A tecnologia tem colocado à disposição do mercado
equipamentos cada vez mais avançados, as matérias-primas melhoraram
consideravelmente, as forma de produção mostraram avanços substanciais, mas nem
por isso a maioria das empresas chegou perto da chamada perda zero!
Uma análise cuidadosa e criteriosa mostrará que recursos
são desperdiçados todos os dias. Por que será que isso é tão comum, se os
processos nas empresas são extremamente repetitivos?
Caso não concorde com essa afirmação, faça uma auditoria nas
atividades operacionais da sua empresa, das mais simples às mais complexas, e
compute os erros. Ficará assustado com o que encontrará. E se levantar os
tapetes, o espanto será ainda maior.
Não nos damos conta, mas aprender e fazer costumam levar
ao esgotamento. Por isso reciclar é fundamental!
A aplicação de novas técnicas e novas formas de conduzir
um trabalho requer algo que pode parecer estranho: desaprender.
A prática nos leva ao automatismo, este ao vício, e o
vício ao erro...
Posso afirmar com segurança por toda vivência e exposição
diária dentro das indústrias: Com frequência, vejo sempre lotes inteiros de
peças sucateadas, resultado do automatismo. Isso também ocorre com tarefas nas
áreas financeira e comercial.
A supervisão dos trabalhos não deve ter a função
punitiva, mas de orientação e correção.
Operacionalmente, quanto mais prática “pegamos”, mais virtudes
e vícios desenvolvemos.
Quando o mouse surgiu no mercado, muitas pessoas tiverem
dificuldades em usá-lo. Tinham desenvolvido memória e habilidade em usar a
primeira letra das funções de muitos programas, e o mouse as tornava lentas.
Principalmente em se tratando de planilhas eletrônicas.
À medida que desaprendiam e esqueciam aquele
procedimento, ganhavam novas habilidades e desenvolviam outras virtudes.
Podemos ter vícios, resultado de nossas habilidades?
Perfeitamente! Basta aplicar um método errado de forma sistemática. A sabedoria nos lembra que o vício é
contagioso, mas também que não tê-lo pode não acrescentar nada à virtude. Que
enrascada!
Veja o que nos diz Sêneca: “A virtude é difícil de se
manifestar, precisa de alguém para orientá-la e dirigi-la. Mas os vícios são
aprendidos sem mestre.”
Aqui entram as consultorias, que buscam a introdução das
virtudes e a eliminação dos vícios.
É verdade que esse é um trabalho que em nosso país acaba
não recebendo a mesma atenção que em países mais desenvolvidos. Ora,
desenvolvimento tem a ver com o balanço entre acertos e erros. E estes com
virtudes e vícios. Virtudes e vícios com
educação e conhecimento.
Em contraponto: A prosperidade descobre o vício; e a
adversidade descobre a virtude. Assim é a vida em busca do equilíbrio.
A questão é quanto tempo tem uma empresa para essa
descoberta antes do fracasso de um projeto ou do fracasso total?
Esse assunto tratado dessa forma parece óbvio, porque
seria, então, negligenciado?
Por uma razão muito simples: o óbvio é invisível!
Por ser invisível às mentes e olhos despreparados, é recurso
dos mágicos.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão
Empresarial
Articulista, Escritor,
Palestrante
Postigo Consultoria
Comunicação e Gestão
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo
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