Para ter sucesso empresarial é necessário ter uma marca com
relevância?
Em um mercado onde o consumidor procura marca evidentemente
que sim, onde a busca é por preço, serve como diferencial. Por isso, foco em
negócios é determinante. Não é possível servir à deusa Marca e a Mamon, ao
mesmo tempo.
Na antiguidade, muitos deuses eram cultuados e mamón não era
uma das divindades, mas uma palavra em aramaico que significava dinheiro e
riqueza.
Quando muitos falam em um mundo sem logo, porque deveríamos
nos importar com isso se tivermos, tecnicamente, os melhores produtos do
mercado?
O consumidor, mais do que qualidade física, está sempre em
busca de destaque.
Marca não carrega apenas atributos físicos, mas uma gama
enorme de serviços.
É verdade que muitos empreendedores teimam em vencer sem
marcas consagradas, em mercados onde o conceito “Premium” é requisito. Isso ultrapassa a teimosia e perseverança e encontra
a ingenuidade.
O consumidor tem a palavra final, este é quem dirá sempre se
aceita ou não a proposta do empreendedor.
Quando um produto revolucionário chega ao mercado e muda
conceitos e costumes, dirá o criador: - o consumidor não sabe o que quer, nós
criadores e inovadores é que ditamos as regras.
É importante lembrar que na fila em busca do sucesso muitos
o antecederam e fracassaram, e este pode ser passageiro, uma miragem.
A moda cria o modo, assim como o modo cria a moda.
Marcas são símbolos de liberdade, de integração, resgate de
estima, busca da personalidade, identidade, valor, ideologia.
A Marca, o Logo, têm um significado profundo, pois destaca a
pessoa e evidência seu sucesso, que não precisa ser necessariamente financeiro.
Por essa razão têm fãs, seguidores, propagadores, partidários.
Marcas reinam pelo conceito de nobreza.
No processo de resgate ou valorização, as marcas têm efeito
imediato, por essa razão propagandas com ícones populares fazem sucesso.
A tatuagem, gostem uns, critiquem outros, abre um enorme
campo de estudo para a busca de significados.
A grande ambição do homem é a busca pela essência da vida, e
a escolha pode ser com sucesso financeiro, que fornece bens, ou total desapego.
O produto da liberdade cria a liberdade do produto, onde a
máxima da sua propaganda pode ser defender seu direito de ser contra a qualquer
espécie de propaganda.
Difícil imaginar? Pense em uma letra como símbolo dessa
rejeição e todo um grupo ostentando a marca como protesto.
A própria defesa do mundo sem logo estabelece uma marca e
reconhecimento público, ainda que por rejeição a esse conceito.
Pense: ‘
O cavalo de raça que torna o homem da cidade grande em cowboy
ou a moto que transforma o executivo no “homem sem destino”, não serão trocados
por similares e semelhantes, ainda que os aspectos físicos sejam indiscutíveis.
Ao empreendedor não cabe apenas entender o produto, mas os
desejos e as intenções. Marcas, Logo, têm a ver com a genética das
organizações, por isso são assuntos complexos.
Organizações empresariais são produtos do homem, não apenas
como meio de sustento, mas de sua expressão. Quando não presente na visão,
informações implantadas no genoma das organizações podem lhes dar essa
funcionalidade em marketing.
A questão é quantos gestores aceitarão que suas organizações
sejam geneticamente alteradas.
Essa é a razão fundamental para encontrarmos tantos produtos
nobres com marcas pobres.
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de
carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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