Coloque algumas pessoas que não se conhecem em uma sala e
lhes dê uma tarefa.
Provavelmente, a tarefa será cumprida. Bem ou mal será
realizada. Mas, a sociedade, grupo de pessoas trabalhando de forma organizada
por vontade própria, com continuidade e longevidade, tem poucas chances de se
concretizar.
Quanto mais pessoas no grupo, mais ideias são ventiladas,
mas é mais difícil a união!
Os motivos são muitos. A lista de requisitos para o
entendimento é enorme. Os conflitos vão desde o tom de voz nas conversas,
passando pela falta de compreensão das questões postas em debate, até os
interesses próprios!
Quanto maiores forem os benefícios individuais, maior a
probabilidade de desacertos.
Ainda que o prêmio seja individual e o prejuízo coletivo, o
foco será sempre a vantagem que alguém levará...
É o caso do jogador de futebol que não facilita a vida do
artilheiro porque não terá o mesmo
destaque.
Penso que a construção de uma sociedade tem muito a ver com
generosidade.
Generosidade é uma virtude. Ocorre quando a pessoa
acrescenta algo na vida do próximo. É o ato de doar sem pedir nada em
troca.
René Descartes foi mais longe e dizia: “é a mediação entre a
vontade e o entendimento”. Perfeito para a construção de uma sociedade, não?
O conceito de coletividade tem a ver com o desejo de
atendimento do bem estar comum.
Aqui temos um exemplo simples que mostra essa dificuldade:
quantas pessoas não dão um jeito, todos os dias, de furar filas?
Quantos em seu trabalho não atendem mal os que estão nas
filas, e quando as tem que enfrentar, do outro lado do balcão, reclamam no
mesmo fato?
Regra fundamental para uma sociedade: “para ensinar é
necessário ser o exemplo”.
Sem organização, não existe sociedade. Teremos um grupo de
pessoas, cujas intenções podem apenas se assemelhar!
Imagine uma grande área onde as pessoas possam plantar
livremente. Cada uma trazendo suas sementes, depositando-as onde quiserem.
Em pouco tempo, a variedade de plantas será enorme. Misturadas
não darão resultados muito favoráveis, com certeza.
Algo semelhante, vemos cotidianamente: a pessoa que nos
recebe no banco reclama da secretária do médico, que critica o dentista, que se
irrita com o lojista, que não gosta do atendimento da escola dos filhos, que...
que...
Diz um antigo ditado: fazer bem feito leva o mesmo tempo que
mal feito!
Ora, o mal feito terá que ser refeito. Portanto, ao longo
processo este é mais custoso, complicado e chato.
Por que, então, não dar o devido tratamento a todas as
questões?
Por falta de entendimento, paciência, arrogância ou
interesse?
Consciente que, em sociedade, tudo que vai, volta, seremos
mais atenciosos e responsáveis!
Não quer ser generoso? Tudo bem, seja esperto...
Faça pelo bem comum, porque você faz parte do grupo, está no
mesmo barco que pode fazer água. A sua dose de benefício ou castigo está sempre
a caminho.
Em um voo para o Nordeste, os passageiros começaram a cantar
e bater os pés. O comandante, calmamente, disse pelo alto-falante: “senhores,
essas batidas dos pés estão desestabilizando a aeronave, e coloca nosso voo em
alto risco”.
Imediatamente, a bagunça acabou!
Isso, porque estavam pensando no bem coletivo...? Não! Porque
pensavam na sua individualidade...
Então, matuta ai: aquele voto na urna é como bater os pés no
avião: derruba emprego, salários, a qualidade da saúde, da educação, e assim
segue nossa sofrida e inconsequente sociedade.
Já imaginou se colunas e vigas, em um edifício, ganhassem
vida e escolhessem a bel-prazer onde ficar?
Assim somos nós, vigas e colunas, de um edifício chamado
sociedade.
Você pode fazer quase tudo, reclamar inclusive, mas terá que
aguentar as consequências de seus atos e escolhas individuais!
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação
de carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo
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