quarta-feira, 31 de maio de 2017

O desejo de compra, a compra do desejo

Para alguns, o consumo no mundo moderno é um problema. Para a economia, uma solução!

A produção esgota recursos naturais, mas também gera emprego para uma população crescente. Atender necessidades está cada vez mais difícil?

Se olharmos com atenção e compararmos a qualidade de vida da população hoje com a de cinquenta anos, veremos que o conforto aumentou, e muito.

O stress também? Às vezes parece que sim, outras vezes parece que não!

Para percorrer vinte quilômetros de uma cidade à outra, levávamos uma eternidade. Havia, quem sabe, ônibus poucas vezes ao dia. Hoje não só temos mais transportes públicos como nossos próprios automóveis.

Dá para questionar sim essa abordagem, afinal os ônibus lotados nos fazem pensar. No passado, o conforto nos veículos deixava a desejar também. Só não sabíamos. E as estradas de terra nos faziam sacolejar. É importante lembrar que saíamos cobertos de pó no fim da viagem!

As nossas referências são sempre as experiências mais recentes. Meu pai sempre me dizia: - Tudo pode melhorar, mas você reclama porque não viu como era!

Tomemos um exemplo simples: o telefone!

Hoje, não ficamos sem um aparelho móvel. No passado, sequer imaginávamos que o queríamos.

Chegamos a um ponto em que não nos surpreendemos com o que está chegando. O que nos assombra é como era!

Digitando, posso pensar na máquina de escrever! Enviando e-mails, posso pensar no telex ou no famoso telegrama. Que facilidades temos hoje, não?

Um dia, visitando uma loja de antiguidades, uma menina nos disse: - Nossa! Como vocês eram atrasados!

Mal sabia ela que nessa época já nos considerávamos bem adiantados. Já tínhamos superado as cartas e as penas para escrever.

A função do homem de marketing precisa ser repensada todos os dias. Afinal, num primeiro momento, tinha que informar a utilidade de seu produto. Aquele que nunca tinha visto uma enceradeira precisava saber a finalidade.

Depois, com o aumento da concorrência, o trabalho era mostrar os diferenciais: “Nossos produtos fazem mais”. Logo em seguida, novo enfoque: “Nossos produtos fazem mais por menos”.

Assim, atendendo necessidades, o homem de marketing despertava o desejo de compra: fogão a gás, chuveiro elétrico, ferro de passar roupas, liquidificador, batedeira de bolo...

Isso não é mais suficiente.  No mundo sem fronteiras, todos seguem a cartilha. Superar expectativas com produtos e serviços não é o que todos pregam?

O trabalho agora não seria criar desejos? Inovar, revolucionar, levando as pessoas a sonharem com novos bens e serviços?

Em parte...

Em um mundo de rapidíssimas mudanças, onde o que chega ao mercado já está superado, isso não é suficiente. O que não foi comprado, rapidamente, ficará encalhado.

O homem de marketing tem encontrar e oferecer os meios que facilitem a compra já!

Isso é coisa do futuro?

Que nada! Coisa do passado...

Henry Ford já sabia disso. O salário de cinco dólares por dia, quase o dobro do que se pagava na época, ajudou a criar a classe média americana e também contribui para transformar os operários em consumidores de seus produtos!

Será que a menina na loja de antiguidades, se soubesse disso, não diria: - Nossa! Como estamos atrasados?

A grande jogada de marketing não é apenas despertar o desejo de compra, mas facilitar os meios para a compra do desejo...

Sonho criado, sonho realizado!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Gestão da criatividade e redução da fantasia

Nem sempre sabemos se estamos vivendo um problema ou um dilema.

Um dia um amigo nos disse: - Estou com um problema e não sei o que fazer!

Para sua irritação e constrangimento, recebeu como resposta: - Você não tem um problema, está vivendo um dilema!

Uma forma de perceber em que situação estamos é observar que problema gera angústia, dilema gera confusão. 
A angústia faz com que identifiquemos a situação como problema e isso nos faz agir. O incômodo da angústia é o combustível da ação.
Como alerta: Problemas podem ser resolvidos, dilemas apenas podemos aguentar!

Nosso dia-a-dia é repleto de situações que nos levam a conflitos. Com outras pessoas e com nós mesmos. Conflitos só podem ser resolvidos quando transformados em problema.

Estranho? Não! Prático...

Na sua empresa, preste atenção e verá que não faltarão momentos de muita criatividade e também de fantasia.

Digamos que você seja um fabricante de vassouras, e um dos membros da equipe tem um projeto muito interessante para construir uma asa-delta. E tem insistido em levar em frente o empreendimento.
O que isso tem a ver com o seu negócio?
Certamente, nada!
Por que você investiria seu capital nessa ideia?

Bom, esse é um caso extremo. Há outros não tão evidentes, mas que se não tratados com o devido cuidado tomarão tempo das equipes e sugarão seu dinheiro.

Pensemos:
A empresa tem um bom sistema de gestão ­ ­-ERP -, mas um dos gestores não gosta do modelo dos relatórios. Veio de outra empresa,  cheio de ideias e energia, e quer mudar tudo.
Abandonou os recursos que têm atendido a todos e migrou para as planilhas eletrônicas.
O descontentamento é geral, e os conflitos estão na mesa.

Poderíamos desenhar o cenário inverso.
O software de gestão é excelente, mas foi implantado apenas 30% dos recursos. Com isso pouco é utilizado. Nas três tentativas de implantação, os usuários só experimentaram frustrações.  Não há uma equipe preparada e disposta a abraçar o projeto. A direção cancelou qualquer tipo de investimento por desencantamento e falta de confiança.
Um dos gestores está desenvolvendo planilhas eletrônicas para suprir as necessidades, mas não encontra apoio para o empreendimento.

Estes cenários colocam na mesa a criatividade. Criatividade em negócios precisa gerar resultados.
E, resultados em negócios são materializados pelos lucros e superávits de caixa. O tempo é relativo, sim. Pode ser no curto, médio ou longo prazos, mas isso precisa ser premissa para investimento. Não pode ser fruto do acaso.
A fantasia é a armadilha da criatividade. Seu efeito ilusório engana e muito.

Pode parecer contraditório, mas a gestão competente da criatividade carrega muita racionalidade.

É fato sim que muitas empresas perderam grandes oportunidades por não aproveitarem ideias geradas ali mesmo, e outras que as abraçaram cresceram em escala geométrica.

Trabalhar em equipe, desenvolver a disposição para ouvir e ver, ir ao mercado para respirar “ar novo”, sempre ajudam a tomar decisões. Mas, não abraçar uma ideia e deixar de ganhar é melhor que abraçar e perder.

Gestores de alta performance trabalham no limite de suas competências e é importante reconhecer que nem sempre estamos preparados para tudo.

Em alguns locais, teremos criadores quase imbatíveis, que lideram mercados por décadas. Em outros, os bastões trocam rapidamente de mãos. Isso com brutal concorrência.

Por isso, a criatividade nem sempre produz capas que nos tornam super-heróis capazes de voar. Em muitos momentos, nos deparamos com pura fantasia!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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terça-feira, 23 de maio de 2017

Uma estranha mania de felicidade

O que é felicidade?

Umas das definições é que felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e mental!

Pensemos numa semana, que se repete há décadas, onde uma pessoa se levanta às cinco horas da manhã, corre para o trabalho, depois a noite vai para a faculdade, chegando em casa uma hora da manhã.

Isso mesmo, sai num dia e chega noutro. Dorme menos de quatro horas em sua cama, o resto do sono é compensando com cochilos na mesa do escritório, nos bancos dos coletivos, na carteira da escola, no intervalo.

Como aguenta?

Bom, colocou a vida no piloto automático.  Bem posicionado profissionalmente, consegue dar à família conforto. Como será seu estado físico e emocional?

Um dia ele leva um casal de amigos para um churrasco em casa, e, sentado ao lado da piscina, o amigo dá-lhe um tapa na perna e diz: - Você é que é um homem de sorte!

Que felicidade! Ele é um homem de sorte...

Eu diria, se sorte realmente existe, ele é um homem que faz sua sorte!

De uma coisa tenho certeza: o tempo cobrará esse esforço que lhe dá sorte!

Uma amiga, que me auxiliou bom tempo na organização do apartamento, por quem eu tinha um carinho enorme, trabalhou até mais e duro que nosso amigo da história anterior, com isso construiu sua casa. Nesse período faleceu o marido. Quando estava pronta a nova moradia, lhe dei como presente as persianas. A vi três ou quatro vezes depois desse evento. Foi internada às pressas e de lá seguiu para a morada eterna!

Não passou um dia sequer de sua existência no seu projeto dos sonhos!

Temos aqui duas pessoas que tinham tempo para alguma reflexão sobre seu estado de satisfação nos fins de semana. Durante a semana, a carga de ocupação do tempo era realmente insana. Pensavam em felicidade a toda hora? Certamente que não.

Em algumas visitas que faço a executivos, muitos resistem em encerrar a conversa, pois aquele se mostra um instante de felicidade. 

Shakespeare nos ensina que sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco com o muito que temos.

Sentado no campo, vendo um pássaro saltar nos galhos, podemos nos sentir muito melhor que numa sala com móveis caríssimos, esplendidamente decorada, com uma placa na mesa, “PRESIDENTE”.

Ou, a sensação pode ser inversa: não ter qualquer atração pelo pássaro e pelo campo, onde o carro voltará coberto de poeira, e o escritório irá parecer uma extensão do Paraíso!

O Facebook é o muro das lamentações dos novos temos. As carinhas postadas mostram os estados emocionais das pessoas naquele determinado momento: se sentido feliz, cansada, animada, pensativa, e por ai vai. Por quê? Simplesmente, porque lá há incentivo para essa reflexão. A todo o momento, alguém diz como está se sentido.

 Como definir a sensação de prazer ao sentir uma gota de chuva, ver o sol da manhã?

Quando disse isso a um grupo de pessoas, algumas saltaram da cadeira e gritaram: gota de chuva, sol da manhã, tá maluco?

Maluco é o fato que a tal da felicidade, incompreendida, incomoda!

Convidar morcego para dar uma volta no parque durante o dia, não funciona. Não faz parte de seu conceito de plenitude. Tudo o que ele quer é passar o dia de cabeça pra baixo...

Quando moleque, nosso estado de plenitude era simplesmente colocar nossas pipas no ponto mais alto do céu. Nada mais! Banal, mas dá uma tese e tanto.

Nesta semana, em pleno domingo, corri tanto que nem comi direito. Tomar sorvete, jogado no sofá, foi a melhor coisa que consegui, assim que cheguei. Tenho certeza que havia um pedaço do Paraíso naquele pote...

Se a vida não é uma fábrica de realização de sonhos, porque temos essa estranha mania de felicidade?

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Tempo gasto, tempo feito

O que é o tempo?

Seria “o jeito que a natureza deu para não deixar que tudo acontecesse de uma vez só”, como afirmava John Wheeler?

Ou “uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão”, segundo Albert Einstein?

Tempo. Tempo que o tempo dá. Tempo que o tempo tem. Tempo que o homem faz. Tempo que o método traz. Tempo que a energia contém!

Realização poderia ser descrita pela equação: Realização = Conhecimento x Tempo x Energia do homem.

Dessa forma, o tempo seria algo totalmente relativo. Para alguns, o dia teria vinte e quatro horas, para outros iria ao infinito. A interpretação do dia não teria a ver com segundos, minutos, horas, e sim com uma relação direta com a energia. Imagine, então, agregar energia de terceiros a esse processo!

O homem, mantida a energia, será produtivo...

Este texto nasceu enquanto eu escovava os dentes, pela manhã, e pensava nas tarefas do dia. Quantos artigos deixei de escrever por não tê-los registrado tão logo tomavam forma em minha mente. Sou daquelas pessoas que as ideias vêm em forma de enxurrada. Parecem que muitas já estavam prontas há muito tempo.

A dificuldade sempre é a concretização do registro. A fala e a escrita são mais lentas que o pensamento. Dizem que a velocidade é pelo menos cinco vezes menor. Enquanto estamos realizando uma tarefa, a mente trabalhando vai dando formas a outras ideias, não?  Isso cria dificuldades adicionais!

Bom por um lado, ruim, por outro. Afinal, às vezes, a confusão mental se instala.

Nossa produção será tanto maior e melhor, quanto mais método tivermos. Talvez devêssemos incluir esse fator na equação, como um percentual de zero a cem.

A equação com essa tratativa ficaria: Realização=Conhecimento x Tempo x Energia x Método.

Método faz uma diferença enorme, pois dá outra dinâmica ao processo e ao uso do tempo.

Sentado sem fazer nada, o tempo será gasto. Aplicado, começa a gerar resultados. Quando aplicado com disciplina e foco, os resultados, então, são surpreendentes!

Essa é a razão pela qual encontramos pessoas incrivelmente produtivas, embora não pareçam brilhantes, e outras com mentes invejáveis, mas que produzem muito pouco. Em alguns países diz-se acreditar mais em trabalho duro do que em talento. 

Disciplina é interessante, contudo método é determinante. O que fazer, como fazer, quando fazer estabelecem ordem, dão rumo, criam foco!

Um exemplo simples, mas interessante: tomar aquele cafezinho, fazendo o trabalho, não permite saborear o café, nem dar o andamento correto à tarefa. No fim, acabamos com a papelada manchada e o teclado grudento.

Nossos dias são cheios de tempo gasto e tempo feito. Tempo feito, aquele gerado pelo nosso poder de transformação, produto da energia aplicada com método.

O aumento da produtividade é obtido com conhecimento aplicado. Investir nossa energia, com método, no aprendizado é fundamental. Reduz-se o caminho para o domínio de novas áreas.

Quem despreza educação e cultura, não terá chances de grandes realizações.

Sucesso é uma longa estrada, que inicia com o nome de conhecimento e termina com o nome de concretização!


Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Construção de uma sociedade

Coloque algumas pessoas que não se conhecem em uma sala e lhes dê uma tarefa.
Provavelmente, a tarefa será cumprida. Bem ou mal será realizada. Mas, a sociedade, grupo de pessoas trabalhando de forma organizada por vontade própria, com continuidade e longevidade, tem poucas chances de se concretizar.
Quanto mais pessoas no grupo, mais ideias são ventiladas, mas é mais difícil a união!
Os motivos são muitos. A lista de requisitos para o entendimento é enorme. Os conflitos vão desde o tom de voz nas conversas, passando pela falta de compreensão das questões postas em debate, até os interesses próprios!
Quanto maiores forem os benefícios individuais, maior a probabilidade de desacertos.
Ainda que o prêmio seja individual e o prejuízo coletivo, o foco será sempre a vantagem que alguém levará...   
É o caso do jogador de futebol que não facilita a vida do artilheiro porque não terá  o mesmo destaque.
Penso que a construção de uma sociedade tem muito a ver com generosidade.
Generosidade é uma virtude. Ocorre quando a  pessoa  acrescenta algo na vida do próximo. É o ato de doar sem pedir nada em troca.
René Descartes foi mais longe e dizia: “é a mediação entre a vontade e o entendimento”. Perfeito para a construção de uma sociedade, não?
O conceito de coletividade tem a ver com o desejo de atendimento do bem estar comum.
Aqui temos um exemplo simples que mostra essa dificuldade: quantas pessoas não dão um jeito, todos os dias, de furar filas?
Quantos em seu trabalho não atendem mal os que estão nas filas, e quando as tem que enfrentar, do outro lado do balcão, reclamam no mesmo fato?
Regra fundamental para uma sociedade: “para ensinar é necessário ser o exemplo”.
Sem organização, não existe sociedade. Teremos um grupo de pessoas, cujas intenções podem apenas se assemelhar!
Imagine uma grande área onde as pessoas possam plantar livremente. Cada uma trazendo suas sementes, depositando-as onde quiserem.
Em pouco tempo, a variedade de plantas será enorme. Misturadas não darão resultados muito favoráveis, com certeza.
Algo semelhante, vemos cotidianamente: a pessoa que nos recebe no banco reclama da secretária do médico, que critica o dentista, que se irrita com o lojista, que não gosta do atendimento da escola dos filhos, que... que...
Diz um antigo ditado: fazer bem feito leva o mesmo tempo que mal feito!
Ora, o mal feito terá que ser refeito. Portanto, ao longo processo este é mais custoso, complicado e chato.
Por que, então, não dar o devido tratamento a todas as questões?
Por falta de entendimento, paciência, arrogância ou interesse?
Consciente que, em sociedade, tudo que vai, volta, seremos mais atenciosos e responsáveis!
Não quer ser generoso? Tudo bem, seja esperto...
Faça pelo bem comum, porque você faz parte do grupo, está no mesmo barco que pode fazer água. A sua dose de benefício ou castigo está sempre a caminho.
Em um voo para o Nordeste, os passageiros começaram a cantar e bater os pés. O comandante, calmamente, disse pelo alto-falante: “senhores, essas batidas dos pés estão desestabilizando a aeronave, e coloca nosso voo em alto risco”.
Imediatamente, a bagunça acabou!
Isso, porque estavam pensando no bem coletivo...? Não! Porque pensavam na sua individualidade...
Então, matuta ai: aquele voto na urna é como bater os pés no avião: derruba emprego, salários, a qualidade da saúde, da educação, e assim segue nossa sofrida e inconsequente sociedade.
Já imaginou se colunas e vigas, em um edifício, ganhassem vida e escolhessem a bel-prazer onde ficar?
Assim somos nós, vigas e colunas, de um edifício chamado sociedade.
Você pode fazer quase tudo, reclamar inclusive, mas terá que aguentar as consequências de seus atos e escolhas individuais!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Empresas lucrativas e a obsessão pelo lucro

Para ganhar dinheiro é preciso gostar de dinheiro. E muito! O foco do trabalho é a rentabilidade.

Você não precisa acreditar nisso, mas vai ver que as empresas lucrativas e as maiores fortunas têm um enorme esforço nessa direção.

Observe que você não poupa mais porque, de vez em quando, muda o foco. Ou nunca teve...

Muitos dirão: eu preciso viver a vida, não posso só guardar, não sei se estarei vivo amanhã!

É verdade! Por isso, poupar, investir, multiplicar o patrimônio, os lucros de uma empresa são escolhas.

Caso fizéssemos só aquilo que nos dá cem por cento de garantia de retorno, não colocaríamos uma só semente na terra!

Quem trabalha com agricultura sabe que todos os dias terá que olhar sua plantação. Da falta d´água às pragas, uma porção de situações danosas pode ocorrer.

Isso não é o mesmo que cuidar dos investimentos todos os dias?

Mesmo aquele que foi procurar minhocas para pescar e na enxadada achou petróleo, sabe que se não cuidar, o poço seca!

Quanto maior o risco, maior o retorno. Por essa razão, o mercado de ações não é para amadores. Claro, é possível aplicar uma quantia que não o comprometa financeiramente e deixar intocada. No jargão popular: esquecer...

Mas não grandes somas, que farão substancial diferença em sua vida e nos seus negócios!

Boi e dinheiro só engordam com o olho do dono. Ainda que uma parte da tarefa possa ser terceirizada, uma espiadinha diária é fundamental!

Há uma regra em gestão que diz: torne seu negócio obsoleto, antes que alguém o faça!

Sem lucro não há descobertas, inovações e o combate à obsolescência. Quem investiria nas ações de uma empresa decadente?

Quem emprestaria dinheiro a uma empresa a caminho da falência?

O lucro por si só não gera lucro. É o reinvestimento correto que traz retorno. A questão é descobrir qual é o investimento correto?

Não adianta desenvolver o melhor carburador do mundo ou o melhor fogão a querosene, se o mundo seguiu para a injeção eletrônica e o fogão a gás ou elétrico!

Gerar lucro é uma missão 7 x 24.  E assim caminha o mundo.

Isso lhe parece estranho?

São sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia. Uma empresa que aplica por semana 168 horas em seus projetos, contra a maioria que atende 44 horas semanais. Portanto, um esforço praticamente 4 vezes maior.

Como isso é realizado? Com ideias amadurecendo nos quatro cantos do mundo. Engraçado o mundo ter canto, não?

No passado, as pessoas viajavam atrás das novas ideias, conceitos, inovações e revoluções. Hoje, estas se antecipam e seguem pelas redes para todos os lados.

Dá até para dizer: um celular nas mãos, uma ideia na telinha!

Assim mesmo, de forma instantânea! Faz algum tempo que os produtos quando aportam no mercado já estão obsoletos. A próxima geração já está adiantada na área de desenvolvimento e para o dia seguinte alguém já fez algo melhor...

Concorrentes já nem copiam mais, aprimoram! Parece loucura?

Não! É loucura!  E assim se sentirá aquele que não se preparar e não se atualizar.

Lojas com câmeras já coletam dados e, rapidamente, são montados relatórios de resultados e tendências. Sem preencher questionários, mas em observações diretas!

Como poderíamos denominar ações como essas? Escolha um nome, pode ser simples, pomposo, mas a raiz da questão é a obsessão pelo lucro.

Há algum tempo, poderíamos usar como regra para as empresas um lema: Mude ou pereça. Mas, com a velocidade das mudanças e a necessidade de capital para concorrer em um mundo sem fronteiras, temos que ser mais contundentes: lucre ou desapareça.

Isso torna a concorrência brutal?

A concorrência sempre foi um exercício de eliminação. Nunca foi fácil para o ganhador. O que dizer, então, sobre o perdedor?


Ivan Postigo
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sexta-feira, 12 de maio de 2017

O erro é um direito, a correção uma obrigação

Pegamos a tarde de sexta-feira para fazer algumas compras de eletrodomésticos.

Eram necessários e estávamos curiosos para avaliar o atendimento. Visitamos todas as grandes redes da região.

Conclusão em uma só palavra: horroroso!

Lojas vazias, vendedores sonolentos, pouco interessados. Os gerentes, que procuramos para pedir atenção, não achamos. E, assim, saíamos de loja em loja, com os preços das etiquetas.

Compramos sim, em uma loja que há muito não entrávamos. É, talvez porque não tivemos sorte no passado, quem sabe. Será? Ali conversamos um pouco com o gerente, mas encerramos logo a prosa.  Hum, pra que serve gerente na loja mesmo?

Um dos vendedores foi muito rápido, negociamos e fechamos. Detalhe: teria que retirar o produto na loja do shopping. Problema nenhum, para nós era caminho.

Insisti e fiz questão de acompanhar a ligação para ter certeza que o produto seria reservado. Reposta positiva, no estoque havia quatro peças e uma seria nossa.

Ele nos levou à outra área e nos apresentou ao outro vendedor. Rapidamente fechamos a compra. Teríamos que retirar o produto na loja do outro lado da praça

Ora, porque, então, não retirar os dois na mesma loja do shopping?

Disse o vendedor: - Pode ser, sem problemas.

Insisti para confirmar a reserva e a coisa ameaçou azedar. Tinham trinta e seis peças no estoque.

Documentos emitidos para pagamento, o vendedor azedo disse: - Só um detalhe, eu me enganei e coloquei a retirada na loja do outro lado da praça, mas pode ir ao shopping, qualquer coisa me liga!

Respondi: - Ah, nem morto! Pode fazer a correção necessária...

Com a cara feia ele escreveu com a caneta o novo local de retirada no documento. Pronto, aparentemente estava resolvido.

Fui ao caixa, paguei e a menina disse: - Este o senhor retira no shopping e este outro na loja aqui da praça!

Expliquei que iria retirar os dois no shopping, ela franziu a testa e respondeu: - Eles não vão lhe entregar. Não é o que diz aqui!

Chamamos o vendedor, bateram boca e ele voltou com um novo documento.  E lá fomos nós, no shopping, procurar na loja o Fernando, que nos foi indicado, para a retirada.

Aguardamos o Fernando atender uma senhora e lhe entregamos os documentos.

O Fernando foi ao computador e logo voltou: - Senhor, este produto nós temos aqui (aquele das trinta e sei peças) este outro não (que tinha quatro)!

Disse: - Fernando, fiz questão de acompanhar a reserva, um tinha trinta e seis e o outro quatro.

Fernando: - Quem disse isso? – Pensei comigo: O Papa Bento XVI...

Se vai fazer essa pergunta, pra que diabos serve o nome do vendedor no documento de retirada?

O Fernando volta ao computador e me diz: - Só temos duas peças. Uma com defeito e uma reservada para a loja. Essa não posso lhe entregar!

Pensei comigo: - Que droga, o cliente aqui compra, paga e não tem valor nenhum! Acho que me lembrei porque não costumava comprar ali.
  
Hora dos pingos nos “i”. - Fernando, fiz tudo o que podia para que essa negociação não gerasse qualquer desconforto, e gerou. Comprei e paguei. Vire-se, entregue meu produto, aqui e agora. Vou tomar um suco para que você tenha tempo de falar com seus colegas, na volta quero o assunto resolvido.

Assim que voltamos lá estava o Fernando tentando nos explicar o “mal entendido” (nome interessante para a falta de organização) e dizia: - O rapaz só anotou no produto “reservado para a loja”, por isso eu não sabia que era seu!

 Você, então, pensa: porque não usam o número do pedido, da nota fiscal, uma sequência alfanumérica, a porcaria do meu nome para controle da reserva?

E assim fomos embora e acabou a compra e a história, ponto. E frio!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Com tantas técnicas de gestão, por que o desperdício nas empresas ainda é tão elevado?

A tecnologia tem colocado à disposição do mercado equipamentos cada vez mais avançados, as matérias-primas melhoraram consideravelmente, as forma de produção mostraram avanços substanciais, mas nem por isso a maioria das empresas chegou perto da chamada perda zero!

Uma análise cuidadosa e criteriosa mostrará que recursos são desperdiçados todos os dias. Por que será que isso é tão comum, se os processos nas empresas são extremamente repetitivos?

Caso não concorde com essa afirmação, faça uma auditoria nas atividades operacionais da sua empresa, das mais simples às mais complexas, e compute os erros. Ficará assustado com o que encontrará. E se levantar os tapetes, o espanto será ainda maior.

Não nos damos conta, mas aprender e fazer costumam levar ao esgotamento. Por isso reciclar é fundamental!

A aplicação de novas técnicas e novas formas de conduzir um trabalho requer algo que pode parecer estranho: desaprender.

A prática nos leva ao automatismo, este ao vício, e o vício ao erro...

Posso afirmar com segurança por toda vivência e exposição diária dentro das indústrias: Com frequência, vejo sempre lotes inteiros de peças sucateadas, resultado do automatismo. Isso também ocorre com tarefas nas áreas financeira e comercial.

A supervisão dos trabalhos não deve ter a função punitiva, mas de orientação e correção.

Operacionalmente, quanto mais prática “pegamos”, mais virtudes e vícios desenvolvemos.

Quando o mouse surgiu no mercado, muitas pessoas tiverem dificuldades em usá-lo. Tinham desenvolvido memória e habilidade em usar a primeira letra das funções de muitos programas, e o mouse as tornava lentas. Principalmente em se tratando de planilhas eletrônicas.

À medida que desaprendiam e esqueciam aquele procedimento, ganhavam novas habilidades e desenvolviam outras virtudes.

Podemos ter vícios, resultado de nossas habilidades? Perfeitamente! Basta aplicar um método errado de forma sistemática.  A sabedoria nos lembra que o vício é contagioso, mas também que não tê-lo pode não acrescentar nada à virtude. Que enrascada!

Veja o que nos diz Sêneca: “A virtude é difícil de se manifestar, precisa de alguém para orientá-la e dirigi-la. Mas os vícios são aprendidos sem mestre.”

Aqui entram as consultorias, que buscam a introdução das virtudes e a eliminação dos vícios.

É verdade que esse é um trabalho que em nosso país acaba não recebendo a mesma atenção que em países mais desenvolvidos. Ora, desenvolvimento tem a ver com o balanço entre acertos e erros. E estes com virtudes e vícios.  Virtudes e vícios com educação e conhecimento.

Em contraponto: A prosperidade descobre o vício; e a adversidade descobre a virtude. Assim é a vida em busca do equilíbrio.

A questão é quanto tempo tem uma empresa para essa descoberta antes do fracasso de um projeto ou do fracasso total?

Esse assunto tratado dessa forma parece óbvio, porque seria, então, negligenciado?

Por uma razão muito simples: o óbvio é invisível!

Por ser invisível às mentes e olhos despreparados, é recurso dos mágicos.

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
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