segunda-feira, 19 de março de 2018

Homens criativos e suas empresas criadoras


Homens criativos e suas empresas criadoras

Ao ser humano ideias não faltam, materializá-las é que é a questão.
A lista de dificuldades pode ser encabeçada pelo dinheiro e terminar com a individualidade.
Não é comum encontrarmos pessoas com capacidade criativa e competência criadora. Por essa razão a sabedoria em uma organização está em adicioná-las.
Os locais onde o magnetismo da realização se mostra presente costumam reunir essas forças.
O estudo das organizações nos mostrará que há nascedouros de ideias e nascedouro de produtos.

Algumas empresas, por não permitirem a germinação, são como árvores que lançam sementes ao vento. Vêem nascerem novos competidores, agressivos concorrentes ou exploradores de segmentos que não puderam perceber, com ideias ali geradas.
Por outro lado, há organizações que sem mostram como campos férteis, propícios para receber novas e variadas sementes. Chegam a vender parte de seus negócios e continuam criando outros.

De onde vem essa energia criadora, se o seu idealizador, muitas vezes, não tem uma história pessoal que o destaque, mas sim a sua organização?
Qual é o segredo desse poder catalisador?

Podemos considerá-lo como um talento pessoal e de grupo. Algo inato, mas também desenvolvido. Uma habilidade que deveríamos ter aprendido há muito tempo, quando iniciávamos nossos primeiros passos na aprendizagem.
Naqueles encontros em que um amigo ensinava uma mágica, outro um truque com a bola, outro como fazer sombras em um desenho, havia aquele que ensinava como imitar, como cantar, alguns acordes em um instrumento, informações que alguma forma poderiam compor um trabalho ou auxiliar na formação do perfil de um estudante.
Assim são as empresas que aprendem.

Por que não dizer o homem e sim a empresa?
Pela razão fundamental: resultado da aplicação. O produto não será resultado da ação de um, mas de muitos.  Como em um jogo de voleibol: Um recebe, outro levanta para que um terceiro corte.
Por que razão as empresas, todas, não são assim?
Por que no jogo do empreendedorismo as regras são livres. Cada um faz a sua e nem sempre são aceitas pelos próprios companheiros.
Modelos de gestão aceitos têm muito a ver com comportamentos. E estes têm seus capilares criativos e criadores, os quais costumam ter predominância.

Organizações com ambientes propícios à alta criatividade e baixa materialização enfrentam elevados turnover. Talentos chegam e partem com suas ideias.
Reunir os colaboradores para debates sobre criação e materialização é determinante para a criação do futuro.
Quem somos, onde estamos, para onde queremos ir, o que somos capazes de criar, qual nosso potencial materializador, que competências necessitamos adicionar, quais não podemos perder, são questões primordiais que determinam o rumo dos negócios.

Um olhar atento vai nos mostrar que no mercado os competidores são muitos, mas concorrentes em posições lucrativas poucos e todos prontos para inovação e renovação.

Não são momentos fortuitos que consolidam o modelo criativo- criador, mas a competência de desenvolvimento de relações.
É necessário aceitar e incentivar o homem a serviço do homem. Para criar, para materializar.
A fantasia tem que dar lugar à realidade na execução.
A riqueza da cultura criativa – criadora está na simbiose, se assim pudermos ou quisermos tratar.
Simbiose é a associação de dois ou mais seres de espécies diferentes, que lhes permite viver com vantagens recíprocas e os caracteriza como um só organismo. Neste caso a empresa inovadora.
Apenas a concretude sustenta e pode dar vida longa à fantasia por sua perenidade. E sem a fantasia a concretude não tem razão de existir.

Uma viagem pelas reflexões de Domenico de Masi sobre fantasia e concretude e a abordagem sobre grupos criativos e criatividade é recomendável.

Uma idéia sem materialização é só uma reflexão, sem consequências, e rapidamente estará sob domínio de outra organização.
Em um mundo competitivo, onde a vantagem está com aquele que é capaz de tornar as próprias ideias obsoletas, este conhecimento não pode ser novidade.
Não reconhecê-lo é atraso, desconhecê-lo a falência.
Por ser óbvio é invisível para muitos, como tudo que é óbvio.
O óbvio ao óbvio: Sucesso aos homens criativos e suas empresas criadoras!

Os que não forem juntem-se, organizem-se e aprendam!

Ou pereçam...

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

quarta-feira, 7 de março de 2018

Fácil perceber, difícil entender


As propagandas do primeiro produto que surge tratam da sua funcionalidade.

As demais, quando concorrentes aparecem, tratam de seus diferenciais.

O primeiro ferro elétrico, a primeira enceradeira, o primeiro liquidificador, o primeiro computador, e uma infinidade de produtos, quando surgiram, foram apresentados como novidades.  Divulgadas eram as vantagens de tê-los.

Chuveiro elétrico, já imaginou que maravilha!
Não ter que esquentar mais água para o banho, ou quem sabe tomá-lo frio mesmo?

Não precisamos ir tão longe. Que tal hoje, se não tivéssemos mais o celular e o micro-ondas?

Certamente sentiríamos uma falta enorme, mas estão ai e vieram para ficar!
A questão é: ficar até quando?
Quais criações os substituirão?

Enquanto funcionais, novas marcas, para esses mesmos produtos, serão lançadas, mas quais as chances de sucesso?

Difícil prever, uma vez que a questão industrial e empresarial sempre fala mais alto que os aspectos mercadológicos.

Nesse sentido, oportunidades devem ser exploradas, portanto se as pessoas estão comprando o lema é: Vamos lançar nossa marca!
O termo é bem apropriado: Marca.
Afinal é exatamente isso que acontece na mente do consumidor: A mensagem marca.
A mente marcada sempre buscará essa lembrança para um produto.
A lembrança o induz à escolha.

Todos os dias mensagens de produtos são apresentadas ao consumidor. Todas produzem marcas?
Sim, mas são colocadas numa escala de preferência!

Preferências pessoais e induzidas.
Pessoais porque o conjunto de informações conduz à decisão da escolha de uma determinada marca; induzidas porque a preferência é feita com apoio e indicação de pessoas e grupos.

Vamos a um exemplo:
Claudete está encantada com o sapato Y da marca Z. Caso vá às compras naquele momento, sozinha, possivelmente ira comprá-lo. Ocorre que convida duas amigas e ao mencionar o calçado ouve negativas e conselhos.
Claudete percebe que está indo contra a moda aceita pelo grupo e ela não quer se sentir deslocada.
Pronto, Claudete muda de opinião e certamente influenciará outras amigas.

Que tal analisar esta situação?
A empresa Y faz uma campanha divulgando um determinado produto e consegue de um grupo de cem pessoas a preferência de dez.
Podemos crer que a fidelidade desse pequeno grupo está garantida?
De forma nenhuma!

Quanto mais íntimas forem essas pessoas, maior será a pressão para que os dez aceitem as preferências e recomendações dos noventa que não mudaram suas opiniões.

A propaganda boca a boca é um poderoso agente influenciador.

Basta prestar atenção nos vestuários que entram na moda. Num primeiro momento, muitas pessoas juram que não irão usar, contudo na semana seguinte já os ostentam com orgulho.

Numa determinada época, os jovens não aceitavam carros de quatro portas de forma nenhuma, pois era coisa de velho, de gente quadrada, boko moko. Hoje não se fala mais no assunto.

Terno e gravata passaram períodos de extrema aceitação, depois rejeição, agora a juventude abraça com orgulho e importância.

Todos esses aspectos são marcas nas nossas mentes, que nos fazem aceitar ou rejeitar situações e produtos.

Hoje em dia não são apenas as mentes dos homens que vêm sendo marcadas por preferências, mas os próprios corpos.

Como uma pessoa pode fazer uma marca definitiva, quando o conceito pode não sê-lo?

Esse é o grande enigma que tentam desvendar os homens de marketing, afinal é fácil perceber, difícil é entender!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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sexta-feira, 2 de março de 2018

O que têm precedência: o lucro ou o poder?


Li há muito tempo uma frase afixada em uma empresa que dizia: ”Aqui fazemos bons navios, com lucro se possível, mas sempre bons navios”.

Essa frase nos remete ao velho debate sobre a razoabilidade do lucro, assunto que já debati em alguns artigos, contudo há outro tema pouco abordado nas empresas que é quem tem a precedência: o lucro ou poder?

O objetivo único das empresas é o lucro. Ninguém arriscará seu patrimônio se não tiver vantagens. Em tese.

Esse é o fator que mantém viva uma empresa, portanto coloca de lado qualquer abordagem romântica sobre o assunto. Prática.

Há, portanto, uma questão que precisa ser resolvida em muitas empresas, principalmente familiares: O que precede o quê, o lucro ou o poder?

Semanas após semanas, anos após anos, vejo que a precedência do poder tem levado muitas empresas à bancarrota.

Para muitos gestores, determinadas ações ou planos só podem ser implementados se lhes forem atribuídos os louros ou se forem idéias suas. Fora isso barreiras enormes são criadas, impedindo que as empresas se modernizem administrativamente, pagando os colaboradores mais criativos caros pedágios para a permanência nessas organizações.

Dedicação ao trabalho para superar dificuldades técnicas desgasta menos que trabalho duro para superar a tolice e a estupidez!

O tributo da vida à tolice e a estupidez no meio empresarial é o inferno da falência, muitas vezes precedida da viagem ao purgatório da concordata.

Por que profissionais experientes, sabendo que a empresa sem lucro pode naufragar, muitas vezes barram planos que a colocaria numa situação mais confortável financeira ou administrativa?

Por que estes profissionais arriscam o futuro das empresas e até seus cargos, mantendo-se inflexíveis frente a situações com as quais não querem concordar, indo contra evidências?

Por uma série de razões, mas principalmente, como dizia um velho amigo, pela síndrome de He-man.

Quem não ouviu a falar do famoso personagem dos desenhos animados que dizia: “Eu tenho a força?”

Em nome do poder, a humanidade tem sofrido e as empresas como células menores, por conseqüência, também.

Desastrosa, mas educativa, é a história do império romano que serve como parâmetro para exemplificar o sucesso e o fracasso.

Não foi o modelo de gestão Romana que levou todo um império ao fracasso, mas o modelo de gestor.

A gestão pela força demanda que se faça duas covas: uma para o gestor e outra para o objeto de sua gestão.

A gestão pela força não precisa se caracterizar pela “gritaria e pancadaria”, pode se caracterizar pela frieza, pelo silêncio, pela ignorância e pelo desprezo.

Há forma melhor para desmotivar um profissional que o desprezo pelas suas idéias?

O combate a uma idéia é a melhor forma de colocá-la em evidência, portanto a gestão pela força, a que combate com o desinteresse e com o desprezo, costuma mais ser mais difícil de ser rechaçada.

Dito desta forma, parece que estou defendendo a construção da cartilha do mal, contudo são aspectos que todo profissional um dia vivenciou , em maior ou menor grau.

Alguém é capaz de negar que o momento político pelo qual passa nosso país tem muitos aspectos ligados à síndrome de He-man?

Qualquer pessoa envolvida nos escândalos não teria sido capaz de imaginar que um dia as falcatruas viriam à tona?

Certamente que sim, mas a ganância, o desejo do poder as impediram de agir forma sensata.

“O poder sou eu” dá a dimensão de um estado, de uma situação passageira. Pessoas com essa síndrome colocam-se na posição de “Eu sou o Poder”, como algo definitivo.

Perdemos todos quando o poder supera a razão.

Neste momento estamos mais carentes de razão e sensibilidade do que de ordem e progresso.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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quinta-feira, 1 de março de 2018

Identificação de problemas e geração de conflitos


Muitas empresas no momento em que a economia mostra sinais positivos começam a se defrontar com os problemas de gargalos na produção. Os gargalos podem acontecer em um determinado ponto da linha de produção, como podem surgir em vários locais do processo produtivo, em momentos diversos durante o mês.

Uma encomenda significativa de um produto específico feita pelos clientes, o lançamento de novos produtos, mudanças de processo de produção, a subestimação do tempo de produção de itens relativamente novos podem fazer com que uma dificuldade, até então não observada, apareça.

Muitas vezes um gargalo é observado, mas as razões do estrangulamento da linha de produção não são facilmente percebidos,  levando a cobranças e debates acalorados.

Nossas empresas,normalmente, têm vocação para programação, mas não para planejamento da fábrica. Os gargalos em geral são observados quando os pedidos estão dentro de casa e não em função do planejamento de vendas, com isso os responsáveis pelas áreas fabris acabam não tendo condições de se antecipar aos problemas e encaminhar soluções preventivas.

O fato de observarmos e identificarmos um problema não quer necessariamente dizer que uma solução será providenciada.

Gargalos de produção costumam aparecer deixando também pistas falsas dos problemas, como movimentações tardias, falta de  melhor programação, quebras de máquinas, falhas nas identificações de operações , envolvendo sempre mais de uma área e gerando conflitos ao invés de debates.

Um problema se observado, identificado, reconhecido, encaminhado para solução, com tarefas delegadas e pessoas investidas de autoridade, normalmente é solucionado, contudo há um aspecto inerente ao comportamento humano que dificulta o encaminhamento da solução: a negação.

Todos nós somos avaliados constantemente e somos refratários a críticas, com isso, o debate, muitas vezes, acaba gerando conflitos e perpetuando o problema.

O conflito pode se acirrar levando a empresa a perder bons talentos, o conflito pode se perpetuar gerando perdas contínuas em outros processos ou pode haver a desistência de solução por parte dos envolvidos.

Quaisquer que sejam os caminhos, observados esses fatores, quem perde é a organização.

Para o  correto encaminhamento de um problema para solução é necessário que este, ao ser observado e identificado, seja reconhecido. A negação imediatamente determina o fracasso da solução.

A negação não precisa ser explícita e muitas vezes não o é, a contra-argumentação defensiva é muitas vezes mais danosa do que um conflito administrável.

Investir na inteligência da organização torna-a ativa e não apenas reativa, essa é a tônica das empresas do futuro.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Buscar profissionais certos ou treinar certos profissionais?

Há um ditado que diz que ”nós não nos especializamos, alguma coisa é que se especializa em nós”.

É verdade que algumas pessoas mergulham em determinados assuntos e com isso ganham incrível domínio, outras são levadas para certas áreas e se tornam especialistas.

Seja por condução ou por ter-se conduzido, o fato é que exposição e estudo são os materiais que asfaltam a estrada do expert!

Um dos campos que a vida profissional me conduziu e me expos intensamente foi seleção e treinamento.  Deixar a carreira de executivo e ingressar na área de consultoria não fez muita diferença na forma em que trabalho.

Reorganização de empresas sempre fez parte de minha vida profissional.  E nesse processo, mudanças certamente é um fator constante.

Empresas vivem de resultados. Resultados são produzidos por ações. E ações demandam planejamento.    

No planejamento há algumas questões fundamentais:

O que fazer?

Porque fazer?

Como fazer?

Quando fazer?

E, extremamente importante, quem fará?
Lembre-se que quando você sabe em que negócio está, o sucesso não é resultado do acaso.

Alguns empreendedores, ao falar do sucesso, dizem que no início não sabiam muito bem o que estavam fazendo. Contudo, se estudarmos os passos que deram, veremos que suas bússolas tinham um nome: intuição.

A intuição é resultado da experiência que se desenvolve com ações. Ações que geram bons e maus resultados, e que são apoiadas por estudos e reflexões.
Podemos chamar esse processo de “círculo virtuoso”.

Poderia o círculo virtuoso agir em uma empresa com tal intensidade que não fosse necessário contratar especialistas, formando-os, todos, naquele ambiente?

Poderia sim, contudo alguns aspectos estratégicos podem criar necessidades especiais.

Criatividade pode ser desenvolvida, mas não ensinada.

Liderança, em seu conceito puro, pode ser desenvolvida, mas não ensinada. Comando sim!

O círculo virtuoso também é alimentado pela retenção de talentos, aspecto que nem sempre é possível.

Empresas tem urgência de resultados, e muitas equipes não conseguem gerar.

Um resgate: experiência não é aquilo que acontece conosco, mas é o que fazemos com aquilo que acontece conosco.
Basta lembrar a história do carrapicho: enquanto milhares de pessoas reclamam quando vão ao campo e estes grudam em suas roupas, um gênio, ao estudá-lo, criou o Velcro!

E assim são as empresas: conduzidas com genialidade, com organização ou caoticamente...

Como, então, decidir quando contratar ou treinar profissionais?

A análise dos resultados da empresa e as avaliações periódicas- que acabam tratadas superficialmente- nos dirão se os esforços estão valendo a pena.

Algumas decisões, quando envolvem choques na organização e podem gerar conflitos, dificilmente podem ou são tomadas pelos pares, que por longos períodos trabalham juntos.

Como promover um recém-chegado, preterindo um colega, que há décadas sonha com uma determinada posição, ainda que todos os fatores indiquem que a escolha certa seja o novato?

Sei que muitos diriam “agindo com profissionalismo”, contudo encontro com frequência essas situações procrastinadas, justamente para evitar o mal-estar!

Muitas questões acabam tratadas por consultores, que preparam o ambiente, os profissionais e efetuam as transições, implementando as medidas necessárias.

Buscar profissionais certos ou treinar certos profissionais é uma decisão complexa, contudo quanto mais participativo o processo de gestão, mais claras ficarão as necessidades e os caminhos a serem seguidos.

Um bom gestor, além de conhecimento e determinação, precisa, com frequência, de uma boa dose de coragem!


Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo

Skype: ivan.postigo

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O pior estágio de uma nação

O Brasil, como nação, perdeu-se no caminho.
A ideia, o conceito do povo pacífico, ficou no passado.
Roubos, falcatruas, crimes já não são novidades, nem assustam mais.
Pessoas se perdem na criminalidade e levam famílias à perdição.
Vemos muita religiosidade, pouca fé e corrupção, corrupção, corrupção...
Um Cristo a mais por dia na Cruz. Cruz que agora quem carrega é o povo, por sua própria insensatez!
Quem deveria cuidar do país, quem recebeu a incumbência, usa o manto para esconder malas e malas de dinheiro.
Dinheiro do povo, fruto da arrecadação de impostos, com muitas gotas de suor, transformando o país num verdadeiro inferno.
Não há educação, saúde, transporte e segurança aceitáveis.
Caos total. Policiais morrem todos os dias e quem se importa? Ou seria exagero da mídia, como ouvimos não faz tempo?
Seriam as chuvas de balas alegorias, mesmo fora do carnaval?
Genocídio nos hospitais, nas ruas carnavais, bebidas, drogas e todos os tipos de aberrações...
O mundo olha e não vê porque investir nesta baderna que se transformou o Brasil.
E, qual o futuro?
Quem sabe um condenado na Presidência da República?
Senadores, Deputados, Governadores, Prefeitos, Vereadores, todos, foram eleitos com caixa 2, segundo se ouve  nos corredores da política.
Então, que representante melhor não teriam no cargo máximo da República, do que um condenado? Afinal, estamos todos, também, condenados...
O povo, ora o povo!
Lembrem-se: se o condenado chegar a ocupar o cargo, o povo é que o colocará lá. Isso se não forem as suspeitas urnas.
E o voto impresso? Dane-se o voto impresso! Quem é o povo para exigir alguma coisa? - Palavras de Brasília!
Mas, teimosamente volto à questão, e o povo? Ora, o povo voltará à sua insignificância, à sua miséria e à fila das mortes nos hospitais, por causa de doenças e balas perdidas.
Assim seguirão as pessoas e as balas: perdidas.
Chegamos, então, ao pior estágio de uma nação: a fatalidade, que faz com que balas e pessoas perdidas se encontrem!
Como sempre diz um grande amigo: - Deus cuide desta nação...
Sim, sim, mas eu acredito que para nossa geração não há mais tempo!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Por que vivemos o paradoxo da farta informação e baixa qualificação?

Alguém se lembra como era o mundo antes da internet? Interessante, parece que ela sempre existiu!

Você, utilizando a rede com assiduidade e intensidade, não é capaz de imaginar que esse extraordinário recurso está ai há tão pouco tempo e ocupou a vida das pessoas definitivamente.

Das pesquisas escolares às cientificas, tudo passa por consultas à rede. Realmente um novo ambiente, um novo mundo, e virtual. Terceira, quarta, quinta, que dimensão é esta?

Há alguns anos, a informação passava pela aquisição de livros, apostilas e as fotocópias, tão combatidas, além das aulas. Hoje a disponibilidade é fácil e farta. Cresceu em escala geométrica.

Quando você se interessa por algum assunto precisa telefonar para alguém, ir às bibliotecas, pedir material emprestado? Talvez algo específico, recomendado. Para uma primeira abordagem e contato com o assunto basta entrar na rede e fazer uma pesquisa. Encontrará não só informações como opiniões.

Paralelo a esse fato, denominado internet, as pessoas têm mais acesso a cursos técnicos e faculdades. Reúna os dois e estará possibilitando, a estas, condições de uma preparação profissional mais adequada, pelo menos no sentido do aculturamento.

Perícia, destreza, habilidade, capacidade de aplicação dependem de exercício.

É importante separar os conceitos de educação e treinamento. Educação engloba ensinar e aprender e treinamento o desenvolvimento de habilidades pela repetição. Posso perfeitamente saber tudo sobre música, sem que tenha habilidade para tocar um instrumento por não praticá-lo.

Os jovens, hoje, são mais esclarecidos e desinibidos que os de algumas décadas e têm farta informação. A mobilidade também é grande, muitos dirigem e têm seus próprios veículos. Quando não, utilizam os dos pais e de amigos.

A capacidade de se expressar e os meios para se comunicar são bastante desenvolvidos, então por que enfrentam dificuldades para colocação no mercado de trabalho?

Na opinião de muitos jovens não há vagas, em contraposição as notícias: “Sobram vagas e não há qualificação!”

Há um nó a ser desatado, não há?

Em um fórum poderíamos debater o que precisa de aprimoramento:

- A vaga ou o profissional?
- O entrevistado ou o entrevistador?

Qualidade estabelece uma relação direta com valor. Produtos Premium estabelecem valores Premium.

Temos que lembrar que contratamos serviços e não pessoas. Aquelas com maior potencial para oferecer serviços de qualidade estarão nas empresas onde o conjunto – salários mais benefícios – forem recompensadores. É a lei da oferta e da procura.

Isto ainda não responde a questão: por que temos farta informação e baixa qualificação?

Sobram informações e faltam informados? Sobram entendidos, falta entendimento?

Excedem as leituras, não há leitores?

A pergunta é simples e deve ser feita por gestores e candidatos: que oportunidades estão disponíveis, quais as carências a serem supridas, como supri-las e em quanto tempo.

O mercado “aposenta” cedo demais profissionais experientes, ao mesmo tempo que procura “estagiários com experiência”.

Essa troca prematura, sem preparar substitutos, leva as empresas à deficiência organizacional que provoca perdas com desperdícios, erros e com oportunidades não observadas e exploradas.

A contratação de profissionais com baixa qualificação, por conta de baixos salários, cria administrações não só precárias como sofríveis.

Lamentavelmente seus gestores não se dão conta do alto custo dessa administração barata!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

De longe, todo problema é pequeno

Se você não sente o calor da lava de um vulcão, a força das águas de um mar revolto, o poder de um furacão, não tem como avaliar o problema.

Grandes ou pequenos, eles nos rodeiam todos os dias. Muitos poderiam ser solucionados rapidamente, mas protelar é um exercício a que o ser humano se acostumou.

Estamos acostumados a lamentar o incômodo da mudança. Melhor seria se fossemos educados para a mudança do incômodo.
Problema tratado é problema resolvido. Ainda que tenhamos que aceitar que problema sem solução, solucionado está!

As pessoas vivem em busca de oportunidades. Oportunidades não significam ausência de problemas, mas justamente o contrário. Riquezas vão para os locais onde os problemas encontram solução!
As grandes potências mundiais não são líderes em tecnologia por acaso.

Ao se dar conta que a fome é um grande problema, muitos, para reduzir seus males, passaram a negociar alimentos e criaram o maior negócio do mundo. Estão ai os mercados, mercadinhos e mercadões na história da humanidade.

A grande dificuldade é ter a capacidade de isolar as oportunidades no meio dos problemas!
Como o garimpeiro que separa as pepitas dos cascalhos...
A mesma força das águas que arrastam barcos, também movem moinhos. Canalizá-la é o grande segredo.

O problema da solução é quando tentamos encontrá-la e somos parte desse problema.
O distanciamento da realidade faz com que pessoas que tem poder e obrigação de decisão deixem de viver no mundo real e passem a viver em um mundo virtual.
A distância engana a vista, reduz o tamanho das montanhas e também dos problemas.

Problema tem tanto medo de solução, quanto o homem de obrigação. A distância que desobriga da obrigação, permite ao problema por fim à solução.

Apesar da internet ter se tornado uma grande fonte de informações, vivemos momentos de carência. Afinal, a cada grande problema, a mídia nos mostra gestores afirmando: Eu não sabia!

Não sabemos de muitas coisas. Não sabemos porque não pudemos ser informados, não sabemos porque não quisemos ser informados.
Situações como essas trazem à luz, além da questão não resolvida, um agravante: a barreira para o encaminhamento da solução.

Gestor trancado, problema represado. Na sala do gestor, pouca coisa acontece...
Solucionador é aquele que têm os problemas não só ao alcance da vista, mas ao alcance das mãos!

O confronto nem sempre traz solução para o problema, mas se você não enfrenta o problema nunca descobrirá se há solução.

Antoine de Saint-Exupéry dizia: “Na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções.”

Desconhecer barreiras tem efeito milagroso. Lembre-se da frase: Não sabia que era impossível, foi lá e fez!

Benjamin Franklin trata a questão de forma direta e clara: “Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como você o encara é que faz a diferença.”

A vida é uma estrada repleta de problemas, se você vai interromper sua caminhada ou vai seguir em frente, a escolha é sua.
Cada problema resolvido é um problema a menos para se preocupar!

Problemas podem ser tratados como cálculos matemáticos: Você pode multiplicá-los, dividi-los, somá-los ou subtraí-los.

O segredo é encará-lo: apenas montando a equação, poderá ir em busca da solução.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

A coragem para recomeçar

Ali estava ele. Sereno...
Vira duas guerras e revoluções na Europa. Viera ao Brasil e vivia vida simples.
Quase noventa anos, ainda trabalhava como massagista.
Mãos assustadoramente fortes para a idade.   Memória de fazer inveja.
Enquanto fazia seu trabalho, dava conselhos.
Como não ouvi-lo?
Perdera muito, ganhara uma vida de filme e uma impressionante coragem, que era percebida em seus gestos.
Ao abrir da porta, o visitante era surpreendido por dois olhos firmes, um leve e carinhoso sorriso e mãos fortes, que não só o recebiam, mas praticamente o arrastavam para dentro.
Enquanto tratou de uma lesão que tive provocada por saltos de trampolim, ficamos amigos.
Que pena, eu era muito novo para “saber aprender” com aquela amizade.
Terminado o tratamento, poucas vezes nos falamos.

Fui cuidar de minha vida, meus estudos, e ele também se foi.
Só descobri quando o indiquei para um amigo, e recebi a notícia, tempos depois, que já não estava mais entre nós.

Acredito que foi ele que, de alguma forma, me disse, que as lições mais contundentes não nos são ensinadas pelos ganhadores – ainda que belas -, mas pelos perdedores!

Algumas pessoas, apesar das perdas, não parecem estar recomeçando, e sim continuando do ponto onde pararam. Não se vê lágrimas, apenas determinação para realizar projetos e alcançar metas.

Teria aprendido lendo Cervantes? “Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas quem perde a coragem perde tudo.”

Ou quem sabe com Churchill? “O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo.”

Sua marca de vencedor: a assustadora serenidade!

Pessoa rara, mas que tive o privilégio de conhecer.

Sempre me perguntava de onde vinha aquele equilíbrio. Até que tempos depois me dei conta: da coragem!

Coragem não significa ausência total do medo, levando o soldado a enfrentar um batalhão sozinho. Isso seria tolice.

Na longa ou curta vida, a maior prova de coragem é suportar as derrotas sem perder o ânimo.

Gosto também do ensinamento de Edmund Burke, quando nos diz: “Os que têm muito a esperar e nada a perder serão sempre perigosos.”]

Faz eco com a frase de Lawrence da Arábia, que afirma que os homens que sonham acordados são perigosos, pois de olhos abertos os realizam, tornando-os possíveis!

Malcom X faz um alerta, pois o comportamento pode ser dirigido para o bem ou para o mal: “A mais perigosa criação no mundo, em qualquer sociedade, é um homem sem nada a perder.”
Um ditado romeno reforça a tese: “O lobo pode perder os dentes, porém sua natureza jamais.”

Bob Dylan se junta aos sábios e pessoas experientes: “Quando não se tem nada, não há nada a perder.”
Quem, como ele, tem uma história de luta, sabe como é fazer o caminho sem esperar.

Ah, Vandré: quem sabe faz a hora, não espera acontecer!

Nesta vida, será que nada é para sempre? Sempre?

Estaria certa Cecília Meireles? “Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.”

Entre os fortes Luther King, acreditando que, com perseverança, é possível: “Devemos aceitar a decepção finita, mas nunca perder a esperança infinita.”

E seria nato o poder de realização ou podemos aprender?

Tom Jobim dá sua dica: ”Assim como o brasileiro foi educado para perder, o americano foi educado para ganhar".

Quando, firmemente, se crê que é possível ganhar, está plantada a semente da coragem para recomeçar. Ou, para os mais fortes, continuar de onde se parou!

Pela lembrança, ao amigo Antonio, onde quer que esteja!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo

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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Quando a promissória vence na Páscoa, a quaresma é curta

 Não seremos eternos, portanto a realização de sonhos e planos não podem esperar séculos! A vida sempre pede um pouco de pressa.
Não precisamos viver como se a vida terminasse amanhã, mas se tratarmos os assuntos como se o limite fosse depois de amanhã, certamente nossos feitos serão enormes. Garanto!
Vivemos em um país acostumado a desperdiçar décadas.
Pessoas com mais de 30 anos ainda não sabem o que querem da vida, muitos ainda recebem apoio dos pais e nas casas destes vivem. Pais que ajudam, mas se lamentam da falta de energia dos filhos.

Necessidade e a urgência nos colocam em movimento.
No nosso trabalho, se metas não forem estabelecidas, usaremos as mesmas oito horas, todas elas, para fazer muito ou nada!
Pessoas reclamam que a sexta-feira não chega, que a semana demora a passar, e o que fazem sábados e domingos? Praticamente nada!
Ficam sim, penduradas nas redes sociais, falando com ninguém sobre praticamente nada. Ditos amigos, que pessoalmente não investiriam tanto tempo.
Mas e os hobbies? Hum, o que é isso?
Estudar fim de semana? Tá maluco?

Um olhar atento no horizonte nos faz perguntar: o que há do outro lado do oceano?  
Uma curiosidade que nos leva a embarcar e empreender a viagem!
Regra simples: sonhos, planos, ação!
Assim se faz uma rica vida, ainda que, muitas vezes, não possa ser uma vida rica.

Dinheiro é raro aparecer por acaso. Mas, se você o buscar, o acaso pode favorecê-lo.
O acaso é um agente curioso e brincalhão.  Desconfio de seu parentesco como nosso Saci Pererê. Sempre fazendo arte...
O acaso tem sua turminha: a oportunidade, a sorte, o preparo, o interesse, o arrojo, a vontade, a curiosidade, a coragem, a disposição, e outros tantos elementos.

Quanto mais você se envolver com esses amigos do acaso, maiores serão as chances de ganhar sua simpatia.

O tempo é curto. Para mim sempre foi.
Sou incapaz de ficar em uma janela vendo a vida passar.
Prefiro descer à rua e passar pela janela.

Dosar as vontades também é importante. Não podemos nos envolver em tudo e nem com tudo, mas o corpo precisa de movimento e as mãos e a mente ocupação.
Haverá sempre um momento, e claro não uma vida toda, para reflexão e contemplação!
Ao realizador sempre necessário, para saborear, rever, repensar, reciclar, reposicionar sua arte. Como forma de satisfação ou para enterrar a frustração.
O insucesso precisa de seu tempo de luto, para que não nos assombre toda uma vida.

As lágrimas têm efeito detergente nas frustrações. Frustrações acumuladas criam mentes atormentadas.
Lágrimas aliviam e provocam menos dores do que chutes em cadeiras.

Quem têm planos, têm datas. Quem têm datas, estabelece formas de ação. Quem age, realiza!
O insucesso também traz satisfação.
Saber que aquilo, daquela forma, naquele tempo não dará certo, também é uma resposta positiva. Obtida em tempo, poderá nos levar a caminhos da real solução, para atender necessidades que ainda não se manifestaram.
Isso se chama prevenção. Não é por essa razão que são preparados os planos de contingências?

A lição, quando temos compromissos, é que se a promissória vence na Páscoa, a quaresma é curta!


Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Consultor, Articulista, Escritor, Palestrante
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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

A tecnologia como fator alienante: um novo homem, a velha cisma?


Quantos avanços, quantas dúvidas?

Albert Einstein tinha a língua afiada. Sua primeira esposa Mileva Marić registra esse fato em uma carta.
Ainda assim, não podemos afirmar que esta frase “eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas”, tenha sido dita por ele, considerada a contundência. Contudo, a afirmação ganha novos adeptos mundo afora.

Quando, para nós estudantes, nos colégios técnicos a régua de cálculos foi substituída pela calculadora científica, como suporte às operações trigonométricas, os ganhos foram imensos. A velocidade das soluções foi substancial.

O mesmo aconteceu com os cálculos financeiros, quando as novas máquinas permitiram que as tabelas financeiras não fossem mais necessárias.

Nesse momento, resurgia a preocupação com a alienação. Não com a mesma intensidade com que se trata o assunto hoje.
 Pensemos, aqui, alienação como “direção da vontade das massas, criando necessidades de consumo artificiais, desviando o interesse das pessoas para atividades passivas e não participativas”.

Em dado momento, profissionais sem as máquinas não eram capazes de realizar os cálculos, pois não tinham habilidade e domínio para dedução das fórmulas, e sequer lembravam como estas eram formadas. O que dizer, então, de seu tratamento?

Por outro lado, o tempo para novos aprendizados se mostrava disponível.

Seria uma regra: conheço mais, domino menos? Um direcionamento para a generalização, rompendo as correntes da especialização?

Nas empresas ganhavam força e transparência as planilhas eletrônicas para trabalhos de planejamento. Antes destas, por exemplo, equipes de cinco pessoas levavam até dois meses para criar alguns cenários.
Cálculos realizados em folha de treze colunas demandavam somas cruzadas para certificação dos valores. Isso consumia tempo para confecção, e as análises acabavam superficiais.
Com o aparecimento desse novo recurso, o ganho foi assustador. Em uma semana já era possível realizar o mesmo trabalho com uma ou duas pessoas.  E simular novos cenários, praticamente, se tornou ato imediato!
A possibilidade de criação de índices e formas cruzadas de análise também ganhou enorme impulso.

Onde estariam as perdas nesse processo tão interessante?

No imediatismo que levou ao distanciamento do principal objetivo do planejamento. A moda era criar planilhas, aprender recursos para criação de formas e fórmulas, levando gestores, seus assessores e analistas a um mundo novo e empolgante: a febre da microinformática.

A empolgação da criação induzia à preparação de trabalhos que não tinham nenhum objetivo concreto ou finalidade específica, apenas carregava a habilidade de aprender e usar os novos recursos que a tecnologia fornecia.

Um amigo, nessa época, dizia, fazendo um paralelo com a situação: beba para se alegrar, não para cair!

Vemos, hoje, que os todos os aparelhos que permitem conexão com a internet- recurso fabuloso- tem poder de integração, mas também espalha o vírus da alienação.

Lévi-Strauss, 1908-2009, antropólogo, professor e filosofo, não tinha uma visão muito otimista do mundo, pois o via muito saturado com imagens, palavras, indivíduos e tecnologia.

A antropóloga Françoise Héritier, segue a mesma linha de defesa, e considera que a comunicação imediata e sobre o nada se tornou ela mesma um prazer. Assim, o fato de dividirmos tudo, com todos, o tempo todo, é no entender de parte da sociedade, o motivo de grande prazer.
Inegavelmente, isso consome o tempo que poderia ser dedicado ao pensamento, reflexão e muitas outras atividades.

Novidade? Não!

Em 1844, Karl Max apresentou em um livro uma teoria sobre alienação, no qual tratava o distanciamento entre o homem e a sociedade.

Em 1964, Herbert Marcuse, também em livro, considera a questão e a trata como “mecânica do conformismo”.

Sabe-se que a industrialização, em seu nascedouro, já havia chamado a atenção dos sábios, que advertiam sobre a alienação que acompanha a vida moderna.

Estamos nos alienando cada vez mais ou o novo homem continua com a velha cisma?


Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Manda quem pode, questiona quem tem juízo

Fala-se muito em plano de carreira, mas grande parte das carreiras não está nos planos de ninguém, a não ser do interessado.

É importante contabilizar, avaliar, conversar e negociar os pontos de parada e partida nesse caminho tão difícil chamado carreira.

Para alcançar o estágio pretendido pelas empresas, com bacharelado e pós-graduação, você investirá praticamente duas décadas nos bancos escolares, considerando domínio da informática e pelo menos uma língua estrangeira.

Isso é o que esperam e exigem, e você, exige o que em troca?

Há um ditado que diz que quem não está trabalhando para o próprio enriquecimento, está trabalhando pelo enriquecimento de outra pessoa.

Nem todos nasceram dispostos a correr riscos como empreendedores. Alguns não o fazem por falta de vocação, outros de recursos e há aqueles que não encontram oportunidade.

Trabalhar para enriquecer os outros não é o maior pecado, empobrecer junto sim.

Já imaginou passar décadas em uma empresa, vê-la falir e sair pior do que entrou?

A carreira é o material com que o caminho do seu futuro será asfaltado. Esse é o caminho que você terá que trilhar.

Algumas pessoas o seguirão, outras não. Algumas você levará pelas mãos, outras no colo, e se não estiver alerta, quando se der conta, terá gente nas suas costas.

Pelo seu futuro você é responsável, ainda que possa contar com ajuda. Ajuda que poderá pedir, aceitar ou recusar.

Nesse trajeto, pessoas se juntarão a você, mas também o deixarão.

Haverá partidas com dor e outras que achará uma benção.

Os seus caminhos coincidirão e também poderão cruzar com os de outras pessoas, às quais se juntará e também abandonará.

Para algumas pessoas, sua partida deixará uma certa sensação de tristeza, para outras , ao contrário, será de alívio!

Por ser mau? Não, simplesmente porque não o vêem bom.

Nosso caminhar recolhe as pedras da antipatia, que machucam os pés, mas também nos permite trocar os calçados da simpatia e empatia.

E assim, diziam os índios americanos: “Jamais julguem um homem, sem andar algumas luas com seus mocassins!”

Quando decidir trilhar um caminho, certifique-se da sua importância no trajeto e a disposição de reconhecimento que lhe será estendida.

Todas as estradas apontam em direção ao arco-íris, mas muitos potes, pela ganância, pesam mais do que o ouro a ser recolhido. Sua parte será sempre uma fração, e o esforço da travessia pode ser só seu.

O tamanho do pote não é importante, quando se é o último a chegar.

Quando do pote fores o dono e tiveres o mapa para a entrada no arco-íris, assegure-se de ser justo na divisão dos ganhos. A caminhada para a saída pode ser longa, e, lembre-se, que o peso da carga agora é maior!

Em algum momento na vida, felizes ou infelizes, cansados ou não, de nada valerão os potes e o ouro.

Potes cheios, nos poços da riqueza, de nada servem ao homem abandonado e sem forças para carregá-lo.

Diziam meus avós, velhos espanhóis, sempre a todos os netos: - Pelas maldades do homem, se o arco-íris deixar de aparecer por sete anos, o céu desabará sobre nossas cabeças.

Ao avaro, nas sete cores, sete castigos: a maldição do arco-íris.

Solidão
Desprezo
Angústia
Agonia
Vergonha
Melancolia
Medo

Em todas as estradas manda quem pode, nesta, contudo, questiona quem tem juízo.

Lembre-se que você é o caminhante!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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