Durante anos ouvimos e usamos a frase: “Quem tem a
informação tem o poder”.
À medida que eu crescia, estudava e aprendia, sentia que a
questão não era tão simples, pois conhecimento disseminado é segredo revelado,
portanto a exclusividade da posse não é perene.
Fiz estágio, como técnico mecânico, em uma metalúrgica e
minha incumbência era o desenvolvimento do custo padrão da aciaria. Tinha
grande experiência contábil, então poderia fazer uso das duas áreas de conhecimento.
A primeira tarefa que recebemos foi a preparação das fichas
técnicas de cada produto. Peso, composição química de cada corrida de aço,
materiais complementares, etc. Pronto, lá estava uma barreira: boa parte dos
conhecimentos estava guardada nas cabeças dos técnicos químicos, que se
recusavam a compartilhá-los. Tinham medo de perder o poder que possuíam. Na época
a frase era usada como a última descoberta da ciência!
Barreira para ser superada demanda engenhosidade. Uma
pesquisa dentro e fora da empresa nos permitiu, em menos de trinta dias, ter
não só as fichas prontas, como um volume de informações que jamais imaginávamos
reunir.
Em pouco tempo não só não pedíamos informações, como
questionávamos os procedimentos para desespero e ira dos discípulos do “mago
Merlin”, que em seus caldeirões derretiam sucatas e fabricavam aços com
problemas de qualidade, encobertos durante anos.
Um novo trabalho foi gerado como consequência dos
confrontos: uma análise mais rigorosa nas partidas de aço, com um volume maior
de amostras.
Um dia começaram a falar de uma tal de internet, que só era
usada no pentágono...
Hoje, uma realidade que veio para mostrar, definitivamente,
que o poder não está nas mãos de quem tem a informação, mas de quem a usa com
rapidez e tem capacidade de torná-la obsoleta.
Você pode me perguntar: - Como faço isso na minha empresa?
Simples, com capital intelectual.
Dinheiro? Também, mas com adição de competência e habilidade
de aplicação.
Capital intelectual é a soma dos conhecimentos e habilidades
de aplicação que você permite que sejam usados. Para que contratar uma pessoa
laureada com o premio Nobel se vai lhe dizer: - Faça o que eu mando, você não
está aqui para pensar!
Este pode ser herdado ou atraído, mas tem que ser usado no
período de validade.
Conhecimento tem validade? Para geração de resultados, sem a
menor dúvida.
Se não acredita, pense o seguinte: O que você faria se seu
conhecimento, ainda que profundo, estivesse alicerçado em disquetes para
computador, máquinas de escrever, telex ou carburador para automóveis?
Trabalhei com uma pessoa que detestava computador e tinha
saudades das folhas de treze colunas usadas no passado para fazer os
orçamentos. Adorava as somas cruzadas. Não é necessário dizer o tempo que
economizávamos com a nova tecnologia, certo?
De modo geral, conceituamos a saída de um funcionário como
perda do profissional, sem que tratemos da perda do conhecimento.
As entrevistas de emprego, normalmente, têm como objetivo o
preenchimento da vaga para atender as necessidades básicas, sem que análises de
potencial e conhecimentos adicionais sejam efetuadas.
Trabalhos em grupo, reunindo pessoas de diferentes áreas e
com experiências diversas, costumam revelar não só fraquezas de gestão, mas o
enorme capital intelectual negligenciado.
O que você sabe dos seus pares?
Como você avalia o conhecimento de seus colaboradores e o
seu desconhecimento das áreas que estes dominam?
Como desenvolve as entrevista de contratação e de demissão
para observar os ganhos ou prejuízos que está tendo?
Às vezes ouço uma frase que não gosto muito: Ninguém é
insubstituível!
Sempre que pude observá-la como verdadeira, havia uma
situação: o mínimo era feito, mas era o máximo que um profissional sem
qualificação poderia alcançar.
Capital intelectual não se substitui, se adiciona, se
complementa.
Deixe-me fazer-lhe uma pergunta: - Qual é o capital
intelectual de sua empresa?
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645 4652
Twitter: @ivanpostigo
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