segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Passado crítico, presente duvidoso, futuro incerto

Velhas frases, às vezes, são capazes de expor situações de uma forma mais clara que muitas teorias.

Para organizações que vivem à sorte do mercado, diria que estas duas são bem adequadas:
  • Qualquer caminho é bom para quem não sabe para onde quer ir;
  •  Para este navegante, não importa a direção do vento.

No início de minha carreira, ouvia-se muito que planejar era como dirigir um carro olhando pelo retrovisor. Na realidade, o que fazíamos, em meio a muita discussão, era uma estimativa, no máximo uma previsão.

A inflação ainda era alta, então como perspectiva para o ano seguinte era comum corrigirmos os dados do ano com a variação projetada e acrescentar cerca de dez por cento de crescimento.

Felizmente nosso grupo, ao comparar os resultados obtidos com os estimados, adicionava comentários aos relatórios, provocando o início de uma mudança de comportamento.

A questão colocada em debate era se deveríamos fazer uma estimativa dos resultados com base no “achismo”, consultar a bola de cristal para obter uma previsão ou teríamos detalhes de um plano de ação para determinação de metas.

O programa de vendas estabelecido como meta mostrava que o volume era superior a capacidade de produção somada aos estoques, deixando clara a total falta de cuidado da equipe que o desenvolvia, e, claro, maior carga política que técnica.

A questão era muito simples de ser percebida, pois esses mesmos índices eram usados no plano de cinco anos.

A empresa crescendo dez por cento ao ano, em sete anos dobraria o volume de vendas. Dessa forma, a capacidade de produção daqueles itens, considerando que nenhum outro fora adicionado, teria que acompanhá-la, demandando investimentos.

Haveria mercado para isso?

O mercado comprador iria crescer nessa proporção?

Para quem deveríamos vender para poder sustentar o crescimento?

Quais empresas perderiam mercados para nós?

Que fatias individualizadas seriam tomadas dos concorrentes?

Quais ações deveriam ser feitas para que isso acontecesse?

Uma empresa enquanto gera lucro, apresentando crescimento, mesmo que não nos níveis estimados, permite uma infinidade de defesas em relação às defasagens observadas.

A situação é outra, quando se observa que o resultado é desfavorável há algum tempo. Depois de dois ou três anos com prejuízos, projetar olhando pelo retrovisor não vai permitir encontrar solução para melhorar os resultados.

Caso as ações continuem as mesmas, apenas uma mudança significativa no mercado pode dar uma chance à empresa para que possa se mostrar econômica e financeiramente interessante.

Aguardar é impraticável, então nas nossas empresas temos que estabelecer definitivamente onde queremos chegar, lembrando que não podemos mudar a direção do vento, mas nos é permitido ajustar as velas.

Uma empresa com um passado marcado por insucessos, vivendo momentos duvidosos, sem um plano de ação que possa efetivamente gerar resultados, não poderá criar o seu futuro. É primordial a reflexão sobre atos e fatos e, claro, tomar atitudes.

As pessoas querem participar de algo grande e importante, portanto convide-as, envolva-as.  Uma visão compartilhada leva ao comprometimento e a obtenção de resultados positivos.

Os segmentos de negócios podem passar por crises, mas sempre há uma empresa obtendo resultados favoráveis, então como diz a velha máxima: “Se um pode, todos podem”.

Um passado crítico não implica que não possamos impedir sua repetição no presente, prejudicando a construção de nosso futuro.

Avalie suas convicções, questione-as, adicione as competências necessárias e trabalhe duro.   Não espere resultados diferentes agindo da mesma forma.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Inteligência não é competência

Pedro é um gestor dotado de grande inteligência, respeitado por todos que o conhecem.

Curioso, ávido leitor, é capaz de ouvir durante horas uma palestra sobre algo que não conhece.

Demonstra convicção em muitos assuntos, razão pela qual seus colaboradores sentem dificuldades em debater com ele.

Ainda que percebam que Pedro não domina determinados detalhes, faltam-lhes argumentos para derrubar suas contundentes argumentações.

Antonio não! Impaciente com a leitura, gosta de ação.

Sem rodeios, apanha as orientações lhe são dadas e rapidamente procura aplicá-las.

Prático, dotado de grande conhecimento empírico, costuma atropelar os processos, agindo por intuição, às vezes exagerando na tentativa e erro.

Antonio é reconhecidamente um mestre prático, como costumam chamá-lo, em cada assunto, tão logo o domine.

Pedro e Antonio, juntos, seriam insuperáveis e capazes de projetos geniais, pudessem se completar.

Situações mais complexas precisam ser intermediadas. Projeto na mesa, um de cada lado, ouve-se frases como: Assim não dá, você não está me entendendo, não é assim que funciona, vá e me mostre...

Para Pedro tudo é possível, basta ter habilidade, talento que não tem. Para Antonio, tudo é teórico, fundamento que não domina.

Ninguém duvida da inteligência e da capacidade de ambos, mas todos reconhecem que há limitações.

Airton, gestor de Rh, já sem saber como intermediar os pequenos conflitos, resolveu estruturar um debate para que ambos entendam e aceitem suas diferenças e se completem.

Em suas especulações separou as definições:

Inteligência

Definida como a capacidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair e compreender ideias e linguagens.
  
Competência

Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que quando utilizados pelas pessoas permite que tenham sucesso nas tarefas que desenvolvem.

Percebeu que competência nesse sentido está estruturada em três pilares:

1)      Saber o que fazer ( Conhecimento )
2)      Saber como fazer ( Habilidade)
3)      Querer fazer ( atitudes)

Para Airton, o grande desafio está em equilibrar o maior conhecimento de Pedro com a maior habilidade de Antonio, e melhorar o entendimento de ambos sobre colaboração e trabalho em equipe.

Ao se debruçar sobre o assunto, Airton se deparou com os conceitos de inteligências múltiplas, que compreende a linguística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, intrapessoal e interpessoal.

Um dos pontos que estuda e pedirá que reflitam, para harmonizar os debates, é a inteligência interpessoal. Descrita como a habilidade para entender e responder adequadamente aos humores, temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas.

Dois aspectos ainda preocupam nosso gestor de RH, não inibir a capacidade de expressão e liderança de ambos.

Agora, que ninguém se atreva a lhe dizer que os conflitos são puramente resultado das teimosias, e que inteligência e competência são a mesma coisa.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 10


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 09


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 08


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 07


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 06


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 05


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 04


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 03


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 02


Aprender com os erros dos outros é muito mais barato do que pagar pelos nossos. Parece óbvio, ocorre que o óbvio é invisível. Dica Empresarial de Inteligência em Gestão Mercadológica NO. 01


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Seu currículum, sua competência e o emprego desejado

Quer esteja você procurando novas oportunidades ou não, sempre se depara com o assunto currículum.

Os modelos são variados, as teses sobre o que deve integrá-lo também.  

Não faltam empresas especializadas na preparação do material, eu mesmo tenho uma infinidade de modelos. Quando acho que já não há mais nada para aprender sobre o assunto, pronto, surge algo novo!

Deve ter fotografia ou não? Depende, você é bonito ou feio?

Foto em pé ou 3 x4? Você é alto ou baixo?

Idade? Esse é um detalhe delicado, depois da casa dos trinta já o consideram velho. Gostamos da sabedoria, mas não temos a mesma consideração pelos sábios.
Nesse aspecto você pode ouvir: - Idade não comprova sabedoria! Diz o velho ditado “o diabo é mais sábio por ser velho do que por ser diabo!”. Sabedoria é resultado da experiência, nesse caso “tempo de estrada” conta muito.

Informo que não sou fumante?  Ser casado é uma referência importante? Filhos. Ter filhos deve mostrar responsabilidade!

Um grande amigo não menciona que os têm. Quando lhe perguntam por que, ele diz: - Tenho seis, como você acha que avaliarão essa questão? Jamais me chamarão para uma entrevista.

Beber nem pensar, e quando lhe perguntarem você diz: - Socialmente!

Hobbies! Simples, passear com a família, cinema, leitura. Hum, e quem é paraquedista, conta ou não?

Isso é só o começo, ainda tem o capítulo instrução e experiência.

Na hora de falar da instrução, como mostrar que frequentou escolas pouco comentadas, mas muito boas, obtendo sempre as melhores notas, se o concorrente, ainda que péssimo aluno, esteve em escolas consagradas? Você, uma pessoa de família sem muitos recursos, apelou para as bibliotecas e sebos, tornando-se um autodidata, mas não tem MBA. Leu tudo que encontrou, dos clássicos aos técnicos, passando pelas bulas dos remédios.

Chegou a hora de falar das experiências. Você é pau-para-toda obra, sem um “CV” encorpado, começou de baixo. Tem muito para contar do que fez, mas pouco para falar de cargos que ocupou. A vontade de aprender, mais do que a ausência de preguiça, o levou a “navegar” por todos os setores da empresa.  Oportunidades por lá tem aparecido, mas você já sentiu que para deslanchar na carreira vai ter que procurar novos ares. Essa é a razão de ter saído em busca de informações para desenvolver um “CV” competitivo.

Ao nosso lado estava um consultor ouvindo a conversa que resultou neste artigo. Ele se lembrava de uma história sobre comprovação de competência e tentava encontrá-la na internet. Não demorou muito, nos trouxe uma folha e disse: - Aqui está uma forma de demonstrar competência.

Lia-se:

Um lenhador, em busca de trabalho, chegou em uma região que estava sendo desmatada. Apresentou-se na empresa carregando seu machado e pediu uma oportunidade para demonstrar sua competência.

As pessoas presentes riram de seu jeito simples e lhe explicaram que o trabalho era feito com motosserras, machado era coisa do passado.

Precisando trabalhar, disse que faria o serviço por um valor que considerassem justo, mais a refeição do dia.

Vendo que poderiam ter alguma vantagem, os responsáveis pela derrubada o contrataram e lhe deram uma área onde pudesse trabalhar e não incomodasse os demais.

Machado “comendo solto”, as árvores iam caindo, levando o que encontravam pelo caminho. Experiente e determinado, o lenhador limpava a área em volta e deixava os troncos prontos para que fossem puxados pelos tratores.

Pouco antes do encerramento do expediente, “os chefes” foram inspecionar o trabalho que ele havia feito e ficaram espantados com tamanha perícia que o permitira abrir enorme clareira em uma mata fechada.

Curiosos, queriam saber um pouco mais sobre o homem, onde vivera, que trabalhos fizera, do que gostava e como adquirira tanta experiência e habilidade.

Calmamente respondeu todas as perguntas e disse que aprendera muito sobre madeira, técnicas de corte e desenvolvera sua habilidade no deserto do Saara.

Os entrevistadores confusos, sem entender aquela afirmação, lhe disseram: - Não há floresta no deserto do Saara!

O lenhador olhou-os todos nos olhos e respondeu: Havia quando lá cheguei!

Depois que terminamos a leitura o consultor nos disse: - O aspecto mais importante não é a informação que você coloca no currículum, mas a oportunidade de entregá-lo pessoalmente, com o machado nas mãos.

Ah! Vou comprar um machado!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
Twitter: @ivanpostigo