segunda-feira, 31 de julho de 2017

Não posso, não pude, não poderei

A verdade de hoje, amanhã não servirá para nada!

Óbvio ou estranho? Acho que a frase enquadra-se perfeitamente nas duas observações.

Com a velocidade dos acontecimentos, a própria palavra obsolescência está obsoleta.
Obsolescência significa algo que caiu em desuso. Em alguns setores as trocas por novas versões, novos produtos e materiais ocorre de forma tão impactante que o sucateamento é mais rápido que o desuso.

Você se lembra dos recursos de armazenamento de informações que já usamos em nossos microcomputadores?
Discos flexíveis de várias polegadas, CD, Pen Drive...
Muitos desta geração, iniciando a vida profissional, jamais viram um disco flexível!
E olha que não faz muito tempo que os tínhamos como nossos fundamentais recursos de trabalho.

A indecisão no laboratório ou nas ações de marketing condena os produtos antes do lançamento.

Técnicas de gestão, reconhecidas e aplaudidas, são substituídas com uma velocidade impressionante. É verdade que essa “urgência pela pressa” provoca grandes perdas, cujas compensações espera-se obter com a rapidez da nova solução.

Quer ver alguns pontos que merecem atenção?

Com todos os recursos de processamento, sobram organizações com dificuldades para fazer um controle adequado dos estoques. Faltam método e observação às rotinas.
Apesar de toda parafernália eletrônica, linguagens acessíveis e amigáveis, a customização de sistemas de gestão de fábrica PPCP, ainda é um processo dificultoso. Falta conhecimento sistêmico.
Na área contábil, a facilidade para introdução dos dados, processamento e geração de relatórios é infinitamente maior que há poucos anos e cada vez mais, vejo empresas, cada vez menos, usando os balanços como recurso de gerenciamento. A ferramenta preferida é o fluxo de caixa que nos dá uma visão de curtíssimo prazo.

Dia desses, ouvi uma conversa tão interessante, que o pai da garota não se conteve e rindo veio em minha direção e perguntou: - Que faço com ela?
Eu só tinha uma resposta: - Ouça e peça opinião.

Estava espiando a vitrine em uma loja de eletrônicos, quando o pai disse à garota de cinco anos de idade: - Carol, vamos entrar, quero ver um mp3.

A menina sem pestanejar respondeu: - Esquece pai, isso já era!

Nesse mundo, a frase “não posso” é fatal.

Se não pode porque não quer, a segunda chance talvez não aconteça. Precisam de você e desse conhecimento agora!

Se não pode porque não sabe, pior ainda. Se esse conhecimento requerido é base para a evolução, para os novos aprendizados, lamento dizer, você está frito!

A sua não participação leva a necessidade para outro que a atenda, e o afasta de novas oportunidades.

A falta de oportunidades provocará a sua substituição com possível demissão.

A sua demissão e falta de conhecimento o afastarão dos locais onde necessidades a serem satisfeitas existem.

O próprio mercado paga um alto preço pela inaplicabilidade do conhecimento.

Em um determinado momento, torneiros mecânicos não conseguiam emprego. Não importa quão especializados fossem.
Ora, para sobreviverem viraram donos de papelarias, pastelarias, mercados, ou encanadores, eletricistas, enfim, passaram a exercer novas atividades.
Não demorou para que o mercado sentisse a carência dos profissionais que não acolheu.

Não só a atualização, mas a expansão da área de conhecimento e atuação também são importantes, afinal não importa o quanto você sabe se o mercado, naquele momento, não está interessado na sua expertise.

Há pouco tempo engenheiros civis se debatiam em busca de oportunidades. Na falta, seguiam para outras áreas.

A economia aquecida, agora, abraça todos os que encontra.

É importante querer para poder e dessa forma manter ativa a sua empregabilidade pelos seus conhecimentos, ou não. A escolha é sua.

Ouviria um conselho?

Não corra o risco de dizer: - Não posso.

Acabará dizendo em seguida: - Não pude e agora não mais poderei!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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quinta-feira, 27 de julho de 2017

A enigmática face da solidão

Solidão, um estado ou uma circunstância?

Quando concordamos que solidão é o sentimento de profunda sensação de vazio e isolamento, pensamos no estado, porém se o tratarmos como o fato de querermos mais do que companhia para qualquer atividade, porque buscamos o isolamento em busca de transformação, pensamos nas circunstâncias.

A solidão é transformadora, ninguém passa por ela sem sofrer seus efeitos. Provoca, sem que queiramos, o festivo e amargo encontro com nós mesmos e nossa crítica consciência.

Para Henry David Thoreau são momentos de aconchego: "Jamais encontrei companheiro que me fosse mais companheiro que a solidão."

Para Gustave Flaubert a dimensão: "Por mais que digamos, as recordações não povoam a nossa solidão; pelo contrário, aumentam-na."

Que faria, nesses momentos, Benjamin Franklin?  "Livros e solidão: eis o meu elemento."

Condessa Diane e sua escolha: "A solidão é um deserto que cada um povoa à sua vontade."

A chama em Henri Lacordaire "É a solidão que inspira os poetas, cria os artistas e anima o gênio."

E nossa inconstância em Gertrude Stein: "Quando estão sozinhos querem estar acompanhados, e quando estão acompanhados querem estar sozinhos. Isso faz parte de ser humano."

Ora, quem melhor para descrever nossos sentimentos e falar de nossas almas se não nós mesmos?

A solidão nos permite ouvir nossa voz interior. Sábia, orientadora, agradável, amarga e também cáustica. Voz que o silêncio do retiro privilegia a audição.

Solidão que acentua os defeitos e as qualidades. Que aflora o medo e atiça a criatividade. Criadora da arte dos fantasmas e dos fantasmas da arte.

Da pílula ao copo. Para dormir, para esquecer, para lembrar. Festejar!

No palco da vida, a existência pinta em cada rosto a marca da solidão, com as cores de seus amores e suas dores. Uma ruga na testa, preocupação, no canto da boca, desaprovação, no sorriso largo, satisfação!

Assoberbados, a procuramos: "O mais eficaz remédio para um cérebro convulsionado é a solidão."- Camilo Castelo Branco,

Poder para uns: "Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite." - Clarisse Lispector

Para outros a fragilidade: "Que importa morar aqui ou lá, quando se descobre que se está sozinho em qualquer lugar?" - Débora Bötcher.

Os sábios homens, em sua solidão, aprendem com os homens sábios. No tempo que o tempo dá, na solidão que o tempo tem.

Aprendemos com a força e a racionalidade de Arthur Schopenhauer: "A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais."

Aprendemos com a fragilidade e romantismo de Vinícius de Morais: "Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão."

Solidão para alguns é a falta de companhia, para outros falta de identificação, compreensão ou compaixão.

Por que definí-la?

Por que sim e por que não! Há sim ou não a razão?

Na densa cidade, nas ruas abarrotadas, a solidão que traz a depressão  é mais intensa do  que o companheirismo dos corpos que se encontram em compressão.

Podemos, como defendia Jean Paul Sartre, encontrar um significado dentro do isolamento e do vazio do universo, ou criar um universo e dar um sentido ao vazio da condição humana  com o maior dom que nos foi dado: O livre-arbítrio.

Um brinde à minha solidão: li, refleti, concordei , discordei, escrevi!

Minha solidão me apresentou  à você que  acabou de ler!

Obrigado pelo prazer de sua  companhia.

Ah, essa enigmática face da solidão!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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terça-feira, 25 de julho de 2017

Paradigma e paradoxo da empresa diversa para o homem que se pensa uno

Falamos, debatemos , estudamos, exaltamos a individualidade do ser. Cada pessoa um ser único, com suas características e experiências.

A individualidade traz com ela modelos mentais, carregados de desejos e ansiedades.

A busca pela satisfação desperta a criatividade, que provoca a criação, alimentando, sem cessar, o ciclo.

O despertar da criatividade provoca o ativo e também sonolento desejo, que a impede de se acomodar. Como a mãe que não se cansa de cuidar do filho, que quando não pede, a este oferece.

É na fonte dos desejos que a criatividade sacia sua sede e renova suas energias. Lugar de encanto e encantamento.

Um de seus habitats, a empresa, campo fértil, vasto e pródigo de recursos.

De sua constante agitação resulta a moda, seu exercício terápico, como a ostra que para se livrar do grão de areia, que a incomoda, o enclausura na mais linda pérola.

A moda, carregada de produtos e cores, faz das empresas um ambiente diverso, inovador e contestador.

Calçados abertos e fechados, vestidos longos e curtos, ternos com mais ou menos botões, listrados, lisos, xadrez.

Celulares com câmeras e áudios, verde, azuis, vermelhos, todas as cores, para o papai, para a mamãe, para o filhinho.

Biscoitos em pacote ou em lata. Carros quatro portas, duas portas, todas as portas. Bebidas com álcool, sem álcool, sempre com moderação.

A moda do produto atrai, convida, incita e rende. Provocado, o homem é refém do desejo. Mesmo quando não precisa, quer.

O anel da novela, o brinco do cinema, vestido da princesa, o jeito do ator, a pinta da atriz, a frase do herói. Observados, reproduzidos. Moda!

O ser único, atraído pela diversidade.

Adesão à moda: tribos.

Penas azuis, vermelhas, verdes, a cor identifica o ser no grupo. Integrado, mas não destacado.

Ora, mas a individualidade é o tormento: queremos a moda que nos destaque!

Viva! Se a moda nos torna iguais, adesão ao produto da moda. Este nos colocará em evidência.

Sim, agora seremos notados, não só nos integramos à moda, mas nos destacamos com o produto da moda!

Falácia! O produto que nos destacava, com o tempo nos torna iguais. Quase todos o têm e o ostentam.

O paradigma é que, como seres individuais, de acordo com nossos modelos mentais, temos um padrão de comportamento.

O paradoxo é que, em busca de diferenciação, na moda, procuramos ser iguais.

A diversidade leva o homem individual a buscar a unidade e na unidade a diversidade.

A diversidade forma as tribos pela identificação do conjunto e provoca a diferenciação pelo detalhes.

Se a moda é o celular, tribos se formam por tê-los, criando unidade.

Prata ou preto? Ao apresentar variedades, as tribos se dividem pela diversidade.

Dentro dessa busca, as pessoas, tão diferentes, se identificam pelos modelos, cores, jeitos, acreditando umas serem mais iguais do que outras.

E assim, a indústria, tão diversa, constrói e destrói modelos mentais do homem que se pensa uno!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Quem inventou a primeira roda era um idiota

O mundo está repleto de pessoas incomodadas, corajosas e determinadas, por isso o homem voa, vai ao espaço e explora as profundezas do mar.

Nesse processo revolucionário, transformador, a invenção revolucionando, inovando, modificando, está sempre presente.

É verdade que muita coisa foi criada sem qualquer finalidade.

Fosse você um homem pré-histórico, o que faria com uma roda?

Imagine entrar no acampamento ou na caverna virando aquele “troço”. E tentar encontrar um uso...

O que diriam as pessoas ou pensariam?

Acha estranho esse raciocínio? Pois saiba que o mouse, quando criado, não tinha utilidade, por isso ninguém lhe deu atenção!

Toda nova idéia encontra resistência até que se torne óbvia e sua rejeição pareça insensatez.

O carro, o rádio, o televisor, o avião, e muitas outras criações extraordinárias, sofreram ataques e rejeições.

Mulher jogando futebol? Sim, e não faz muito tempo que o fato causava espanto.

Há algumas décadas o homem comprava gelo, depois com os refrigeradores o fato se tornou estranho, mas hoje é comum.

A estranheza na criação se torna sensatez na aplicação.

Nikola Tesla, nascido na Croácia em 1856, homem de mente brilhante, faleceu em New York em 1943, aos 87 anos, literalmente quebrado, vivendo no hotel New Yorker, em uma sala que dividia com um bando de pássaros, que ele considerava seus únicos amigos.

A comunidade científica sempre o ignorou, bem como às suas idéias excêntricas.

Para o público em geral, ele era não só desconhecido como considerado ridículo. Não passava de um lunático cujos devaneios eram usados pelos tablóides sensacionalistas.

Nos quadrinhos do "Superman", já em 1.940, desenhavam o homem de aço lutando contra raios da morte e terrores eletromagnéticos criados por um cientista louco chamado Tesla.

A história está mudando e será mudada. O verdadeiro legado de Tesla está sendo lentamente reconhecido.

Tesla já foi reconhecido como o inventor da lâmpada fluorescente, do tubo amplificador a vácuo, da máquina de raios X e, também, como o verdadeiro inventor do rádio, não Marconi.

Tesla, sua roda e uma atitude idiota:

Tesla tentou ajudar seu país na guerra em 1917.

Ele criou uma estação que emitiria ondas exploratórias de energia, permitindo que operadores determinassem com precisão a localização dos veículos inimigos, ainda distantes.

Todos no departamento de guerra riram e rejeitaram o "raio explorador" de Tesla.

Não demorou para a verdade vir à tona.  A geração seguinte usou essa invenção para ajudar os aliados a vencer a segunda guerra mundial.

Aquilo que na época era considerado uma insanidade hoje se chama RADAR.

Assim é o homem, criativo e incrédulo.

Por essa razão, com tantos recursos para processamento, as empresas ainda se debatem e realizam muitos trabalhos manuais.

A falta de qualificação profissional não esbarra apenas no interesse, mas no descrédito. Treinar funcionários para quê, para que treinar?

Ao lúcido, ao expert, ao sábio não basta insistir e levar conhecimentos às empresas. É importante ter consciência que a arrogância nos impede aprender e a ignorância mudar.

Antes de se tornar óbvio, tudo é ridículo.

Sid Ceasar, ator, comediante, escritor, músico, atento aos fatos disse: “O cara que inventou a primeira roda era um idiota. O cara que inventou as outras três, esse sim era um gênio”.

Quando tentar mudar algumas coisas na sua empresa, dê uma boa olhada se está levando todas ou apenas uma roda!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Um problema, seis passos para a aceitação da solução

Por que um problema exige solução? Pessoas diriam, porque é um problema! Simples assim?

Antes de qualquer ação, temos que entender o que nos leva  a tratar a situação como um  problema.

Imagine que você não tem gatos e cria uma série de pássaros. Seu vizinho, amante do felino, tem uma porção.
Seu quintal começa a ser frequentado pelos animais de estimação do morador ao lado e os seus pássaros são atacados.
Vocês têm um problema para resolver. Você porque quer protegê-los e não quer arcar com o prejuízo e o vizinho, certamente, porque quer evitar um processo e ter que pagar indenizações.
Se forem amigos e sensatos procurarão juntos uma solução.

Gatos trariam problemas? Claro que não, além de animais carinhosos, também são excelentes soluções. O problema está no encontro dos gatos com os pássaros. Ai está o ponto chamado problema, que demanda a busca de solução.

Considere que sua moradia se situe em uma região que tem plantações, ratos e cobras. Alimentos atraem ratos e ratos atraem cobras.
Gatos, nesse caso, mais do que companhias, seriam soluções.
Descoberto o problema: as cobras?
Pasme, mas não!

As cobras, apesar dos riscos, ainda são soluções. Cobras comem ratos. Sem estas, as doenças que os ratos transmitem podem atingir a população.

Onde está o problema, então?

O problema se chama risco. Este precisa ser minimizado com redução e afastamento da população de ratos que atrai as cobras. Ratos também eliminam algumas pragas.
Importante é afastá-los, com isso as cobras também irão embora.  Em alguns países, os visitantes se assustam ao se darem conta que as pessoas trabalham nos campos rodeados por cobras, e as respeitam. Desconhecem, evidentemente, a importância dessa convivência.

Pronto, voltando ao gato, ai está ele como interessante solução.

Na vida, nem tudo é problema e nem toda solução atende, não é verdade?

Por isso, é importante conhecimento que conduz à sabedoria. O problema precisa ser identificado e as soluções analisadas para que tenhamos a resolução com aceitação.

O transporte coletivo, na vida moderna, é uma solução para o problema da locomoção, mas como não tem aceitação total, muitas pessoas usam seus veículos. Resolvem um problema e criam outro: congestionamentos.

E assim, diariamente, nos envolvemos com os seis passos importantes para tratamento de situações.

Primeiro passo
Ao nos depararmos com necessidades e carências, precisamos definimos exatamente o problema.
Certamente não ignoramos que a definição correta de um problema já é meio caminho andado para a solução.
Não adianta ter como solução um felino, sem estabelecer se precisamos de um gato ou uma onça!

Segundo passo
Temos que considerar os conhecimentos à nossa disposição, que conduzirão às possíveis soluções.
Estas podem ser obtidas com a própria condução, com delegação, e, também, com adição de novas competências, via integração de novos elementos ao processo.

Terceiro passo
Devemos considerar criatividade e criação. Recursos que possam ser integrados ao processo como possíveis soluções.
Não significa que serão, necessariamente, incorporados, mas que, por nunca terem sido aplicados e apresentarem caminhos, merecem avaliação.
Para cortar um papelão, em linha reta, podemos usar uma linha, uma faca, uma tesoura ou uma guilhotina.
A guilhotina tem grandes chances de ser a solução escolhida, o que não quer dizer que as outras não devam ser observadas no ensaio.

Quarto passo
Trataremos da inovação como aplicação da criação ou de melhoria de processo. A adição de competência contribui significativamente nesta fase, não apenas por trazer novos recursos, mas por colocar luz sobre as sombras, com um jeito novo de pensar.
Vale à pena refletir sobre a seguinte frase: “Enquanto muitos perguntam por que, você pode perguntar: por que não?”
E assim, o carrapicho que grudou nas calças do sábio o levou a criar um artifício e a inovar com o Velcro! 

Quinto passo
Finalmente a solução? Não, as soluções!
Podemos ter mais de uma, sim. Pense comigo: ao fabricar botas, você pode considerar como recursos para fechá-las os cordões ou os zíperes. Temos que reuni-las e desenvolver a tabela dos prós e contras.
A escolha é definida no sexto passo, após listarmos todas as possibilidades.

Sexto passo
Concretização da escolha: aceitação.
Talvez você diga que será com cordões, porque prefere assim ou, quem sabe, colete opiniões das pessoas envolvidas. Poderá, também, fazer uma ampla pesquisa mo mercado.
Fato é que entre as soluções propostas uma será acatada.

Tudo resolvido ou você acabou de detectar um novo problema?

Pois é, decidir nunca foi fácil!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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terça-feira, 11 de julho de 2017

Empresas copiam dos concorrentes as habilidades e não os conhecimentos

É impossível falar do futuro da empresa sem tratar da empresa do futuro.

O que somos e o que teremos que ser para nos mantermos competitivos são questões fundamentais para a continuidade dos negócios.

Um plano para cinco anos não é somente estratégico, mas a linha divisória entre estar ou não no mercado em curto espaço de tempo. Hoje, já não é mais possível dirigir a empresa apenas olhando pelo retrovisor.

Ano após ano, grande parte das universidades pouco evolui, repetindo ensinamentos básicos, sem que provoquem mudanças significativas no mercado. Por essa razão, teses e monografias amarelam nas prateleiras sem que alcancem o público.

As empresas, na sua maioria, são uma repetição das necessidades mínimas de sobrevivência.  Os movimentos mais intensos são observados na área de tecnologia de ponta, onde o mercado joga uma pá de cal sobre as empresas defasadas.

Falar sobre evolução, futuro, atrai, destaca pessoas, mas há uma brutal diferença entre discursar sobre evolução e trabalhar por ela.

Não é fácil nem barato ser uma empresa de vanguarda, nem desenvolver marcas Premium. Em muitas situações, seguir e copiar modelos é que mantém o negócio ativo, contudo há muitas “administrações sofridas”. Sobrevivem levadas pelos bons ventos do mercado.

A tecnologia não faz o futuro, este é produto da inteligência.

A natureza fornece todos os recursos e conhecimentos que o homem precisa. Ao homem ligado à ciência cabe descobri-los, àqueles ligados às técnicas investi-los, e aos ligados aos processos utilizá-los. Dessa forma as organizações constituem seu capital intelectual. Perecível, depreciável, sujeito à obsolescência, tanto quanto seu ativo fixo.

Não acredita? Aprendi a usar régua de cálculo em projetos e aplicar a tabela “a n cantoneira i” em operações financeiras. Já ouviu falar?

Pois é! Só restaram vagas lembranças, “não tenho a menor idéia do que fazia com isso”!

Com tantos discursos sobre qualificação, é interessante observar os dois lados da mesa em um processo seletivo.

O que busca uma empresa e o que oferece?

O que busca o candidato e o que oferece?

A empresa expressa suas necessidades no anúncio e o candidato procura apresentar seus conhecimentos no “cv”.

O recrutador, de modo geral, na seletiva, procura identificar habilidades para suprir as necessidades. Caso não encontre, o currículum será deixado de lado. Ora, e todos os demais predicados?

Com frequência, naquele momento, não costumam ser avaliados.

Nas empresas temos um mar de necessidades, onde flutuam icebergs de conhecimentos. Sabemos mais das habilidades dos colaboradores do que de suas áreas de domínio.

Com todo iceberg, este também é divido em duas partes. A parte visível, acima da linha d’água, será chamada conhecimentos declarados e abaixo da linha d’água conhecimentos não declarados.

Ainda que os gestores não se dêem conta, muitos problemas nas empresas são resolvidos abaixo da linha d’água e jamais o fato vem à tona.

Áreas onde a especialização é requisito fundamental costumam registrar com maior frequência essa questão. Poderia mencionar processos fabris, contabilidade, a ciência dos custos, testes laboratoriais, entre outras, pois uma vez a questão encaminhada, a solução e as recomendações ficam restritas àquele espaço.

Para o leigo, no processo de recrutamento e seleção, o conhecimento necessário precisa estar muito bem detalhado na descrição da função, caso contrário não será identificado.

Quantas vezes em uma entrevista alguém procurou saber um pouco mais da sua experiência, além daquilo que o cargo foco estava pedindo?

No início da minha carreira, trabalhando na área de planejamento e controle de produção de uma grande organização, por acidente, os conhecimentos bastante sólidos que eu tinha de formação de custo padrão vieram à tona. Isso me permitiu suprir as necessidades da organização e aprender a divulgar as áreas e assuntos que dominava. Muitas portas se abriram e pude trabalhar em praticamente todas as áreas das empresas onde passei.

Com isso aprendi como tratar os curriculuns e as entrevistas de seleção, garimpando além dos conhecimentos expressos, em busca dos tácitos.
Conhecimento tácito é aquele que adquirimos ao longo da vida, que contribui na formação da nossa experiência e é difícil de ser formalizado. Subjetivo, é inerente às nossas habilidades.  Fica, portanto, subentendido ou implícito.
Do outro lado encontra-se o  conhecimento expresso,  que pode ser formalizado em textos, desenhos, diagramas, publicações, discursos e palestras.
Em um processo seletivo, onde um headhunter contou com minha colaboração na condução, no fim do dia, ele um pouco espantado me disse: - Fizemos oito entrevistas e você conseguiu fazer uma diferente da outra! Que técnica você usa?

Não sei se isso é uma técnica, se for, diria que é observação ampla.

Gestores usam filtros demais, com isso acabam não percebendo áreas potenciais do candidato.

O grande problema na área do conhecimento é a mesmice. Para obter algo que nunca teve, a pessoa precisa fazer algo que nunca fez.

Você usa a mesma roupa, lê sempre as mesmas coisas, faz o mesmo caminho e quer fazer a diferença?

Como diz o velho ditado: “Fazer a mesma coisa esperando resultados diferentes é sinal de loucura!”

Confundir habilidade com conhecimento impede a exploração do capital intelectual da organização, essa é grande barreira na criação do seu futuro.

Gestores não se dão conta, mas quando copiam os concorrentes, copiam suas habilidades e não seus conhecimentos.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
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sexta-feira, 7 de julho de 2017

Para conquistar o mundo, Made in Brazil precisa ser orgulho nacional

O mercado brasileiro sempre foi presa fácil para o produto estrangeiro.

Há sim a questão complexa do custo Brasil, que poderíamos chamar de desleixo Brasil, mas também o consumidor se vê atraído por uma história.

Produtos baratos, chamados commodities, invadem nosso mercado, mas também produtos Premium, com marcas Premium, que estampam valores Premium para tê-los.

Quantos sacrifícios já vi pessoas fazerem por alguma coisa “de marca”, com as quais sonharam tanto tempo. Um tênis, um sapato, um vestido, um terno, uma jóia, um relógio, um automóvel, e tantas outras coisas mais.

É impossível negar o glamour de possuir e poder ostentar algo que circula pelas ruas de Paris, London, Tokyo, New York, e  outras capitais do mundo.

Quantas vezes você já ouviu pessoas repetirem que compraram aquele produto no exterior?

Vamos encontrar duas marcas nesse produto:

1)      Provocada pelo local da compra;
2)      Provocada pela empresa que o fabricou.

Resumo da ópera: Produtos, assim como nós, precisam ter CV, saca?

Quanto mais recheado de conhecimentos e experiências estiver seu CV, maior será o seu valor, ou não é assim?

Quando recebemos um estrangeiro no nosso país, ele não atrai a nossa curiosidade e de todos o cercam para saber sua história?

Imagine agora reencontrar um amigo, décadas depois que rodou o mundo trabalhando, realizando: consegue imaginar o poder de atração dessa pessoa?

E que tal nessa volta você descobrir que é o amigo preferido, com quem ele conta para a reintegração na comunidade?

O que há por trás disso tudo, que gera tamanho magnetismo?  Registro da história!

Nossos sertões são repletos de fatos, mas sua fama não chega perto do Oeste americano. Apesar das muitas lendas e histórias, o período em que elas se passam foi muito curto, não chega a duas décadas, mas estendamos um pouco, 50 anos. Wyat Earp, o famoso xerife, ocupou esse cargo apenas 5 anos.
Wyat Earp, como marca, até hoje vende muito: livros, filmes, fotos, etc...

Que lição podemos tirar disso? Registro da história!

Quem registra a história tem orgulho da história que registra, e a propaga. Assim são as marcas.

Os produtos que circulam pelas capitais do mundo podem, sem a menor sombra de dúvidas, carregar a bandeira Made in Brazil, mas para que isso tenha relevância é necessário o registro de sua história. Para ser “eterno” é necessário o registro das realizações.

Quando se conta, cada gol conta e pode somar mil, virando história.

Se a sua história não esta registrada no produto que faz, nem você, nem o seu produto, com o tempo, terão relevância.

Pensando em tempo e perenidade, duas taças de vinho, uma com história e a outra sem, qual te atrai mais?

Claro que a que traz um belo curriculum e apresenta um registro de fatos no tempo, não é verdade?

Produtos precisam carregar uma bandeira com a história de sua criação, afinal nasceram em algum lugar, resultado de uma situação.

Produtos e marcas precisam carregar crenças, algo em que as pessoas possam acreditar.

Produtos e marcas precisam de um ícone para essa bandeira. Algo que seja o elemento de distinção.

Produtos e marcas precisam de rituais. Algo que as pessoas façam e ofereçam, por causa de seu registro de realizações. Formando filas, acampando nas ruas para ter o privilégio da aquisição.

Produtos e marcas precisam de palavras e frases relevantes, que as classifiquem e as distingam.

Produtos e marcas precisam de oposição, para que a defesa de seus fãs gere a energia de propagação.

Produtos e marcas precisam de imagem de liderança, que provoca o reconhecimento da condução.

O orgulho da realização tem que integrar a história que corre o mundo, deixando a sua marca, atraindo a atenção, gerando seguidores e propagadores.

Se você não mostra que se importa com o que faz, porque alguém deveria se interessar pelo que você fabrica e vende?

O registro das histórias das marcas dá seu fiel testemunho que quem se importa, exporta!


Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Intelectologia potencializado a aplicação da tecnologia

Intelectologia potencializado a aplicação da tecnologia

Computador de última geração, celular da mais recente edição, programas com a última versão, nada disso resolve se o uso correto não for feito.

Você domina com maestria todos os recursos de seu computador e dos softwares que ele oferece?

Conhece e aplica todas as funções de seu celular?

Já usou todas as funções do seu micro-ondas? Eu conheço muito bem duas: Auto Aquecer e Pipoca.

Não vou resistir: quantas funções do controle remoto do televisor você conhece, e quantas usa?

Um amigo sempre me diz que usa mais funções do que conhece. Quando está sozinho sai apertando os botões. Sempre descobre coisas interessantes, mas como depois não se lembra, resta apertar tudo de novo e esperar a sorte.

Também me rendo aos fatos: da mesma forma que meu amigo, em muitas ocasiões, uso a tecnologia sem a devida aplicação da intelectologia.

O conhecimento pode vir de cursos, leituras de manuais e orientação de amigos, mas nós, imediatista, nos dedicamos a isso?

Quantos equipamentos você já viu adquiridos por empresas, onde os operadores entraram em ação e iniciaram a produção sem os treinamentos e orientações devidas?  São tantos que não dá para contar nos dedos, não é verdade?

Alguém poderia perguntar: isso dá certo?

A questão é entender o conceito de “dar certo.”

Se você pensa que dar certo é colocar a máquina para “rodar”, dá! Agora, se o conceito for maximização de produção, não.

Vamos a um caso prático. Na empresa STS- Somos Todos Sábios, ciência era recurso para acadêmicos, “lá era no empírico!”

Mão na massa, tentativa e erro, ação por igualdade e semelhança, assim como papai e vovô faziam.

Papai e vovô usavam máquinas mecânicas, que sem as tampas de proteção, todo movimento tinha relação física. Hoje, com tudo informatizado, os acontecimentos não são tão visíveis.  

Para preparar um desenho, no rolete eram cravados pinos, hoje teclas são pressionadas. O rolete levava uma semana para ficar pronto. Hoje, digital, menos de um dia.

A colocação e ajuste do rolete na máquina demandavam um dia de trabalho de um mecânico especializado, hoje o operador leva minutos para mudar o programa.

Resistentes de plantão diriam: isso porque você está comparando a era mecânica com a eletrônica!

Comparemos a eletrônica, então. Na empresa, o ciclo de produção era de vinte e cinco segundos, mas como os pedidos começaram a entrar grande volume, foi criado turno extra. Esse turno ainda não dava conta das encomendas. A compra de novas máquinas parecia ser a solução definitiva.

Nesse ínterim, o gerente da fábrica resolveu partir para novos desafios. Agora sim o problema estava sério.

Cabeça nova, novos pensamentos, culturas e jeito. O novo gerente perguntou: - Por que vinte e cinco segundos no ciclo?

A resposta é fácil imaginar, não é verdade? - Sempre usamos esse tempo! Por que você acha que pode ser menos?

A resposta continua fácil imaginar, não? - Sim, menos. Muito menos. Treze segundos.

Como, impossível, isso levará à quebra e desgaste excessivo das máquinas, e por ai vai...

Não precisa sair de vinte e cinco para treze em um único dia, mas que tal um segundinho por dia?

Na realidade foi mais, então em pouco tempo doze segundos no ciclo se tornou o padrão.

Ah, mas isso na era da eletrônica!

Você acha?

J. Westerman, sueco, em 1.768, estava intrigado com as razões que faziam com que a produtividade das olarias e estaleiros de seu país fosse metade do que obtinham os ingleses e os holandeses. Ainda que usassem as mesmas máquinas.

Os estudos o levaram a perceber que a vantagem competitiva não residia nos equipamentos instalados, mas na inteligência aplicada no seu uso.

Lembra da clássica pergunta: Quando mesmo?

Sim, 1.768, época do arcadismo no Brasil.

Calma! Arcadismo foi um movimento literário

Nessa época Tiradentes tinha vinte e dois anos, estava envolvido com farmácia, tratamento dentário e mineração.

A história nos mostra que o sucesso, sem a menor dúvida, é obtido com a intelectologia potencializando a aplicação da tecnologia.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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