sexta-feira, 7 de abril de 2017

O homem, a empresa e o lucro

Uma antiga frase diz que riqueza não traz felicidade, contudo uma certeza todos nós temos: riqueza, pelo menos, reduz consideravelmente a infelicidade.

Pergunte ao pai de família que não tem como mandar o filho à escola, ao parente do doente que não tem como hospitalizá-lo, ao trabalhador que tem que ficar horas na fila do lotação e precisa tomar três conduções para ir ao trabalho e mais três para voltar para casa, o que pensam da riqueza.

Essas pessoas não tratarão riqueza no sentido de excessiva fartura, mas no sentido de mínimo conforto.

Onde está a riqueza deste país que cobra a maior taxa de juros do mundo, que arrecada impostos absurdos, que destrói, principalmente, as pequenas e médias empresas, sustentáculo de nossa sociedade?

Onde está a responsabilidade dos governos eleitos, que não aproveitam a grande oportunidade que o mundo está nos dando de crescer e nos estruturarmos, ao invés disso aplica uma nova derrama no país?

O homem ao criar empresas oferece conforto com seus produtos e este deve ser recompensado com o lucro.

A única razão da existência de um empreendimento é o lucro; sem este, nem entidades assistenciais sobrevivem.

Vemos pessoas trabalhando mais de doze horas por dia para entregar aos nossos governantes um terço de sua produção, sem obter nenhum benefício.

Todo dinheiro aplicado em um negócio é fruto do esforço despendido pelo homem em algum momento de sua vida, portanto pecado é não exigir que este valor seja remunerado decentemente, pecado é negligenciar esse fato e desperdiçar essa importância.

Cada pequena empresa destruída coloca pelo menos uma pessoa em condições miseráveis.

Sempre ouço que uma série de pequenas e médias empresas quebrou por falta de vocação e talento de seus empreendedores, mas na verdade muitas quebraram por falta de lucro, de condições de sobrevivência.

Não são poucos os amigos e pessoas conhecidas que por terem mostrado competência nas empresas por onde passaram acumularam algum capital e abriram seus negócios, para logo em seguida naufragarem.

Nadar alguns quilômetros pode ser possível mesmo para algumas pessoas não treinadas, contudo quando se é jogado no meio do oceano o destino é um só.

A legislação, a burocracia que cerca nossas empresas, a política econômica e fiscal neste país são verdadeiras aberrações, de forma que para abrir uma empresa é preciso mais que vocação e talento, é preciso um ato de coragem.

O empreendedor deveria receber não uma licença para produzir e comercializar e sim uma medalha por bravura.

Uma propaganda insiste em dizer que o brasileiro não desiste. Verdade, realmente não desiste para sorte de muitos, pois o dia que desistir e deixar de acreditar vai colocar muita gente para correr.

O dia que deixar de acreditar vai votar com mais seriedade, vai cobrar mais, vai exigir seus direitos, vai passar a ter direito a uma parte da riqueza que este país é capaz de gerar e vai ser mais feliz.

A partir desse dia os homens criarão suas empresas, passarão a ter direito ao lucro, serão menos espoliados e viverão de forma mais digna.

Jamais havia considerado essa hipótese, contudo neste momento não me parece absurda a idéia de dizer: Desista! Vá as ruas exigir seus direitos, sua parte da riqueza que um dia ajudou a criar e caso não tenham nada a lhe dar, volte pelo menos com a liberdade de criar uma empresa e poder viver com dignidade, sem ter como destino o risco da miséria.



Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo


Nenhum comentário:

Postar um comentário