Quando estudamos gestão, um dos pontos debatidos é a
perpetuação das empresas. Essa é uma premissa básica, a não ser que o seu tempo
tenha sido previamente determinado, mas quantas são criadas com data para encerramento?
Na trajetória de um empreendimento, alcançando sucesso ou
não, podemos vê-lo passar por processo de cisão, e uma parte ser vendida; pode
ser incorporado por outra companhia; ou quem sabe integrar uma fusão, compondo
uma operação maior.
Um projeto pode fracassar por causa de recessões, que
duramente a afetam a economia mundial ou do país. O desastre pode ocorrer por
má gestão, e não só isso. Há, ainda, uma série de fatores que podem provocar a
situação, comprometendo o futuro de um empreendimento, apesar de todas as competências
técnicas serem atendidas.
Poucos projetos de produtos tecnicamente brilhantes, que conduzem
empresas ao sucesso, a perpetuam.
Estranho? Nem tanto!
Quando a gasolina era barata e todo mundo queira carrões,
projetos interessantes de carros pequenos fracassaram.
Você acha mais confortável um carro com duas portas ou com
quatro portas? Os jovens já rejeitaram os carros com quatros portas,
considerando-os carros para pessoas velhas.
A moda já foi ter casas enormes, hoje, independente da dupla
jornada, procuramos conforto, sem exageros.
Há uma situação que traz a raiz da extinção e gestores, apesar
de notarem, não a tratam com a devida atenção.
Existem empresas criadas para o mercado, outras criadas pelo
produto e dessa forma permanecem. As
segundas é que estão, desde que nasceram, sob risco.
Como ensinam as velhas lições, a indústria do cinema
americano sofreu duras perdas até entender que não estava no negócio de filmes
para a telona e salas públicas, mas no ramo do entretenimento!
Empresas voltadas ao mercado atendem os desejos e
expectativas do consumidor, quando não as criam. Por essa razão se adequam, se
adaptam, inovam, se renovam, revolucionam.
Empresas voltadas ao produto desenvolvem ações para melhoria
do seu foco, o produto. Ocorre que estas ações nem sempre atendem o consumidor,
e a obsolescência se apresenta material e estratégica.
Mudar o produto é possível, agora, mudar o consumidor quando
aceita novos conceitos... hummmm!
O pensamento na empresa poderia ser mudado, mas o trabalho
não é simples, por essa razão, quando gestores negligenciam o conceito de
visão, o risco é muito grande. É a visão que conduz à estratégia, portanto a
linha que prepara os caminhos do futuro está na raiz.
Uma coisa é debater inovações com pessoas cuja visão é
mercado, outra é debater com pessoas cuja visão é produto. Ainda que esses
produtos possam ser revolucionários.
Mudança é um processo doloroso, quando a rejeição ao assunto
é muito grande, a mudança de foco pode exigir suspender a pessoa e girar o
mundo. O esforço ao se mostrar demasiado, leva à desistência. A tecnologia gira
o mundo e deixa o homem onde está. Esse giro gera a força de atração, contudo
vemos que em alguns o efeito é da rejeição.
A obsolescência é um poderoso instrumento de eliminação de
concorrentes e competidores. Ainda que copiar seja mais barato que desenvolver,
o seguidor não costuma obter vantagens competitivas com a minimização de erros.
A aceleração do poder de criação provoca o efeito de um
pesado rolo compressor, esmagando o que encontra pelo caminho em velocidade
reduzida.
Dessa forma, uma gama interessante de produtos são natimortos,
chegam ao mercado totalmente ultrapassados.
O fato no faz lembrar a velha brincadeira: esse será bom,
não foi?
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
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