Alguns conceitos ganham relevância, sem que sejam
devidamente compreendidos. Mentoring é um desses.
Tratando dessa questão, Scott Snair, Professor
universitário, consultor, palestrante, coloca a seguinte questão: “Por que a
noção de mentoring caiu em desuso? Será que alguém ainda sabe o que é um
mentor?”
Que papel deverá exercer o mentor e qual sua
responsabilidade, qual é o papel do orientando e qual deve ser seu
comprometimento?
Como escolher o mentor e o orientando?
Quem escolhe quem e por quê?
Voltemos no tempo para encontrar Homero, no século VIII a.C,
escrevendo as duas grandes epopéias da antiguidade na Grécia: A Ilíada e a
Odisséia.
Em suas narrativas vamos encontrar Mentor. Velho amigo e
conselheiro, alguns dirão fiel escravo, do herói Odisseu, o qual entre nós é
mais conhecido como Ulisses.
Conta Homero que Ulisses, rei de Ítaca, ao partir para a
Guerra de Tróia entrega ao sábio e fiel amigo, Mentor, seu filho Telêmaco, para
que fosse orientado e educado.
Terminada a guerra, Ulisses não conseguiu voltar
imediatamente à sua casa. Telêmaco via, desesperado, a dilapidação do
patrimônio do pai, que consideravam morto, pelos pretendentes de sua mãe,
Penélope.
Penélope se esquivava e os confundia, de forma astuta,
tecendo durante o dia um manto prometido ao sogro, desmanchando-o à noite.
Prometera escolher um deles para casamento, assim que terminasse o manto.
Para colocar um fim naquela situação, Telêmaco decidiu sair
em busca de notícias do pai. Jovem e inexperiente, partiu acompanhado de
Mentor, que lhe dava suporte, orientação, inspirava, encorajava em seus
objetivos e consolidava sua educação.
Note que Mentor educa Telêmaco, auxilia na formação do seu
caráter, na descoberta e entendimento de seus valores e no desenvolvimento de
sua sabedoria.
A própria Palas Atenas ou Atena, a deusa da guerra, da
civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da
habilidade, em determinados momentos, assumia a forma de Mentor para iluminar
os caminhos de Telêmaco e contribuir na sua formação. No final da jornada, o
jovem estava pronto para tomar suas
decisões de forma independente.
Ora, e Ulisses e Penélope, terminaram juntos ou não?
Bom, é uma longa história. Recomendo a leitura das obras de
Homero e não serei o desmancha prazeres contando como foram as aventuras e o romance.
Podemos encontrar o significado de mentor como: orientador
de um jovem, autor intelectual, responsável pela idealização ou planejamento de
uma ação, onde a execução influencia o comportamento de outras pessoas.
O mentor tem o compromisso de oferecer mais do que
orientação para desenvolvimento no início da carreira.
O mentor precisa assumir seu interesse pelo orientando,
oferecendo aconselhamento, compartilhando experiências e segredos da profissão
para que este tenha diferenciais competitivos. O sucesso, nesse caso, não é
individual, mas compartilhado, ainda que a futura recompensa financeira não lhe
alcance.
Mentores, pessoas que adquiriram senioridade, liderança e
reconhecimento profissional, colocam sob orientação jovens que no futuro serão
líderes ou comandantes, substituindo-os ou não.
Nesse conceito estão aqueles que denominamos nossos backups,
e que assumirão nossas funções para que possamos seguir com nossas carreiras.
Você que tem equipe sob a sua batuta deve refletir sobre os
seguintes aspectos:
- Qual é a sua disponibilidade e a sua disposição para o mentoring?
- Quem mais da sua equipe poderia ser mentor?
- Quem é o mentor ideal para cada posição, evitando atropelos no futuro?
- Quem deve ser selecionado como orientando?
- Quem está interessado na sua orientação?
- Quem lucrará mais com sua ação de mentoring: você ou seu orientando?
A propósito, falando
em orientação, quem é seu mentor?
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Articulista, Escritor, Palestrante
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4496 9660 / (11) 99645
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Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo
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