Falamos, debatemos , estudamos, exaltamos a individualidade
do ser. Cada pessoa um ser único, com suas características e experiências.
A individualidade traz com ela modelos mentais, carregados
de desejos e ansiedades.
A busca pela satisfação desperta a criatividade, que provoca
a criação, alimentando, sem cessar, o ciclo.
O despertar da criatividade provoca o ativo e também
sonolento desejo, que a impede de se acomodar. Como a mãe que não se cansa de
cuidar do filho, que quando não pede, a este oferece.
É na fonte dos desejos que a criatividade sacia sua sede e
renova suas energias. Lugar de encanto e encantamento.
Um de seus habitats, a empresa, campo fértil, vasto e pródigo
de recursos.
De sua constante agitação resulta a moda, seu exercício
terápico, como a ostra que para se livrar do grão de areia, que a incomoda, o
enclausura na mais linda pérola.
A moda, carregada de produtos e cores, faz das empresas um
ambiente diverso, inovador e contestador.
Calçados abertos e fechados, vestidos longos e curtos,
ternos com mais ou menos botões, listrados, lisos, xadrez.
Celulares com câmeras e áudios, verde, azuis, vermelhos,
todas as cores, para o papai, para a mamãe, para o filhinho.
Biscoitos em pacote ou em lata. Carros quatro
portas, duas portas, todas as portas. Bebidas com álcool, sem álcool, sempre
com moderação.
A moda do produto atrai, convida, incita e rende. Provocado,
o homem é refém do desejo. Mesmo quando não precisa, quer.
O anel da novela, o brinco do cinema, vestido da princesa, o
jeito do ator, a pinta da atriz, a frase do herói. Observados, reproduzidos.
Moda!
O ser único, atraído pela diversidade.
Adesão à moda: tribos.
Penas azuis, vermelhas, verdes, a cor identifica o ser no
grupo. Integrado, mas não destacado.
Ora, mas a individualidade é o tormento: queremos a moda que
nos destaque!
Viva! Se a moda nos torna iguais, adesão ao produto da moda.
Este nos colocará em evidência.
Sim, agora seremos notados, não só nos integramos à moda,
mas nos destacamos com o produto da moda!
Falácia! O produto que nos destacava, com o tempo nos torna
iguais. Quase todos o têm e o ostentam.
O paradigma é
que, como seres individuais, de acordo com nossos modelos mentais, temos um
padrão de comportamento.
O paradoxo é
que, em busca de diferenciação, na moda, procuramos ser iguais.
A diversidade
leva o homem individual a buscar a unidade e na unidade a diversidade.
A diversidade forma as tribos pela identificação do conjunto
e provoca a diferenciação pelo detalhes.
Se a moda é o celular, tribos se formam por tê-los, criando
unidade.
Prata ou preto? Ao apresentar variedades, as tribos se
dividem pela diversidade.
Dentro dessa busca, as pessoas, tão diferentes, se identificam
pelos modelos, cores, jeitos, acreditando umas serem mais iguais do que outras.
E assim, a indústria, tão diversa, constrói e destrói
modelos mentais do homem que se pensa uno!
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de
carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
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