terça-feira, 21 de junho de 2016

Planejamento Estratégico?

José, empolgado com o assunto gestão empresarial, leu uma vez uma definição sobre planejamento estratégico que dizia o seguinte: “Planejamento estratégico é a formulação de objetivos, observadas a visão e missão dos empreendedores, para a seleção do programa de ação, considerando o cenário interno e externo da empresa, tendo como foco a criação de seu futuro”.

Aquilo soou nos seus ouvidos como o canto das sereias. A partir daquele dia José tomou duas decisões: aprender tudo que pudesse a respeito do assunto e ingressar na área.

Mergulhou em leituras como compra e venda de empresas, abertura de filiais na Ásia, na Europa, criação e encerramento de linhas de produtos, lançamento de campanhas publicitárias e o que quer que fosse encontrando.  Preparou-se para investir todas as horas que pudesse nesse desafio.

Sua determinação foi recompensada.  Em pouco tempo lá estava nosso persistente aprendiz abraçando a primeira oportunidade que encontrou de trabalhar no seu primeiro plano estratégico empresarial. Data definida para oficialização do programa, todos estavam envolvidos no trabalho.

A reunião para debate dos horizontes da companhia não acontecera, mas então como seriam estabelecidos os objetivos?

Fora informado que os diretores conversaram por alguns minutos, alguns queriam estabelecer uma meta de aumento de vendas de 5%, outros de 10%, chegaram a um acordo de 8,5%. O pessoal da área comercial iria fazer a distribuição, ponderada pelas linhas de produtos e consideraria o aumento proporcional para cada região.

Um dos gerentes lhe dissera que no mercado que exploravam havia cerca de 4.500 revendedores. Analisando os dados dos últimos 24 meses vira que a empresa estava presente em 2.600, mas não com freqüência. A razão exposta era que a marca tinha pouca força para penetração e, ainda, era considerada a terceira ou quarta na preferência dos revendedores. A qualidade consideravam inquestionável, mas enfrentava ações comerciais contundentes dos concorrentes.

A verba para comunicação e ações comerciais para o próximo ano deveria acompanhar a importância projetada no plano do ano corrente, que estava encerrando, embora o gasto de fato atingisse 40% do valor estabelecido. O motivo alegado era a falta de caixa.

As despesas departamentais deveriam ser consideradas as mesmas do plano anterior, acrescida da inflação estimada, embora os gastos reais já fossem superiores em 5,87%. Ajustes seriam efetuados.

Os custos dos produtos seriam calculados de acordo com os valores atuais acrescidos da inflação estimada, mas considerando adequações nos gastos de mão-de-obra estipuladas no plano. Não seriam permitidas horas extras no próximo exercício, apesar de terem sido substancias até o momento.

Os investimentos seriam mantidos de acordo com o plano anterior.  Deveriam repeti-los, pois apenas 10% do que fora estimado se efetivara.

A necessidade de caixa seria calculada de acordo com o confronto de receitas e despesas, e os juros seriam obtidos observando-se as taxas de descontos de duplicatas. Os investimentos receberiam o mesmo tratamento com relação às taxas de juros.

José, ainda incrédulo, pensava:  “Ainda que esses cálculos todos não sejam uma alavanca para os negócios, se pudermos aumentar nossa participação no mercado, angariando mais espaço, alocando maior volume nos clientes ativos, recuperando os inativos e se  conquistarmos uma boa quantidade de prospects, com o tempo posso convencê-los a desenvolver o trabalho estratégico como manda a teoria”.

José vinha mentalmente preparando seu discurso para que, assim que tivesse oportunidade, reunido com o pessoal de vendas, formassem um time determinado e pudessem encontrar formas de atacar o mercado.

Não deveria, mas se surpreendeu quando seu discurso informal foi interrompido e ouviu:- José esse é um problema dos representantes comerciais e não nosso. Eles é que saem para vender, acho que vamos contratar mais uns cinco, dessa forma aumentaremos nossas vendas.

José, ao chegar à sua casa a noite e depositar sua pasta no local de sempre, olhou para seus livros e pensou:- Planejamento Estratégico?  Preciso sim de uma melhor estratégia para minha carreira, lá não há objetivos, metas, comprometimento.

Como se estivesse na sala de aula, ouviu a voz de seu experiente mestre:- Gestores sem metas e que não trabalham unidos acabam degolados separadamente!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo



Como está o atendimento ao planejamento estratégico em sua empresa?


quinta-feira, 16 de junho de 2016

Terceirização do pensamento

Olhe à sua volta! O que você vê que gosta, admira, utiliza e não criou?

Para não exagerar e não correr o risco de errar, quase tudo não? Computadores, televisores, vídeos, CD, grampeador, ar-condicionado, lapiseira, caneta, carro, avião, trem, fralda descartável, lenço de papel, clipes, e por ai vai...

Terceiros criaram e quartos produziram?

Todos esses produtos são frutos do pensamento em busca de conforto ou no mínimo para reduzir a insatisfação de alguém.

Sem sombra de dúvidas, enquanto alguns homens sonhavam em voar os incrédulos e céticos diziam: - Por que voar?

Os visionários faziam suas perguntas de outra forma: - Por que não voar?

O arrojo, a liberdade de pensamento, tem feito o homem assombrar a si próprio com sua capacidade.

Brincando de Deus, imitando-O ou sendo o Próprio. Como filhos de peixe, peixinhos somos.

Todos nós um dia reagimos de forma refratária, não aceitando alguma idéia.

Como diz um amigo:- Ainda que tenha se recusado a levar uma blusa quando sua mãe recomendou.

O carro, o rádio, o cinema, e outras tantas visões produziram lendas, resultado de assombro!

Assim Anhaguera dominou os índios, ameaçando colocar fogo nas águas dos rios...

Fato concreto, a humanidade sabe que com liberdade, incentivo, apoio, o ser humano é capaz de criações extraordinárias, então não podemos deixar de perguntar:- Por que ainda somos reticentes à sugestões e novas ideias?

Há um aspecto interessante: quanto mais proximidade e intimidade com o criador, menos crédito lhe damos.

O contato diário faz com que nos imaginemos iguais, ainda que não sejamos.

No nosso dia-a-dia nas empresas, nos acostumamos com a rotina e a mesmice. Se não reciclarmos e sairmos em busca de novas idéias, ficaremos mais reativos ao progresso.

Caso tenha em mente ganhar dinheiro com carburador, disco flexível para computador, disco de vinil, e outras tantas invenções, é hora de sair para dar uma volta, para ouvir as pessoas. Ouvir! Escutou?

Esses milhares de produtos foram criados em locais onde encontraram aconchego. Enriqueceram seus criadores, principalmente quem os acolheu, ou foram desprezados e ofertados a pessoas também visionárias.

Quando materializável, as propostas enfrentam menos resistências, mas sendo conceituais, o trabalho de convencimento é árduo.

Quando se falou pela primeira vez que os computadores seriam atacados por vírus, qual foi a reação geral?

Crença, incredulidade?

Quando Taylor e Fayol falaram sobre conceitos científicos de administração foram aceitos?

As provas, as evidências, os ganhos empresariais, fizeram com que as práticas se disseminassem e esses homens fossem considerados gênios.

O processo de gestão empresarial está cada vez mais complexo. Os resultados não podem ser aguardados, já não basta ter lucro. É necessário criar o futuro, evitando que alguém torne nossa empresa obsoleta. Isso demanda conhecimento, criatividade, experiência, arrojo e boa dose de coragem.

Empresas globais competem, mas no limite do bom-senso. Criando uma forma inovadora de atuação, concorrendo onde dominam , cooperando quando necessário.

Coopetição é a colocação da inteligência a serviço do compartilhamento do sucesso.

Uma vez que na minha empresa ninguém saiba fazer e eu me disponha a aceitar que um profissional ou empresa externa desenvolva esse trabalho, terceirizo.

Atualmente empresas bem sucedidas e gestores inovadores estão adicionando competência no desenvolvimento de seus planos e ações estratégicas, terceirizando o pensamento.

No mercado é possível encontrar equipes especializadas prontas para implantarem projetos arrojados, de forma rápida, com segurança.

Dizia um educador em uma entrevista, observando as dificuldades que enfrentamos em nosso país: - Lá fora os recursos são maiores, nos Estados Unidos tudo vira comércio!

A questão não é essa. O foco é o que gera resultado, não importa de onde venham as idéias!

Coloque uma planta na janela, com um obstáculo fazendo sombra, e verá que ela se moverá em busca do sol.

Você, como gestor, só tem que tomar uma decisão quando estiver em dúvida e quiser maior assertividade: Terceirize o pensamento.

Os lucros serão da empresa e as glórias e os bônus maiores serão seus.


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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Janelas e mentes abertas deixam o sol entrar!


terça-feira, 14 de junho de 2016

Solução única para problemas diferentes

Conversava com alguns amigos, entre eles o proprietário de uma bela academia de ginástica que nos dizia estar tomando providências para melhorar os resultados.

Ops, melhoria de resultados, então a todos interessa. Afinal, quem não tem sob sua responsabilidade atividades que necessitam de lucro?

Ouvidos atentos! Mas, o plano não tinha nada que já não tivéssemos observado em outros locais. Mudança de layout, mais supervisão na limpeza e corte de duas funcionárias. Quando perguntado com quanto isso contribuiria, a resposta entusiasmada foi mil reais por mês.

Hum, não é de se jogar fora, mas ao preço de cem reais por mês, doze alunos a mais não cobririam esse valor, pagando inclusive os impostos? Foi o próximo questionamento.

Sim, mas como conseguir os alunos? Contestação feita.

Nosso amigo, proprietário da academia, nos interrompe e diz que conseguir alunos não é o problema, retê-los sim.

Ok, então a questão deve ser focada nas razões pelas quais os alunos não permanecem na academia!

Podemos colocar na lista a falta de motivação, dificuldade em fazer parte da turma, compromissos e inabilidade para adequar o horário, falta de sintonia com os professores orientadores, principais motivadores, e muitas outras razões. Entre elas, uma que me têm chamado a atenção, as pequenas lesões.

Isso tudo afasta os alunos, mas como a questão é tratada?

O aluno deixa a academia e tem um prejuízo, que é o descuido com a saúde. Para o proprietário, é perda de receita.

Ambos perdem, contudo como gestor de um negócio é importante tomar medidas para equacionamento das receitas e despesas. Normalmente reduz-se o quadro funcional  como forma  de cortar custos, ainda que em muitos casos as horas extras aumentem!

Não seria mais lógico agir no sentido de criar um programa de incentivo, de identificação com a academia, com vídeos de cuidados com a saúde, alimentação, benefícios do treinamento, para motivar e reter os alunos?

Sem dúvidas, mas aprendemos que cortar custos é fundamental, desde que iniciamos nossa carreira como administradores, e fazemos disto a Panacéia.

O termo Panacéia  é muito utilizado com o significado de "Remédio para todos os males". Redução do quadro funcional, com alto índice de contratação e dispensa  como também é conhecido, acaba sendo a Panacéia.

Imagine que a única espécie de árvore que conhecemos é o ipê amarelo. Entramos numa floresta e nos deparamos com um deles. Florido, rapidamente o identificamos.

Para ter uma melhor visão da floresta no afastamos, de longe a contemplamos. O que vamos identificar? Vários ipês amarelos!

Quando alguém nos perguntar que tipo de árvore tem naquela floresta, diremos: Ipês amarelos! Afinal, é a única que sabemos identificar.

Assim também nos têm sido largamente ensinado. Para melhorar os resultados corte custos, reduza o quadro de pessoal.

Isso corrobora uma antiga afirmação de que quem apenas aprendeu a usar o martelo, acha que tudo é prego.

A empresa é um sistema dinâmico, a queda nas vendas, nas receitas, não reduz o trabalho em algumas áreas, portanto a redução de pessoal pode trazer conseqüências mais sérias.

Programas de redução de pessoal têm que ser bem estudados, pois a maioria que vi não se mostrou eficaz. As necessidades foram cobertas com horas extras, muito mais caras e com resultados ruins, sem que outras ações tenham sido implementadas. Pouco tempo depois a recomposição do quadro mostrou necessária, com custos maiores.

Quanto maior for a sua empresa, maiores serão a exigências quanto ao entendimento da dinâmica sistêmica, de forma que soluções mais criativas serão necessárias.

Conversava há algumas semanas com um empresário, que em um segmento de seus negócios tem apenas um cliente que compra mensalmente cerca de 25.000 peças do produto. Os pedidos dificilmente são atendidos integralmente. Com frequência, parte deste é cancelado por problemas na produção, mas o cliente apesar do desconforto continua comprando.

Esse empresário sabe que ter apenas um cliente nesse segmento é muito arriscado, precisa de pelo menos mais um.  Mas, da forma como o processo se encontra, não poderá supri-lo.

Como os pedidos não têm sido atendidos, trocam-se funcionários e supervisão. E, de acordo com a oscilação da carteira, cortam-se custos, com a redução do quadro funcional.

Nada é investimento, tudo significa custo. E, assim, prego que aparece merece martelada.

Uma pequena terceirização de alguns trabalhos, no último mês, já permitiu à empresa melhorar o desempenho e o atendimento dos pedidos programados, além de evitar cancelamentos.

Usando solução única para problemas diversos, muitas empresas não decolam.  Continuam patinando por falta de entendimento sistêmico e identificação de alternativas.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
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E você, como trata pregos e martelos?


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Como está o brilho de sua estrela?


O brilho das estrelas

Todos os profissionais têm alguma contribuição a dar às suas empresas, embora nem sempre isso aconteça.

Alguns são contratados e apresentados com grande euforia, foram muito bem recomendados, têm excelentes referências, contudo seus desempenhos deixam a desejar.

Analisando o histórico profissional destas pessoas veremos que estiveram engajados em projetos de sucesso e interessantes.

Por alguma razão, nem sempre facilmente identificável, não conseguem atuar com a desenvoltura e competência esperadas.

Essas estrelas apresentam características interessantes e mesmo processos cuidadosos de seleção podem não retratá-las com fidelidade.

Encontraremos algumas opacas, outras sem brilho próprio, mas que refletem toda luz projetada sobre elas, e as que naturalmente iluminam os ambientes por onde passam.

Juntá-las e posicioná-las para maximizem a projeção de luz sobre os projetos da empresa é um trabalho para especialistas.

Estrelas tímidas e aquelas cujos egos são exacerbados podem resolver não brilhar ao se sentirem ameaçadas. Outras podem se recusar a projetar luz, evitando que algumas brilhem, uma vez que percebam que estas só o fazem induzidas.

Não é incomum encontrarmos brilhos emprestados sendo reconhecidos como próprios.

Manter estrelas opacas e posicioná-las entre as que têm brilho próprio e as que tomam emprestado, pode ofuscar os ambientes. Por outro lado, estas assentadas em torno das demais podem ajudar a reter o brilho gerado.

Um dos requisitos para o sucesso de um gestor é a habilidade para tratar com pessoas, permitindo que dêem suas contribuições, sem inibir seus pares e comandados.

Ambientes altamente competitivos apresentam equipes fortes, com grande desenvoltura para estruturação e consolidação de projetos, criando o futuro das organizações onde trabalham, mas também podem levá-las ao fracasso total.

Posicionar as estrelas de forma que emprestem e reflitam o brilho no ambiente é uma das mais complexas tarefas dos responsáveis por comandar equipes.

Estrelas sentem necessidade de brilhar, quer com brilho próprio ou emprestado, quando isso não acontece partem em busca de locais mais propícios.

Ao contratá-las, os gestores precisam ter domínio das estratégias que pretendem implementar, e estarem cientes de que as estratégias inovadoras e agressivas raramente são propostas por profissionais satisfeitos com o status quo, e que isso incomoda os determinados e que têm planos pessoais e profissionais ambiciosos.

Não são apenas os equipamentos que estão ficando rapidamente obsoletos, organizações estão sendo superadas com uma velocidade impressionante.

Uma das máximas em gestão é: “Torne sua empresa obsoleta antes que alguém o faça!”

Antecipação da obsolescência é um processo que pode gerar sérios conflitos em gestão, justamente por alterar a zona de conforto.

Qual gestor que ao escalar seu “Himalaia” não quer ficar um tempo sentado no topo, observando a paisagem, sem que ninguém o incomode?

Por que aceitar que estrelas brilhem à sua frente, muitas vezes dificultando sua visão, enquanto que a única coisa que ele deseja naquele momento é contemplar suas conquistas e o mundo a seus pés?

No mercado competitivo, os buracos negros não roubam preferencialmente o brilho das empresas lentas, muito menos das mais rápidas, mas das negligentes e das distraídas.

A visão e missão da empresa, declaradas e exercitadas, estabelecem a liberdade e restrições ao esplendor das estrelas.

Como dizia Ben no filme “Como perder um homem em 10 dias”: - Frost. Frost yourself!


Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Riscos que não corremos, resultados que não atingimos

Nossa mente é impressionante. Uma palavra, uma imagem, nos remetem a análise de situações que sequer estávamos levando em consideração naquele instante.
Por essa razão, a melhor forma de “turbinarmos” nossa criatividade e melhoramos nossos resultados é nos colocarmos em movimento.

Há momentos em que, mesmo nos dedicando para encontrar a solução para um problema, nos sentimos presos num labirinto. A pergunta é: O que fazer?

 Pare! É hora de sair, conversar, olhar a questão sob um novo ângulo.

Dia desses convidei meu filho para acampar, enquanto ele ria e me dizia que achava que estava numa nova fase, do conforto, frigobar e dos lençóis limpos, um filme passava pela minha cabeça.

“Via e ouvia”, nitidamente, seus amigos chegando à nossa casa, dizendo que haviam passado nos vestibulares, em escolas que não imaginavam um dia conseguir aprovação.

A frase era sempre a mesma: “Nossa, nunca imaginei conseguir!”.

Uma verdade para o lado consciente, uma inverdade para o inconsciente.

A voz interior, aquela que deixamos de ouvir, dizia a eles para estudarem, fazerem as inscrições para os vestibulares, realizarem as provas e irem ver os resultados; enquanto o lado consciente dizia, tudo bem, mas não vai dar certo!

Quando eu lhes perguntava: “Você nunca acreditou nisso, então porque fez a inscrição e as provas?”.

Acredite, a resposta sempre era: “Ah, lá no fundo eu tinha uma pequena esperança!”.

Na vida tudo é assim. Temos que nos preparar, mas principalmente dar ouvidos à voz interior e uma chance àquela pequena chama: a esperança. 

O tempo passa, nos formamos, nos tornamos profissionais e cada vez ouvimos menos a voz interior.

Isso me remeteu a outra questão, a dos resultados de muitas empresas e como são administrados.

Os primeiros meses do ano não lhes trouxeram uma contribuição satisfatória, o semestre praticamente encerrando sem nenhuma mudança no panorama, e pior, não conseguem prever o que vai acontecer dali para frente.

Uma correção! Conseguem sim prever, mas não se arriscam a colocar no papel e enfrentar a questão.

Empresas com essa configuração são dependentes de uma melhoria substancial no mercado. A voz interior já está lhes dizendo que nesse ritmo os resultados serão os mesmos, há necessidade de ação.

O “planejamento” que fazem são cópias fiéis do cenário desenhado para o ano que se encerrou, apesar de não tê-los atingidos.

Um plano, partindo da base zero, estabelecendo novas metas e compromissos, traz um enorme risco.

No mundo dos negócios duas coisas são constantes: mudanças e riscos. Resultados diferentes jamais serão conseguidos com as mesmas atitudes.

Imagine o atleta que treina para uma olimpíada. Ele terá aquele chance, só aquela.

Alguns esportes são coletivos, mas o que dizer dos individuais?

Nos negócios, como no esporte, as regras são: Aprenda, treine com os melhores, estabeleça suas metas, se comprometa , vá lá e traga o resultado.

Considere que você como gestor é um atleta olímpico e terá pela frente seus concorrentes nessas provas, que medalha acredita que conseguirá este ano?

Você já conhece as regras, está procurando aprender, tem estudado as questões que dificultam sua empresa de obter melhores resultados, tem procurado os melhores colaboradores, já estabeleceu suas metas, está comprometido?

Ótimo, agora ação! 

Sem correr os riscos não obterá os resultados. Corra, salte, nade, faça o que o seu esporte determina, mas se arrisque a conseguir uma medalha!

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
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Como você lida com riscos?


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Você, sua empresa e a prosperidade no caos

Jornais diários, notícias boas e ruins.
Notícias sobre aumento de inflação, queda de inflação, câmbio instável, exportações crescentes, ingressos substanciais de divisas, saídas de divisas, remessas ilegais, perda de mercado para o concorrente, obsolescência de alguns de seus produtos, seu time de futebol favorito que perde, um turbilhão em sua mente.  Tudo mexe com seu humor e também com o humor do mercado.

Como você “lida” com tudo isso na sua empresa?

Ter a empresa como uma ilha de prosperidade no meio do caos não só não é fácil, como nos leva a outra pergunta: Até quando?

Provavelmente até quando o mercado permitir ou você mantiver sua capacidade de enxergar e aproveitar as oportunidades.

É impressionante como o homem tem capacidade de se reinventar, de se adaptar e prosperar no caos.

A força que destrói pode ser a força que constrói, se bem direcionada e aproveitada. A força das águas pode destruir uma cidade,  mas também podem fazer girar uma turbina. A adversidade, a escassez, não só castigam o homem, mas também o provocam a  enfrentá-las e a buscar soluções.

O homem, frente ao inconformismo, se deu asas e voou. Não nos esqueçamos, então, em nossas orações de pedir a Deus que abençoe e dê vida longa aos inconformados.

Para muitas pessoas o novo, o inusitado, leva a uma pergunta: Por quê?

Para o criador a mesma situação leva a outra pergunta: Porque não?

A mesma situação, a mesma reação: o questionamento, mas com focos diferentes.

Você em sua empresa, frente a uma crise, como faz a pergunta?

Em épocas remotas, o petróleo para alguns era apenas um óleo que tornava a água imprestável, para outros se tornou uma fonte de energia que move o mundo.

Que perguntas têm você feito para superar perdas de mercado para a concorrência?

O carrapicho que gruda nas nossas calças quando vamos ao campo e nos dá um trabalho enorme para retirá-los foi fonte de inspiração para a criação do velcro.

Que perguntas têm você feito frente a crises que parecem acompanhá-lo?

A culinária é uma fonte rica de exemplos de soluções contra a escassez, basta ver os enlatados, os embutidos, os defumados, os congelados.

Que perguntas têm feito você frente à escassez?

Li uma vez que crise no idioma chinês é sinônimo de oportunidade, pois tem a mesma raiz de criação e criatividade.

Que perguntas você tem feito sobre frente às crises?

A crise nem sempre demanda soluções complexas. Sempre que eu pego um clipe para prender alguns papéis sou chacoalhado e me pergunto: Que fiz hoje de novo, que soluções fui buscar para superar problemas que me incomodam?

Tenho em minhas anotações que o clipe foi criado em 1.900 e se mantém como solução até os dias de hoje, sem alterações.

Não só resolve com simplicidade problemas nos nossos escritórios, como também gera receitas para muitas empresas que o fabricam.

Com que simplicidade você tem buscado soluções para suas crises?

Pasme, a tesoura tem mais de cinco mil anos. Quer solução mais simples e imutável?

Que crise teria enfrentado seu inventor?

Que perguntas teria feito?

Que desconforto teria sentido?

Fato inquestionável: questionou e prosperou no caos.

Já que a palavra caos foi citada inúmeras vezes, nos resta perguntar: Qual a definição de caos?

Os sinônimos que encontro são bagunça confusão, desordem, contudo resta perguntar na visão de quem?

Para uma pessoa que não conheça as regras do futebol, ver vinte e dois atletas correndo atrás de uma bola pode parecer um caos.

Para uma pessoa que não conheça as regras de um jogo de xadrez, ao olhar para o tabuleiro pode ver o caos.

Prosperar no caos só é possível para aquele que é capaz de questionar, enxergar e dar ordenamento onde todos enxergam desordem.   


Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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Caos: riscos e oportunidades!


sexta-feira, 3 de junho de 2016

O que você perguntaria à Deus?


O maior de todos os astros será sempre menor do que a sua própria lenda

Você já parou para pensar que Hércules, Tarzan, Aquiles, Gengis-Kan, os samurais, Napoleão e outras pessoas ou mitos realizaram em suas épocas feitos praticamente impossíveis de serem repetidos?

Hum, você vai me dizer: - Você está vendo televisão demais, afinal está misturando personagens com pessoas!

É verdade, para que tenhamos uma referência sobre as lendas e possamos divagar um pouco mais nesta conversa.

Sempre fui apaixonado por futebol, quem sabe motivado pelo meu pai que ficava grudado no rádio ouvindo as partidas, torcia, torcia, me levava aos campos e contava histórias dos grandes astros.

Eu devo ter seguido mais ou menos por esse caminho, meus filhos também gostam de bater uma bolinha quando têm oportunidade, mas isso me ensinou uma lição interessante: os ídolos de meu pai não foram os meus e não são os de meus filhos.

Um dia, assistindo a um vídeotape de um jogo da seleção, meus filhos me chamaram a atenção: - Pai, você disse que os jogadores A, B e C eram craques, mas eles não têm o mesmo domínio de bola que os craques de hoje e olha, os nossos goleiros são muito melhores do que aqueles de antigamente!

É verdade, se há uma posição que evoluiu muito foi a do goleiro.

Diante desses comentários comecei a assistir jogos antigos e prestar atenção, os feitos de fato eram menores do que a imagem que eu tinha em mente.

Minhas lembranças, misturadas à imaginação, faziam com que determinadas jogadas parecessem mais empolgantes, agora revendo percebia que eu havia colocado um pouco mais de cor na situação.

Nesse período eu estava trabalhando na construção da marca de um produto e estudava com entusiasmo tudo que podia encontrar sobre empresas vencedoras.

Inevitavelmente, encontrava histórias de desbravamento, coragem, ousadia, loucuras, sustentando o feito de seus criadores.

Olhando em volta não conseguia encontrar empresas e empresários fazendo algo parecido, eu buscava exemplos próximos, que pudessem ser vistos, apresentados, acompanhados, mas tudo parecia real demais perto do que eu vinha lendo.

Havia muito trabalho, dedicação, empolgação, mas nenhum ato heróico!

Fui estudar os mitos, homens comuns na vida real, referências históricas na literatura.

Comecei a prestar atenção em produtos que atravessaram décadas e hoje ainda são ícones.

Comecei a conversar com pessoas que lembravam com saudade de marcas, produtos, nomes, cuja importância parecia inigualável, mas então porque tinham desaparecido?

Uma luz começou a acender: “O maior de todos os astros será sempre menor do que a sua própria lenda”.

O distanciamento de fatos importantes ou trágicos certamente dará a eles uma dimensão maior do que realmente tiveram quando recontados repetidamente. 

Você que tem uma empresa, uma marca,  e precisa que estas se destaquem no mercado, não deixe de agregar a sua história de trabalho, de dedicação, de atrevimento.

Não vale mentir, pode até exagerar um pouquinho, afinal atrás de cada mito também há um pouco de exagero.



Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
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De herói à mito, um rito!


quinta-feira, 2 de junho de 2016

A chama do conhecimento

Estudar é complicado, cansativo, pouco estimulante?
Depois de alguns minutos, nem precisa que sejam horas, bate aquela vontade de fazer outra coisa?
A cadeira incomoda, a luz parece fraca ou excessiva, o ambiente se mostra muito quente ou frio?
O barulho é irritante, o silêncio perturbador?
Estudar sozinho é chato, com colegas desgastante?
Não importa se você é um profissional experiente ou um jovem nos primeiros anos de escola, o desconforto pode atingi-lo!
Qual seria, então, a chama que alguns têm que os leva a se dedicarem horas e anos a fio, sem esmorecimento, e ainda, com imensa alegria, nessa tarefa que para muitos parece árdua?
Para conhecê-la, uma pequena história:
Um gênio, seria muito mais tarde reconhecido, cuja mãe era pianista, foi colocado, por esta, para aprender violino. Sem motivação, realizava essa tarefa mecanicamente.
Quando o menino se deparou com as sonatas de Mozart, a música se tornou mágica para seus sentidos!
Logo fazia dueto com a mãe, que o acompanhava no piano, nas obras de seu compositor predileto.
Tamanha devoção ao estudo foi por ele assim explicada: “Acredito que o amor é um professor muito melhor do que o senso de dever”.
Esse jovem viria a ser reconhecido como uma das mentes mais brilhantes de todos os tempos. Seu nome, Albert Einstein!
Quer seja você um professor, um orientador, um facilitador, um supervisor, quando for ensinar algo, lembre-se que despertar a chama do amor pelo conhecimento é muito mais importante do que toda a carga de informação passada.
Os pontos não são excludentes, contudo esse despertar tem valor incalculável!
O amor ativa a cola do conhecimento, que faz com o aprendizado fique retido e o ânimo pela busca será incessante.
Como a pequena fogueira que levanta suas labaredas, quanto mais lenha é colocada, é o amor que conduz ao estudo, que faz a ciência, que desperta o amor...
Acender essa chama é a missão de quem realmente quer ensinar, e, por consequência, aprender!

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
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Ensina e, consequentemente, aprenderás!


Todos nós podemos contribuir com a educação!


quarta-feira, 1 de junho de 2016

O alto custo da administração barata

Como gestor, a melhor contribuição que você pode dar à sua empresa é dedicar-se àquilo que melhor faz.

Caso sua vocação seja comercial, certamente a empresa ganhará muito com suas orientações e recomendações para aumento das vendas. Se for industrial poderá ter uma fábrica organizada, limpa, com uma excelente estrutura de planejamento e atendimento de pedidos, ou se for administrativa terá muito que fazer nas questões contábeis e financeiras.

Para as demais áreas agregue competência, contrate quem sabe fazer, assim as questões operacionais serão executadas de forma rápida e segura, e você poderá dedicar mais tempo às questões estratégicas.

Vejo sempre gestores se envolvendo em questões simples, mas por falta de conhecimento técnico transformam a situação num conflito desnecessário.

Um de meus primeiros chefes e mestres não sabia muito sobre contabilidade e sempre se atrapalhava para identificar o ativo e o passivo, então quando tínhamos que analisar o balanço ele me dizia: - Vem para minha sala, assim eu abro a gaveta e lá tem um papel com as indicações.

Em letras vermelhas e grandes lia-se: “Ativo do lado da porta e passivo do lado da janela”.

Era a brincadeira mensal e uma indicação simples e clara de que se não sabe fazer é melhor pedir a quem sabe.  Não dava para levar a mesa junto a todo lugar que fosse!

Muitas empresas, em momentos de grande dificuldade na gestão, contratam profissionais para colocá-la nos trilhos, mas passado algum tempo começam a questionar os custos e efetuam cortes, tendo como alvo os maiores salários.

Não demora muito para que comecem as observações sobre o fato de que João desenvolvia um determinado trabalho com facilidade, com erros mínimos, mas José não consegue ter o mesmo desempenho. Desnecessário dizer quantas teses serão levantadas!
A resposta é muito simples: João tinha experiência, João sabia fazer.

Um amigo, quando ouve observações como essa, costuma responder: - Quando fazemos a coisa certa sempre os resultados são bons, impressionante não?

Um dia alguém vai espancá-lo! Espero que não.

Pensava nisso outro dia, quando me deparei com um programa na televisão sobre refugiados na África.

As pessoas atravessam um trecho no país a noite, onde há uma grande quantidade de leões. Com bastante frequência são atacados e muitos devorados por esses animais que têm o hábito noturno de caça.

Pensando em espantá-los, carregam consigo latas, panelas, tampas, e andam batendo, fazendo um enorme barulho, mas sentem que ao invés de afastá-los, os estão atraindo.

Um especialista, que trabalha há décadas com esses animais, esteve na região e confirmou que é exatamente isso que está acontecendo. Com uma lata e alguns pedaços de carne, rapidamente treinou um leão. Jogava carne para o animal e batia na lata, rapidamente a fera associou o barulho com comida.

Quando as pessoas passam fazendo barulho, mesmo os leões mais distantes sabem que está chegando comida na área.

Nas nossas empresas não é diferente quando colocamos pessoas sem treinamento para cuidar de tarefas mais complexas.

Como gestor, uma das análises que você deve fazer é se a sua dedicação à sua especialidade não traz resultado suficiente para pagar o investimento numa equipe mais qualificada, e ainda ficar com algum lucro, do que ter uma equipe com um custo menor, mas que demande seu tempo para questões não estratégicas.

Caso a sua resposta seja não, diria a você para reavaliar suas tarefas e o tempo que tem dedicado às questões estratégicas, provavelmente sua concentração está se dando em aspectos operacionais.

Depois do trabalho de organização nas empresas, com certa frequência, ouço de gestores que viviam assoberbados: - Você me arrumou tempo, eu não sei o que fazer com ele.

Recomendo sempre que vá ao mercado para entender o que está acontecendo, para avaliar as consequências das medidas tomadas e políticas estabelecidas, para conversar com especialistas, pares, concorrentes, fornecedores, clientes, se informar.

Penso que é mais sensato se cercar de especialistas do que estar sozinho batendo lata em hora e lugar errados.

Você, o que acha?

Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
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Skype: ivan.postigo

Como está a expertise em sua empresa?