Muitas empresas enfrentam dificuldades na produção, no
controle financeiro, na gestão de marketing e necessitam passar por um processo
de reorganização, contudo resistem às mudanças.
Um ponto comum entre elas é o alto turnover gerencial. Profissionais
entram e saem numa quantidade e velocidade impressionantes.
Profissionais experientes parecem não conseguir encontrar
formas de estabelecer e conduzir planos que as permitam ter uma gestão mais
equilibrada, resultados satisfatórios e melhores índices de produtividade.
Outro aspecto comum é a falta de apoio e aderência aos
planos apresentados.
O histórico de alta rotatividade gera desconfiança quanto à
possibilidade de continuidade do profissional, portanto os níveis mais baixos
do organograma evitam o risco de aderir a uma idéia que tem poucas chances de
“sucesso”.
O barco é o mesmo, é verdade, pode estar afundando, mas
poucos se preocupam em ajudar a tirar a água.
Teimosia, orgulho, idéias superadas, falta de confiança, acomodação,
desconhecimento de técnicas de gestão, são componentes do processo que não
permitem essas empresas se desenvolverem.
Todo processo de reorganização exige mudanças importantes de
conceitos, de comportamento, de atitudes, e se há algo que as pessoas resistem
são as mudanças.
Estas, como discursos, obtêm aderência sempre. Como fatos,
encontram ferozes adversários.
Mudanças provocam alterações de status, geram desconforto,
por requererem novos aprendizados, muitas vezes aumentam a carga de trabalho,
incorporam novas responsabilidades, geram inseguranças, trazem novos desafios,
assustam.
Velhas regras, que no passado deram certo, costumam ser
utilizadas como panacéias, evitando-se mudanças radicais.
Empresas tradicionais desapareceram, não porque não tivessem
mercado ou produtos adequados, mas porque o equilíbrio entre as diversas áreas
não foi mantido.
Uma empresa é tão forte quanto seu ponto mais fraco.
Para vencer a acirrada concorrência é importante que tenham
diferenciais e os apresentem.
Ter o melhor produto, mas deixá-lo totalmente desconhecido
do seu público consumidor é esperar que um milagre a mantenha ativa.
Temos visto nos últimos anos empresas se preocupando em
consolidar suas marcas, com isso começam a desenvolver planos mais intensos de
comunicação, mas a maioria ainda acha que esse aspecto é um desperdício de
recursos.
O profissional contratado para mudar o panorama da empresa,
ao não encontrar espaço para desenvolver seu trabalho, acaba demitido ou pede demissão,
seguindo para lugares onde possa ter um futuro melhor.
Qual seria o estilo profissional que os gestores dessas
companhias gostariam de encontrar?
Aquele que desenvolvesse as idéias enraizadas na empresa. Pudesse
apanhar o modelo vigente e o tornasse um sucesso.
A probabilidade disso acontecer é pequena, mas pode haver
uma acomodação no mercado que gere essa sensação e o profissional contratado com
o tempo vai conseguindo implantar novas idéias.
Para isso é necessário tempo, fator que nem sempre empresas
com situações financeiras delicadas podem se permitir.
O paradoxo é que empresas podem encontrar os profissionais
necessários para efetuar as melhorias no processo de gestão, mas nem sempre são
os esperados.
Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de
carreira na área de vendas
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo
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