Para alguns, o consumo no
mundo moderno é um problema. Para a economia, uma solução!
A produção esgota recursos
naturais, mas também gera emprego para uma população crescente. Atender
necessidades está cada vez mais difícil?
Se olharmos com atenção e
compararmos a qualidade de vida da população hoje com a de cinquenta anos,
veremos que o conforto aumentou, e muito.
O stress também? Às vezes
parece que sim, outras vezes parece que não!
Para percorrer vinte
quilômetros de uma cidade à outra, levávamos uma eternidade. Havia, quem sabe,
ônibus poucas vezes ao dia. Hoje não só temos mais transportes públicos como
nossos próprios automóveis.
Dá para questionar sim
essa abordagem, afinal os ônibus lotados nos fazem pensar. No passado, o
conforto nos veículos deixava a desejar também. Só não sabíamos. E as estradas
de terra nos faziam sacolejar. É importante lembrar que saíamos cobertos de pó
no fim da viagem!
As nossas referências são
sempre as experiências mais recentes. Meu pai sempre me dizia: - Tudo pode
melhorar, mas você reclama porque não viu como era!
Tomemos um exemplo
simples: o telefone!
Hoje, não ficamos sem um
aparelho móvel. No passado, sequer imaginávamos que o queríamos.
Chegamos a um ponto em que
não nos surpreendemos com o que está chegando. O que nos assombra é como era!
Digitando, posso pensar na
máquina de escrever! Enviando e-mails, posso pensar no telex ou no famoso
telegrama. Que facilidades temos hoje, não?
Um dia, visitando uma loja
de antiguidades, uma menina nos disse: - Nossa! Como vocês eram atrasados!
Mal sabia ela que nessa
época já nos considerávamos bem adiantados. Já tínhamos superado as cartas e as
penas para escrever.
A função do homem de
marketing precisa ser repensada todos os dias. Afinal, num primeiro momento,
tinha que informar a utilidade de seu produto. Aquele que nunca tinha visto uma
enceradeira precisava saber a finalidade.
Depois, com o aumento da
concorrência, o trabalho era mostrar os diferenciais: “Nossos produtos fazem
mais”. Logo em seguida, novo enfoque: “Nossos produtos fazem mais por menos”.
Assim, atendendo
necessidades, o homem de marketing despertava o desejo de compra: fogão a gás,
chuveiro elétrico, ferro de passar roupas, liquidificador, batedeira de bolo...
Isso não é mais
suficiente. No mundo sem fronteiras,
todos seguem a cartilha. Superar expectativas com produtos e serviços não é o
que todos pregam?
O trabalho agora não seria
criar desejos? Inovar, revolucionar, levando as pessoas a sonharem com novos
bens e serviços?
Em parte...
Em um mundo de
rapidíssimas mudanças, onde o que chega ao mercado já está superado, isso não é
suficiente. O que não foi comprado, rapidamente, ficará encalhado.
O homem de marketing tem
encontrar e oferecer os meios que facilitem a compra já!
Isso é coisa do futuro?
Que nada! Coisa do
passado...
Henry Ford já sabia disso.
O salário de cinco dólares por dia, quase o dobro do que se pagava na época,
ajudou a criar a classe média americana e também contribui para transformar os
operários em consumidores de seus produtos!
Será que a menina na loja
de antiguidades, se soubesse disso, não diria: - Nossa! Como estamos atrasados?
A grande jogada de
marketing não é apenas despertar o desejo de compra, mas facilitar os meios
para a compra do desejo...
Sonho criado, sonho
realizado!
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo