Abra uma revista, um jornal, assista uma entrevista e verá
que sempre estará esbarrando no tema liderança.
Liderança muitas vezes é confundida com comando. Comando,
não no sentido espontâneo, mas delegado.
Liderança, como dom, sempre é apresentada e pintada com
belas cores, encontra muitos defensores, soa bem em cursos, palestras,
workshops, debates, resta saber se é aceita e desejada.
Reflitamos: você não precisa contar para ninguém o
resultado, então porque não ir em busca da verdade?
Você trabalhou duro durante anos, estudou , ficou até tarde
na escola e na empresa, um belo dia recebe a tão esperada promoção: Virou
gerente.
Algumas pessoas aplaudiram, outras torceram o nariz, você
acabou reformulando a equipe, contratou uns, dispensou outros, enfim ajustou
seu time.
Hoje dita o ritmo, bate o tambor e todos respondem no mesmo
passo. Ótimo, tudo está uma maravilha, como você tanto desejou.
Na verdade, talvez não!
Um de seus contratados tem boa experiência, facilidade enorme para fazer o trabalho, é
comunicativo, ajuda todo mundo, costuma ter idéias incríveis, é persuasivo, tem
o dom da liderança e está sempre envolvido em projetos novos.
Os outros gerentes, seus pares, o elogiam sempre e vivem
pedindo opiniões a esse talento que desponta.
O trabalho do seu comandado está mais do que em dia e nesse
sentido você não tem motivos para aborrecimentos. Acontece que ele passou a ser
convidado para ir à reuniões, os diretores sempre o consultam, ele se tornou o
centro das atenções.
Algumas das sugestões que você apresentou nessas reuniões
foram superadas pelas de seu comandado, com justiça, afinal eram melhores e mais
sensatas, e cada dia mais networking dele
se fortalece.
Os trabalhos em grupo dificilmente não contam com sua
presença ou até mesmo sua coordenação.
Pelos cantos já se ouve o interesse em delegar uma gerência
a esse recém-chegado, objetivo que você atingiu depois de percorrer longa
estrada.
Nas reuniões com sua equipe, com méritos, ele tem se tornado
o centro das atenções. Ouve, apresenta sugestões, resume bem o assunto,
encaminha as soluções, e, em alguns momentos, ele tem o controle total do
grupo.
Não raro, você é um coadjuvante no processo.
Você aceitaria essa liderança sem qualquer contestação?
Seria capaz de elogiá-la e ajudá-lo a crescer na empresa ou isso o incomodaria
e seria motivo para algum rancor?
Segundo alguns amigos, talvez até aceitassem, mas certamente
o couro do tambor romperia.
Um deles, quando fizemos essa brincadeira, foi taxativo: Nem
morto!
Tivemos opiniões do tipo: Isso não existe, ninguém consegue
ser “ tão perfeito”.
Outra opinião: Ajudaria sim, assim afastaria o perigo mais rápido.
Perder meu cargo, heim?
Tivemos opiniões favoráveis, mas algumas, o grupo não achou
muito sinceras!
Em uma contagem apertada, acho que teríamos 50% dizendo que aceitaria e
a outra metade se sentido extremamente desconfortável.
Para encerrar o assunto e acabar com a barulheira das
conversas paralelas, alguém propôs a seguinte pergunta: - Liderança nas
empresas, sem cargo, é possível?
Rapidamente ouvimos alto e em bom som: Depende...
Resumo da ópera ou do grupo: Teoricamente sim, mas na
prática depende!
Você, o que acha? Desculpe, não precisa responder, esse era
nosso trato.
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de
carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
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