuro


Para entender as empresas é necessário conhecer suas origens e propósitos.
Isto se faz observando uma série de fatores, que formam e contam suas histórias.
Vamos ao estudo:

Foco

O sucesso extraordinário de muitas empresas e o brutal insucesso de outras se deve à falta de foco.
 Empresas não são resultados do caos, mas de ação dirigida.
Quanto mais domínio os gestores tiverem da visão que as criou, da missão que foi estabelecida, das crenças e valores que determinam sua cultura, melhores projetos poderão criar para atender o compromisso com o futuro e maiores lucros serão obtidos.

Visão

Toda criação é fruto da visão de uma pessoa com caráter empreendedor.
A visão estará sempre relacionada com o bem estar, conforto, soluções que facilitem o cotidiano, realização de sonhos e construção de um futuro melhor.
A visão cria enfoque, identifica a direção a ser seguida, dá poder as pessoas e as obriga a seguir em frente.  A visão deve ser a mola propulsora das esperanças e sonhos das pessoas que com ela estejam envolvidas.
Podemos definir a palavra visão, observando o conceito de futuro, como:
Compreensão
            Concepção
Entendimento
Ponto de vista
Intuição
Opinião
Sonhos
Utopia

Proporcionar lazer e encantamento a adultos e crianças, num mundo de sonhos, em um parque construído num pântano como a Disneylândia, a ocupação do deserto com uma cidade como Las Vegas, o oferecimento de soluções e conforto, com um computador em cada     residência, como Microsoft, melhor distribuição e ocupação do território Brasileiro, com uma cidade como Brasília, a chegada à lua, a conquista do espaço, são exemplos de visões.
As melhorias neste mundo não são resultados do acaso, mas sim das atitudes de pessoas com capacidade revolucionária ou transformadora.
Visão determina por que um empreendimento existe.
Para que se possa manter viva a visão dentro da sua empresa crie um slogan. Este fará com que seja: “Um por todos, todos por um”.
A sua aceitação e seu entendimento estão diretamente relacionados ao modo como é criada, a forma como é comunicada a todos e como é vivida.
Essa sensação de que tudo pode ser realizado é que conduz as pessoas na busca de um caminho, criando uma missão.

Missão

A missão se fundamenta para desenvolvimento da visão. Necessariamente precisa ser uma declaração sobre o que a organização é ou será. A sua razão de existir é determinada pela visão.
A missão não deve ser estabelecida como um caminho para a venda de produtos e sim para criação do futuro.
Algumas perguntas ajudam a estabelecer a missão:
Qual a visão a ser atendida?
      Poderia ser a prevenção de doenças tropicais.
Qual o negócio a atenderá?
      Instituto de pesquisa.
Que atividades serão realizadas?
      Estudos sobre transmissão de doenças e desenvolvimento de vacinas e medicamentos
Para quem serão realizadas?
     Para as pessoas de todas as idades ou sujeitas ao contágio
Como serão realizadas?
     Em laboratórios com a mais moderna tecnologia, com especialistas selecionados e intensivamente treinados.

Essa definição deve ser clara, de fácil entendimento, sintetizando a essência da organização, servindo como norteador para definição dos projetos, estabelecimento de decisões estratégicas e orientação na tomada de decisões.
É impossível delegar a criação de uma visão e também da missão que uma visão idealiza.
Lembre-se, sempre, que toda missão é resultado de uma visão e isso é único.
Na sua empresa, se alguns querem ir para o norte, outros para o sul, leste ou oeste, você pode convencer todos a irem para o norte, desde que exista lá algo que valha a pena. 
A missão e os planos que a sustentam precisam refletir um caráter de urgência. Um projeto não pode ser gerenciado como se tivéssemos mil vidas. A falta de realização provoca a perda de interesse e comprometimento.
Muitas empresas reconhecem que não ter uma missão claramente definida tem seu lado negativo, o problema é que não sabem criá-la.
Ter uma definição, afixada na parede, que nada tem a ver com o que está acontecendo, conduzindo a lugar nenhum, só desestimula as pessoas.
A declaração de missão deve ser inspiradora e explicar o que as companhias se propõem a fazer e que necessidades servem do ponto de vista do cliente. Lembrando que a razão de sua existência está declarada na visão.
Uma projeção de futuro é um elemento chave da missão, uma vez que ela está fundamentada na visão.
Uma missão deve ser criada, comunicada incansavelmente e vivida com determinação
O verdadeiro papel do líder é servir sua missão e não ser servido por ela.
Você será bem sucedido se souber o que está fazendo e porque está fazendo. Isto o conduzirá ao desenvolvimento de projetos coerentes com a visão e missão estabelecidas.

Crenças

Todos nós temos crenças e ao sermos de alguma forma atingidos por estas estaremos permitindo que ajam sobre a nossa visão e missão.
Crenças são estados mentais, generalizações que fazemos de nós, das pessoas e também de situações no mundo. As crenças podem ser verdadeiras ou não.
São princípios que tem forte influência sobre nossos comportamentos e orientam nossas ações.
As crenças mudam com o tempo e com as experiências vividas. Com o passar dos anos deixamos de acreditar em Papai Noel, contudo algumas, adquiridas na infância, podem nos acompanham a vida toda, como passar embaixo de escada dá azar, ou ver um fusca azul pela manhã dá sorte, entre muitas outras.
Algumas pessoas têm forte crença que na vida não há fracassos, apenas resultados, com isso seguem em frente em busca do sucesso, não importando quantas vezes não sejam bem sucedidas.
Thomas Edison cada vez que falhava na construção da lâmpada dizia que tinha aprendido mais um jeito de não fazê-la.
As crenças podem agir como fatores motivadores ou inibidores de comportamento.
As pessoas criam seus modelos de realidade e vivem dentro dele, suas ações são reflexos das melhores escolhas que façam de acordo com essa percepção.
Ao entender suas crenças as pessoas podem melhorar suas formas de comunicação e condução de seus projetos.
É importante parar e refletir sobre quais são as suas crenças a respeito do futuro, sobre as pessoas, sobre si mesmo como profissional, como sócio num empreendimento, como líder, nas mudanças, em adaptação, em equipes de trabalho, quais gostaria de ter, quais o impulsionam e as que o impedem de agir.
São Jerônimo já dizia: “Comece a ser agora o que você será daqui em diante”.
Na maioria das vezes o que separa o homem do que ele almeja é a fé em acreditar que é possível e com isso agir.
Duas coisas movem o homem que realiza: Imaginação e entusiasmo.
Anote o que diz sobre isso James Allen, um escritor inglês: “Tudo o que você realiza ou deixa de realizar na vida é o resultado direto de seus pensamentos”.
Nós somos mais impulsionados pelas nossas percepções do que por nossas realidades.
Os únicos limites para a sua vida são imaginação e empenho.

Valores

Valorizar alguma coisa é investi-la de importância. Nas nossas vidas há uma série de aspectos que consideramos importantes e levamos em conta na hora de agirmos.
Em conjunto com as crenças os valores caracterizam nossas ações. Valores são aspectos particulares, pessoas diferentes terão valores diferentes.
Há valores fundamentais como satisfação, realização, independência, amor, alegria, paz, que determinam o que fazemos e por que fazemos.
Podemos compreender nossas ações e das outras pessoas se entendermos quais são seus valores e a hierarquia destes.
Ao divulgar isso aos seus colaboradores alguns podem não concordar com você, mas poderão compreendê-lo e auxiliá-lo no seu projeto.
Uma lista de valores, além dos já mencionados, para um exercício de gestão seria:
Satisfação, ousadia, criatividade, ética, comprometimento, integridade, respeito, conhecimento, habilidade, diversidade, inclusão, e muitos outros.
Valorize boas qualidades e aprenda com os vitoriosos. Dizia Thomas Edison: “Na verdade, sou uma boa esponja. Eu absorvo idéias e as faço funcionar.”
Em muitas circunstâncias, a imagem que você projeta é muito mais valiosa do que as suas habilidades ou o seu registro de realizações passadas.
Todo sucesso é resultado de muito trabalho, mas é preciso valorizar isso para poder seguir em frente tentando nos momentos difíceis.
Seja perseverante, o que separa ganhadores e perdedores é simplesmente a realização.
Estimule o trabalho em equipe, antes de pedir a alguém que faça alguma coisa, você deve ajudá-la a ser alguma coisa.
Uma vez perguntaram a um empreendedor como ele era capaz de gerenciar tantos e variados negócios, gerando resultados extraordinários. A resposta foi contundente: “Com pessoas não menos extraordinárias. Elas sabem que acredito no que pensam e valorizo o que fazem, então simplesmente saio da frente e as deixo trabalhar.”

Projetos

As crenças colaboram na formação da visão, que conduzem ao estabelecimento da missão, e esta por sua vez apoiada pelos valores geram os projetos.
A crença de que a vida não se limita a terra e o homem tem direito, disposição de desvendar esse mistério e pode um dia vir a morar fora de nosso planeta, leva à visão de conquista e estudo do espaço.
Essa visão conduz à missão de criação de uma agencia espacial que desenvolva tecnologia e técnicas de pesquisa que permitam tornar a visão uma realidade.
Ao valorizar a capacidade do homem de estudo e pesquisa cientifica surgem os projetos como chegar à lua no ano X, em Marte no ano Y, pesquisar Saturno no ano Z.
Assim devem proceder os gestores no entendimento e desenvolvimento de suas visões e missões.

Na sua empresa, a sua visão e missão, estabelecerão as linhas de produtos a serem desenvolvidas e fabricadas, a qualidade a ser obtida e o público a ser atingido.

Os projetos podem ser delegados, mas não sua visão e missão.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O custo da negligência com a imagem da empresa

A quantidade de oportunidades que o mercado oferece e são perdidas pelas empresas para financiamento do seu capital de giro, compra de equipamentos e de seu crescimento, a taxas interessantes, é significativa.

Não basta ir a uma instituição financeira pedir emprestado e dar as garantias. É necessário a preparação de um plano vendável, com argumentações bem estruturadas, defesa do potencial da empresa e do fortalecimento das relações comerciais.
Um trabalho que deve ser feito constantemente, e não apenas no momento em que há o interesse na tomada de recursos.

Não estou tratando aqui da série de formulários para solicitação de recursos, mas de deixar claro aos seus parceiros financeiros o que representa a empresa no mercado, para a comunidade, tecnologicamente e como empreendimento de futuro. 
Pergunte a si mesmo: “Se você não consegue enxergar para onde que ir, como pode pedir a alguém para acreditar nos seus planos?

Você é o maior defensor de sua empresa e de suas idéias, portanto, antes de pedir a alguém que acredite no seu projeto, você deve fazê-lo, divulgando seus planos, reunindo sua equipe, ouvindo-os , delegando , adicionando competência, fazendo com que a sua voz alcance o mercado.

O primeiro produto que você vende não é o material que fabrica, mas a imagem de sua empresa.

Certa vez aproveitei que tinha que cotar e comprar um determinado material e fiz a leitura em alguns pontos de venda sobre a percepção de um determinado produto de uma organização.

A resposta crítica não veio em relação ao produto, mas em relação a empresa. O produto é considerado bom, apesar de ser um dos mais caros do mercado, contudo não me recomendaram comprá-lo, pois a empresa estava prestes a fechar.

Fato que sei não é verdadeiro, mas para o mercado a notícia plantada dessa forma gera desdobramentos.

Não perdi oportunidade e nos contatos com meus pares financeiros aproveitei para falar sobre o produto que estava comprando e claro verificar o desdobramento dos boatos.

Sem entrar em muitos detalhes, deixaram escapar certa preocupação por ouvirem o mercado e não um posicionamento efetivo da empresa.

Não é necessário dizer que as taxas de risco imputadas a essa organização tem um peso maior, que suas operações custam mais caro, que não há apresentação ao mercado de uma visão de futuro, mas simplesmente negociações para tomada de recursos a fim de equacionar o desequilíbrio do caixa diário.

Posso dizer com a experiência de décadas tratando desse assunto: “O custo invisível para obtenção de recursos para as organizações que descuidam da imagem é substancialmente elevado. Os profissionais têm que cavar em busca do ouro que lhes são recusados, ao passo que para aquelas bem posicionadas essas oportunidades são oferecidas”.

Esse é um argumento difícil de apresentar para empresas com gestões amadoras e que não estão estruturadas para defender uma tese junto ao mercado financeiro. Estas já receberam tantas negativas que seus gestores têm a impressão de que determinadas oportunidades não são para seu segmento de negócios.

É fundamental que os gestores tenham em mente que os recursos oriundos do governo para financiar as empresas têm as instituições financeiras como fiéis depositárias, e são estas que devem estar convencidas a lhes dar o crédito. A mesma instituição que por insegura aumenta suas taxas de risco.

Você gestor, poderia pagar menos pelo capital de terceiros que coloca na sua empresa, basta divulgar suas idéias, dentro e fora da empresa.

Acredite nisso e reduza seus custos financeiros substancialmente.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Os males da omissão e da incompetência

Nas nossas entrevistas de consultoria, quando somos convidados para analisar projetos de reestruturação empresarial, é comum ouvirmos que o grande problema na empresa são pontos onde a incompetência prevalece.

Incompetência significa inabilidade, inaptidão.

Omissão significa deixar de fazer, escrever ou dizer. Não agir quando se esperaria que o fizesse.

Vamos analisar uma situação onde há um conflito:

A empresa Balburdia Ltda. tem um pedido para atender que todos consideram importantíssimo. Como se todos não fossem!

Os gestores aceitaram o pedido por duas razões:
  • Consideram este um cliente especial pelos volumes que costuma comprar e este pedido aumentará consideravelmente o faturamento da empresa.
  • O seu fornecedor de matéria-prima, seguindo o mesmo conceito, também se propôs a participar da empreitada.

Plano debatido, planejamento desenvolvido, programação preparada, a produção foi executada, com algumas dificuldades, mas concluída na data esperada, algumas horas mais tarde.

Quando todas as etapas pareciam estar cumpridas, notaram que o caminhão que deveria levar os produtos, descarregando-o na linha de produção do cliente, não estava na empresa.

Gritaria geral, começaram as ligações para o motorista que estava descarregando uma carga, em outro cliente, já agendada.

Dentro da fábrica, celular mudo, motorista envolvido com a movimentação das caixas para acelerar o processo, contato zero.

Neste momento começa a gritaria a procura dos culpados. Todos os dedos apontados para o motorista que não aparecia

Inevitavelmente, é impossível não considerarmos que há uma falha.

A questão a ser debatida é se estamos tratando de incompetência ou omissão.

Tivesse o caminhão chegado no horário, teríamos um grupo de heróis, mas pelo que estava ocorrendo sobravam acusações de incompetência.

Alguém levantou uma questão: - Por que não ter um plano B, caso o caminhão não retornasse?

Rapidamente outra pessoa lembrou: - Não usamos transporte de terceiros, porque toda vez que é mencionado é considerado caro.

Um estagiário da área de logística fez uma observação:- Nosso supervisor cogitou a ação, mas como o produto já estava pronto, faltava inspecionar poucas peças, todos os gerentes foram embora. Ficamos apenas nós aguardando a chegada do caminhão para carregarmos, então não havia quem pudesse tomar essa decisão.

A última a sair foi a Aninha, que ficou para tirar a nota fiscal.

Nota-se que todas as competências foram aplicadas. Houve um pequeno grande problema: esse projeto só estaria concluído com o produto na linha de produção do cliente.

O tempo se esgotando, tarde da noite, e o cliente certo de que receberia os produtos também não entrava em contato.

Naquele momento o chefe da produção, desesperado, resolveu ligar para o cliente para verificar que arranjo poderia fazer.

Encontrou apenas o supervisor do turno, que tinha apenas uma instrução: deixar o caminhão do fornecedor entrar e colocar o material na linha.

O supervisor, recém-contrato, não sabia como se comunicar com seu gerente, e não tinha outro recurso senão esperar, mas se prontificou em tentar localizá-lo para verificar se teriam alguma alternativa.

Casos como esse acontecem todos os dias, e quando analisados coloca-se em dúvida, inclusive, se um pedido com esse risco deveria ter sido aceito.

O ponto crucial é que pela complexidade, as tarefas isoladas não atenderam a urgência. Faltou comprometimento com o processo todo, do fornecedor e do cliente.

O problema não foi de competência, mas de omissão.

O responsável pela logística não tinha autoridade para contratar transporte de terceiros, e quem tinha essa prerrogativa não estava presente e incomunicável nesse momento.

No dia seguinte, com cliente zangado e prometendo não comprar mais da empresa, todos diziam: - Como poderíamos imaginar que isso fosse acontecer?

A resposta é simples: - A urgência do projeto!

As linhas divisórias de autoridade costumam criar algo que poderíamos chamar de “zonas de omissão”. Justamente nesses pontos ocorrem as maiores falhas.

Você como gestor deve estar atento às competências, mas também as possíveis omissões, nos momentos de crise estas se fazem presentes.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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